[42] Realisation

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Niall Horan

 

 

Três dias depois

“Papá, acorda!” A voz fina da Aimee interrompeu o meu sono. Eu gemi e rolei sobre o meu estômago, e uns segundos depois, senti uma dor aguda nas minhas costas, enquanto ela saltava sobre mim, rindo-se todo o tempo.

“Okay, já acordei.”eu grunhi, sentando-me na cama. A Aimee estava a vestir umas cuecas amarelas (essa era a cor que era suposto as cuecas serem, ela não se tinha mijado ou molhado) e parecia que ela tinha tentado pentear o seu cabelo. Ela deu-me o maior sorriso que era possível enquanto se sentada novamente sobre mim.

“Desde quando estás acordada?” eu perguntei, coçando a minha cabeça.

“Doze-ou dez minutos.” A Aimee decidiu. Eu ri-me e puxei-a para os meus braços, fazendo-lhe cócegas e fazendo-a guinchar, tentando tirar da minha mente, a dor que estava no meu coração.

“Bem, então. Já viste os tios?” eu perguntei. Mais uma coisa – assim que os pais da Avery descobriram que ela estava desaparecida, eles foram embora. Eles estavam com o sam, a fazer festas de procura por todo o estado. Uns diziam que era algo extremo, mas nós precisávamos de a encontrar.

“Uh-huh. O Zaynie deu-me um doce, mas eu já o comi.” A Aimee carrancou. “Eu quero o meu doce.”

Eu sorri e saí da cama, subindo um pouco as minhas calças de moletom, visto que estavam a começar a descair pelas minhas ancas. O relógio já marcava as 9:41, por isso não era assim tão tarde. Eu desejava poder ter dormido mais um pouco.

Dormir era a única altura em que eu me sentia bem. Eu podia dormir na inconsciência e esquecer a minha dor e preocupação. Quando eu estava a dormir, eu era indiferente a todas as dores deste mundo. Eu não estava alertado com o quanto eu me doloria, era o meu tempo de escapar a este inferno pessoal que se abatia sobre mim.

Mas uma parte de dormir, era acordar. Pelos primeiros segundos, a tua mente é inocente. Tu não te consegues lembrar de muito, mas depois as memórias e os pensamentos voltam e tu percebes que esta vida que estás a viver te está a causar dor. A sensação de realização de que tu tens de enfrentar o mundo, faz-te desmoronar.

Mas eu não podia, eu tinha de manter a Aimee sob a impressão de que tudo estava bem, e isso foi o que eu continuei a fazer. Até agora, ela só sabia que ela estava a visitar uns amigos por uma semana. Visto que ela não sabia o quão longa era uma semana, eu planeei manter a fachada por durante pelo menos duas, talvez três. Mas ela era pequena, não estúpida. Ela iria descobrir rapidamente.

Até agora, eu era péssimo neste trabalho. A Aimee já me tinha dado dois murros nos quais eu fiquei um pouco magoado. Eu estava com medo de a disciplinar, também, porque eu tinha medo de magoar os seus sentimentos. O Liam tomou conta da disciplina por mim, mantendo tudo simples e dando-lhe castigos.

“Pudemos brincar?” a Aimee perguntou nos meus braços. Nós estávamos na casa de banho, e eu estava a pentear o meu cabelo. Ela estava a traçar os seus pequenos dedos na minha pele, e de repente eu senti uma dor aguda no peito.

“Ow! Para que fizeste isso?” eu perguntei, agarrando-me ao meu peito. A Aimee rugiu em gargalhadas e elevou um cabelo loiro. Foi só aí que eu percebi que ela tinha puxado um cabelo do meu peito. “Isso não é nada bom, missy.” Eu disse, mas acabei por me rir de qualquer maneira.

Motel 6 [Niall Horan] (Tradução em Português)Onde histórias criam vida. Descubra agora