Capítulo 9

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Mais um capítulo.
Não editado.
Desculpe os erros
Beijos

Por Henrique

Meu Deus, como posso ter me apaixonado por um garoto, tá difícil de me segurar, penso nele dia e noite, seu modo delicado, um sorriso cativante, a forma dele tratar meu filho. Mas infelizmente isso não poderá jamais acontecer, é rico, jovem e tem uma vida inteira pela frente e o pior eu nem sei se ele é gay.

Graças a Deus, meu filho irá receber alta, e ficarei com ele alguns dias, pois não deixei nenhum dia meus plantões, mesmo com Gus no CTI.

A vida é cheia de complicações não sei onde vai chegar. Estou a pouco tempo trabalhando aqui no Rio de janeiro, não posso me entregar a um sentimento que não será correspondido.

- Oi filho como você está?

- To bem papai, só que tô com saudades do tio JC.

- Meu filho eu sei que você se apegou ao doutor João, mas quando você sair daqui do hospital será meio difícil vê-lo.

- Ele é meu amigo e vou convidar ele pra ir em casa brincar comigo.

- O papai vai ver a papelada da sua alta e vamos pra casa.

Dei um jeito de sair do quarto o quanto antes, não quero que o Gustavo sofra com a distância que terá com João.

- Henrique Lamart, já está tudo resolvido com relação a alta do pequeno Gustavo.

- Obrigada por tudo doutor, não sei como agradecer.

- Não tem o que agradecer, e tudo que fiz foi com carinho. E quer saber gosto muito desse pequeno ser humano.

Depois que conversei com Henrique, senti meu coração apertar, não queria ficar longe dos dois, me apeguei rapidamente ao pequeno anjinho que mudou minha vida de pernas pro alto. Vou para o jardim que tem no fundo do hospital, decidi ligar para Alexia, precisava desabafar.

- Boa tarde Nobre doutor João Carlos.

- Boa tarde Alexia.

- pra você estar me ligando em pleno horário de trabalho, está precisando desabafar. Então desimbucha logo.

- Credo como você é delicada.

- JC, me diz o que está acontecendo com você.

- Estou apaixonado, perdidamente apaixonado, nunca me apaixonei e estou com muito medo.

- Aí meu Deus! Quem é a poderosa que conseguiu essa façanha?

- Amiga, não sei como vou falar mas não é ela e sim ele.

- João Carlos, não me diga que você está apaixonado pelo pai do garotinho que você atropelou.

- Hamham.

- Como assim Hamham, garoto, tô indo aí no hospital, se prepare quero saber tudo.

- Está bem pode vim.

- Não estou pedindo sua autorização estou afirmando que estou indo, em quinze minutos estou aí.

- Estou te esperando.

Depois que conversei com Alexia continuei no jardim, como não tinha nenhuma avaliação cirúrgica e cirurgia marcada pude ficar lá sem grandes preocupação.

Depois de quinze minutos, vejo minha amiga vindo em minha direção, acenei pra ela, levantei do banco e ela literalmente se jogou em meus braços, me dando um selinho.

Estava andando pelos corredores do hospital, já estava chegando no jardim do fundo, quando vi uma cena, que me deixou profundamente triste, vi JC beijando uma garota, aquilo foi como uma faca no meu coração, voltei rapidamente pra dentro do hospital, não queria que ele me visse, sinto as lágrimas descendo por meu olhos. Porque dói tanto esse sentimento, nunca tive esperança. Vou deixar isso pra la, enxuguei minhas lágrimas e fui ao quarto de meu filho, como estava tudo autorizado para sua alta, o pego no colo com muito cuidado, pego seus pertences e saímos daquele hospital, agradeci aos colegas e me dirigi ao meu carro, colocando o Gustavo na cadeirinha de segurança. Volto a olhar para dentro do hospital e suspiro alto, fomos embora sem olhar pra trás.

- Amiga como eu disse estou terminantemente apaixonado pelo Henrique, mas não sei se devo ter esperança com ele.

- Cara, tú é muito lerdo, só cego não vê que ele sente o mesmo por você.

- Será Alexia?

- Eu vi o olhar dele pra você, ele está tão apaixonado quanto você, mas tenho uma preocupação.

- E qual é?

- Seu pai, ele sempre fala que devemos nos relacionar com pessoas da nossa idade, e o Henrique pelo que parece ele é bem mais velho que você.

- Papai já desconfia de alguma coisa, meu medo é do papai está gostando dele também

- Ele não faz o tipo de seu pai, ele gosta de cara marrento, acho que você se lembra bem do seu paizão como ele era marrento, o tio César amava o jeito do seu pai.

- Verdade, me lembro que paizão um dia veio buscar o paizinho aqui no hospital e ele estava conversando com um médico cirurgião plástico, que dizia que o paizinho não tinha necessidade de fazer nenhuma cirurgia, pois ele estava perfeito. O paizão ficou tão furioso que atrastou meu pai pra casa, quando cheguei em casa os dois estavam radiantes.

- Agora me leve pra ver aquele pequeno anjo.

Nos levantamos e fomos em direção ao quarto de Gustavo, não cansava de ficar perto daquela criança, queria protegê lo de todos os sofrimento que a vida impõe.

Ao  entrar no quarto, não vejo ninguém, eles não estavam lá, tinham indo embora, aquilo me desesperou.

- J C tá tudo bem, meu amigo?

- Eles foram embora, e agora o que irei fazer, o Henrique não teve nem a capacidade de se despedir de mim.

- João Carlos, vai agora descobrir o endereço do Henrique e vai atrás dele, se entrega a esse sentimento.

- Não sei se devo fazer isso.

- Lógico que deve, o não dele você já tem, corre atrás do sim, e você só saberá quando se abrir pra ele, e quero que saiba que estarei com você independente de qualquer coisa.

Sai daquele quarto correndo, indo direto ao RH do hospital

- Boa tarde Carla

- Boa tarde doutor, em que posso ajudar.

- por gentileza Carla, me dê o endereço do enfermeiro Henrique Lamart.

Imediatamente ela passou o endereço dele, agradeci e fui para o endereço.

Quando cheguei em frente a casa, já estava anoitecendo, respirei fundo desliguei e sai do carro, cheguei a campainha e toquei.

Seja o que Deus quiser.

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