[26] Road To Recovery

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Niall Horan

Depois de ela dizer aquela frase, eu dei-lhe um olhar em branco. Um nó nasceu na minha garganta, e quando o tentei engolir, isso só o fez maior. Ela disse-me que ela ainda o amava, mas eu também me relembrei que ela não estava apaixonada por ele. Havia uma diferença.

Os seus olhos estavam brilhantes e eu podia ver a sua mão a tremer enquanto ela ansiosamente esperava a minha resposta. Eu mordi o meu lábio e assenti, mordiscando uma unha, percebendo que esta resposta a estava a deixar mais nervosa.

“Okay.” Eu disse por fim.

“Okay?” a Avery perguntou. “Só isso?”

“Bem, não.” Eu admiti. “Desculpa, eu só estou a tentar perceber as coisas na minha cabeça.” A Avery assentiu, descansando contra a parede almofadada, parecendo adorável, apesar do que ela tinha acabado de me contar. Não interessava o que ela dizia, eu não podia amá-la menos. Talvez fosse assim que ela se sentisse em relação ao Jake.

“Eu acho que percebo o que queres dizer.” Eu suspirei, ainda a mordiscar o meu lábio. “Eu sei o que é ter um primeiro amor. Eu tive isso com uma rapariga chamada Tiffany, e ela acabou por me trair.” Doía falar sobre a Tiff, mas eu tinha que deitar isso para fora.

“Eu não sabia.” A Avery disse numa voz pequena. Eu dei de ombros.

“Mesmo que ela me tenha traído e me tenha trocado por ele, e ainda senti amor por ela. Não o tipo de amor que tu confessas a alguém num altar, mas uma espécie de amor triste. Por causa de todas as memórias, sabes?” eu suspirei, os mesmo olhos a ficarem húmidos. Eu esfreguei-os furiosamente.

“Isso... é exatamente como eu me sinto.” A Avery admitiu. “Eu não estou apaixonada por ele, eu não quero voltar para ele, eu não vou, nunca, estar apaixonada por ele outra vez. Mas ao mesmo tempo, eu sinto que não o posso deixar ir.” Ela correu os seus dedos pelo seu cabelo entrelaçado, e depois cobriu a sua cara com as suas mãos.

Eu alcancei-a, segurando os seus pulsos e puxando-os para longe da sua face. Mesmo que ela não tivesse nenhuma cicatriz física na sua cara, havia uma evidência de dor e mágoa.  Eu sabia que o que quer que o Jake lhe tivesse feito, a iria danificar para o resto da sua vida. Saber isso deixa-me imensamente zangado.

“Eu penso,” eu comecei, lambendo os meus lábios. “Que nós precisamos de ir a um aconselhamento. Uma espécie de terapia para lidar com isto.” Eu podia ver as suas linhas de preocupação, mas eu travei-a antes que ela pudesse falar. “Eu vou contigo, e com a Aimee. Seria na boa.”

“Eu...” a Avery suspirou, fechando os seus olhos. Eu vi uma lágrima escapar do seu olho esquerdo e eu fui rápido a limpá-la. Eu odiava ver a minha princesa magoada. “Eu preciso de proteger a minha filha. Eu vou contar à polícia. Eu vou arranjar ajuda.”

Um sorriso abriu-se na minha cara e eu gatinhei para ela, segurando-a perto de mim, nos meus braços. Eu embalei-a enquanto ela chorava, provavelmente muito assustada, e beijei-a repetidamente no topo da sua cabeça. Eu estava tão orgulhoso de ela dar o seu primeiro passo inicial. Nós estávamos a caminho da reabilitação.

“Obrigada amor, obrigada, obrigada.” Eu sussurrei, beijando-a por toda a sua cara, emoldurando o seu queixo na minha bochecha. Ela riu-se, apesar das lágrimas que corriam pelas suas bochechas, eu podia dizer que ela sentia um senso de liberdade.

Motel 6 [Niall Horan] (Tradução em Português)Onde histórias criam vida. Descubra agora