Depois de repensar inúmeras vezes, eu finalmente acreditava ter um bom plano e ter a certeza de que estava disposta a correr os riscos em que isso insistia.
Eu diria ao meu pai que iria dormir na casa de Camille, ele me levaria até a porta da casa dela e quando ele for embora eu seguiria à pé para o restaurante onde Jasper me esperava. Quando o jantar terminasse, eu voltaria para a casa de Camille e realmente dormiria lá.
Não era um plano digno de um Óscar. Mas embora fosse simples, era o plano perfeito. E como eu já havia conversado com Camille e ela tinha aceitado embora eu tivesse dado poucos detalhes, tudo o que me faltava era convencer meu pai.
— Pai, eu vou precisar dormir na casa da Camille hoje. — murmurei me sentando ao seu lado no sofá da sala enquanto ele lia uma revista qualquer.
— Para quê? — ele perguntou de imediato.
— Precisamos finalizar um trabalho de Geografia. E queríamos ir lá na biblioteca da escola bem cedo amanhã. Antes das aulas começarem. — essa era a maior mentira que já havia inventado na minha vida por enquanto, mas eu acreditava piamente que era por uma boa causa.
— Mas vocês não poderiam ter feito isso hoje? — meu pai não se deixou convencer fácil, e me olhou por cima de seus óculos de leitura.
— A biblioteca só ficava aberta até as 3 da tarde. E até as 5 a Camille ficou ocupada ajudando o avô dela a montar a horta da casa dele. — até eu me surpreendi com o nível da minha mentira naquele momento.
— Certo, você pode. Contanto que tenha juízo. — meu pai afirmou após alguns segundos calado.
— Sempre tenho, pai. Pode me deixar na porta da casa dela às 7 da noite? — me apressei em o perguntar, não conseguindo conter a alegria dentro de mim.
— Posso. — ele afirmou e eu subi as escadas de volta para o meu quarto.
Às 19:25 em ponto eu estava na porta da casa de Camille, disse ao meu pai que não precisava esperar que ela saísse e ele curiosamente concordou indo embora facilmente. Mas logo eu iria descobrir que não foi uma simples sorte ele ter sido osso bom de roer...
A casa de Camille ficava perto do restaurante que Jasper havia me passado o endereço, e segui à pé para o local.
— Vim me encontrar com Jasper Ávila. — informei à atendente que me recebeu.
— Ah claro, venha comigo, Senhorita. — a mulher de cabelos já grisalhos disse me guiando pelo restaurante.
Passamos por todas as mesas, e já ia perguntar à mulher para onde estávamos indo quando ela abriu uma cortina revelando um lugar reservado no restaurante.
Jasper estava sentado em uma mesa no centro do lugar iluminado quase que apenas com velas.
Sentia o meu coração martelar dentro de meu peito com força total enquanto me aproximava da mesa que era única no ambiente reservado, longe dos olhares curiosos das demais pessoas no restaurante barulhento.Ele estava usando uma camisa social cinza, que marcava sutilmente seus músculos desenhados. A calça jeans, sempre preta, pendia sobre seus quadris desajeitada quando ele se levantou, e seu cabelo castanho tinha um brilho sob a luz das velas que também refletiam em seus olhos azuis parecidos com duas pedras preciosíssimas.
— Que bom que realmente veio. — disse com um sorriso torto, e de repente a garçonete se foi, nos deixando à sós.
Ele puxou uma cadeira para que eu me sentasse e se sentou à minha frente.
— Achou que eu iria faltar? — perguntei sorrindo e ele passou a mão pelo cabelo sempre desengrenhado.
— Nunca se sabe. — disse finalmente dando de ombros.
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O Direito De Amar
Короткий рассказAnneliese cresceu ouvindo histórias de amores impossíveis. Até mesmo a de seus próprios pais. Mas ela nunca acreditou que a sua história de amor também seria assim. E quem dera não tivesse sido... Agora Liese está em um tribunal, ouvindo uma senten...