50 Tons de Medo

13° Capítulo

Pov Bella

Para as pessoas virtuosas, a revelação é um ato jubiloso, uma realização, a verdade é considerada divina, mas o que a verdade é para o ímpio, além de se tornar aterrorizante? À medida que segredos obscuros podem ter o perigo de serem expostos, e os pecadores, são punidos por seus pecados.

Tudo estava pronto em minhas malas, eu estava tentando entender onde se encaixava meus atos, onde entrava a verdade ou a realização de uma grande Mentira, meu casamento, este seria o ato certo, o ato que deveria prevalecer? Ou meu amor por Edward poderia ser mais forte a ponto de que meu pecado fosse protelar a verdade absoluta?

Dúvidas constantes em minha mente, eu só conseguia me definir com duas palavras: “Pecadora mentirosa”, mas a quem eu mentia mais se não a mim mesma? Batidas na porta urgente me tiraram de meus devaneios.

– Edward?

– Vim buscar suas malas.

O seu olhar era indecifrável, ele encarou meu rosto, e não olhou em meus olhos, passou por mim e foi direto pegar minhas malas.

– Edward?! - Nem eu mesma sabia se tinha algo a falar com ele, mas ele deixou a mala no chão, demorou uns segundos, vi seu punho fechar, ele realmente estava com raiva, virou-se lentamente ainda evitando meus olhos, quando os encontrou desejei que não tivesse o feito, pois foi um olhar mortal, uma dor que não podia medir o tamanho dela.

– Bella! – Ele veio em minha direção, o medo me assolava. - Porque Bella?

– Eu sabia a que sua pergunta referia-se, mas não respondi, mantive-me calada, abaixei meu olhar, tentando fugir agora de sua acusação ate que ele chegou mais perto ergueu meu queixo com a ponta de seus dedos, o simples toque me fez sentir aquele choque que sempre tínhamos, a sensação de fogo invadia meu ser.

– Não fuja de meu olhar Bella, eu quero saber exatamente o porquê. - Ele encarou a minha cama, ainda estava desarrumada, a empregada não veio arrumar, pois queria fazer minhas malas antes de tudo - Porque, você dormiu com ele, e quando digo dormir, eu digo...

– Chega Edward, há muitos porquês, mas o principal é: ele é meu marido, simples, Edward é isso, não entende? O que fizemos que foi errado.

– Não, eu me recuso a aceitar isso, você fugiu dele, eu te conheço, esta aqui não é você - Ele apontava para minha roupa, eu usava um terninho preto o qual Christian amava, sob um tubinho vermelho, meias pretas, e um Scarpin vermelho, eu estava a altura de uma senhora Grey. - Essa não é você Bella, eu te conheço, eu sei quem você é de verdade.

– Não Edward você está enganado, você não me conhece, você pensa que me conhece, pensa que sabe os motivos aos quais eu fugi.

Ele mantinha seu olhar, eu me irritei, se era para haver uma revelação, ela começaria pela verdade mais sórdida, aquela que nunca revelei a Edward, dizem que revelações nos ajudam a aceitar as coisas que mais precisamos expor, e segredos que tentamos desesperadamente esconder podem ser libertadores iluminando nosso caminho.

Abri a gaveta de minha escrivaninha, olhei para Edward.

– Venha comigo, eu vou te mostrar uma coisa, e veremos se me conhece tão bem.

Saí de meu quarto, subi o ultimo lance de escadas chegando a porta de madeira escura, coloquei a chave, girei e abri a maçaneta, revelando o quarto dos jogos. Entrei acendi a luz, Edward estava a todo instante de boca semiaberta, ele observava tudo com cautela.

–Veja isto Edward, estas coisas, este mundo, esta é minha vida a qual eu faço parte. - Eu falava alto, jogava meus braços, estava dando um show. - Agora você sabe, esta é uma parte de minha vida que você não conhecia.