Capítulo 5 ( Douglas)

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Cuidando dos cavalos na Fazenda, paro e admiro o maravilhoso campo verde, eu sei que isso aqui nunca foi e nem será meu, mas como funcionário, fico orgulhoso de ver que sou capaz de ajudar a deixar esse lugar mais lindo do que já é

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Cuidando dos cavalos na Fazenda, paro e admiro o maravilhoso campo verde, eu sei que isso aqui nunca foi e nem será meu, mas como funcionário, fico orgulhoso de ver que sou capaz de ajudar a deixar esse lugar mais lindo do que já é. De repente alguém me pega de surpresa, tapando meus olhos com as mão, por serem tão pequenas e macias, já imagino quem seja.
- Oi Joana.
Rindo, ela sai de trás de mim e para na minha frente, toda arrumada e cheirosa.
- Como adivinhou ? - Ela pergunta mas não parece surpresa.
- Intuição. - Falo sorrindo. - Aonde vai assim tão bonita ?
- Agora, para lugar nenhum, estou esperando minhas amigas que estão chegando hoje de Goiânia, acho que o papai vai pedir a você pra ir buscá-las, mamãe saiu com o motorista e ainda não voltou.
- Ah, sem problemas, vou só acabar aqui e vou perguntar pra ele se vai querer que eu vá mesmo.
- Mudando de assunto, queria lhe agradecer sobre aquele dia na festa, eu realmente fiquei com medo daqueles caras e não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado bem na hora.
- Não se preocupe com isso, sei da fama deles e só de ver que era você naquela situação eu fiquei nervoso, não pensei duas vezes, eles mereciam uma lição a tempos.
- De qualquer forma, tô de devendo uma. - Joana me dá um beijo no rosto e sai me dando tchauzinho.

Depois de dar comida aos cavalos e ajuda o Sílvio, que hoje estava mas mal humorado do que de costume, diga-se de passagem, vejo o Sr. Cézar andando na minha direção.

- Douglas, meu rapaz, tudo certo por aqui ?
- Tudo certo Sr. Cézar, no que posso ajudar ?
- Que bom que perguntou - Ele fala sorrindo. - Preciso que vá até a rodoviária pra mim por favor, umas amigas da Joana estão chegando de Goiânia e não queria que vinhesse sozinha.
- Claro Sr. Cézar, a Joana até comentou comigo sobre isso, eu vou sem problemas.
- Muito obrigado meu garoto, eu sei que você não é motorista, mas a Leyla saiu com o Paulo e até agora não voltou.
- Tudo bem, preciso mesmo praticar a direção. - Falo meio sem graça.
O sr. Cézar pagou uma auto escola pra mim, mesmo eu não sendo motorista da Fazenda, mas como ainda não tenho carro nem moto, só tenho a oportunidade de praticar quando ele me pede esse tipo de favor.
Sr. Cézar da dois tapas nas minhas costas, joga as chaves da sua Hillux pra mim e sai.

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Já estou na metade da estrada pra rodoviária, no rádio tá tocando Zezé de Camargo e Luciano, tô com um sorriso de orelha a orelha por tá dirigindo tão bem, mas ouço um barulho que acaba com minha alegria. Quando saio do carro, confirmo a suspeita, o pneu dianteiro furou, puta que pariu !! Corro pra pegar o celular e lembro que não coloquei aquela merda pra carregar, PUTA QUE PARIU !! Que porra eu vou fazer agora ? A borracharia fica no caminho de volta, mesmo se eu for andando, vou chegar na rodoviária só a noite. Estou pedindo a Deus uma luz (acho que ele teve pena de mim), quando vejo uma carroça vindo na minha direção, é o sr. Carlos, faço sinal e ele para.
- Tá fazendo o que aqui no meio da estrada parado Douglas ?
- Oh Sr. Carlos, foi Deus que te enviou, o pneu acabou de furar e eu não tenho bateria no celular, tem como o sr passar na borracharia e pedir pro Marcelo vim aqui ? Fala pra ele que é o carro do sr. Cézar, que eu tô com pressa por que tenho que buscar umas visitas na rodoviária. - Falo tudo de vez e espero que ele tenha entendido.
- Eu posso dar meia volta se quiser, vou com você até a rodoviária. - Ele responde, pronto pra ajudar.
- Não sr. Carlos, é umas visitas da cidade, sabe como é, o Sr. Cézar pediu pra ir de carro. - Falo em tom de desculpas e agradeço a oferta.
- Então tá bom meu filho, eu vou chamar o Marcelo.
- Muito obrigado sr. Carlos, vou ficar te devendo.

Já tem 10 minutos que tô esperando o barracheiro chegar e nada, as amigas da Joana já devem esta me esperando, finalmente o Marcelo chega.

- Porra Marcelo, pensei que tava vindo de jegue. - Digo quando eu desce do carro.
- Calma cara, eu tava fazendo outro serviço, não podia deixar pela metade.
- Me desculpa, é que tenho que buscar umas amigas da Joana e elas já devem ter chegado, você sabe que gosto de ser pontual e essas merdas acontecem. - Falo apontando pro pneu. 
- Bom, eu vim sozinho, então, se você quiser me ajudar pra ser mais rápido vai ser bem vindo.
- Pra agora !! - Digo já pegando os equipamentos.

Alguns minutos depois a gente termina, eu já dentro do carro, grito pro Marcelo:

- Valeu cara, depois passa lá na fazenda pra acerta, liga pro Sr. Cézar pra mim e
avisa a ele, fala que tô indo buscar agora.

- Falo sim Douglas.

Chego na rodoviária e entro depressa, procurando quem talvez fossem as meninas, de repente, noto uma moça olhando pra mim, ela cutuca a amiga que estava mexendo no celular e a mesma levanta a cabeça rapidamente e me encara descaradamente. Eu não vou ser modesto, sou um cara boa pinta, apesar de não malhar, meu trabalho na fazenda me dá um porte físico um tanto o quanto musculoso e já me disseram que eu tenho presença. As duas cochicham sem tirar os olhos de mim, noto que há algumas bagagens com elas e imaginando que sejam da cidade grande imagino que sejam as amigas da filha do me patrão. Me acalmo mentalmente (entrei na rodoviária parecendo que iria tirar o pai da forca) e vou andando lentamente na direção das duas.
- Olá, vocês são a Valéria e a Dafne ? - Pergunto bem educado e com jeito encantador. O sorriso da que estava no celular desaparece e quando descobrem que sou o "motorista" que atrasou, ela é rude e mal educada, tenho vontade de deixá-la, lhe ensinar uma lição, mas não fico nada por baixo e a trato da mesma forma.
Já deu pra perceber que essa riquinha vai dar trabalho, mas eu tô pronto para doma-la.

Continua....

SAIA DO MEU CAMINHO - PARTE 1Onde histórias criam vida. Descubra agora