Rock n Roll salvou a minha vida. Literalmente.
Eu estava pronta para me matar no dia em que Rock n Roll entrou na minha vida.
Foi um milagre. Por mais que eu não goste de pensar nas coisas como milagres (já que isso envolve religião, crença e afins), naquele dia foi exatamente isso que aconteceu: um milagre do universo.
Eu me lembro que eram entre 7 e 8 da noite. Eu moro com a minha mãe, e ela trabalha como enfermeira no turno da noite no hospital, então nesse horário eu já estava completamente sozinha em casa.
Até então eu só ouvia o que se tinha para ouvir hoje em dia, ou seja, porcaria. Eu já havia entendido há algum tempo que havia algo de errado comigo: eu estava sempre estressada, não tinha amigos na escola e nem fora dela, minha vida era praticamente ir da escola para casa e de casa para a escola, nada começou a fazer mais sentido. Minha mãe sempre foi super-protetora comigo,e quando você é criança isso é ótimo, mas quando você cresce e precisa a aprender a se virar sozinha e ter pessoas á sua volta que te apoiem em suas escolhas, isso se torna a pior coisa do mundo. E foi exatamente isso que aconteceu comigo. Eu amo minha mãe, mas hoje em dia nossa relação já deu. Ela queria fazer de tudo para ''não me perder'', e foi exatamente o que acabou acontecendo.
Mas enfim, naquele dia em questão, eu estava andando para lá e para cá parecendo um zumbi, tentando não começar a chorar de novo.
Então eu parei e pensei comigo mesma ''Eu deveria ouvir algumas músicas dos Beatles''.
Eu entrei no Youtube e comecei a ouvir algumas músicas. E de repente tudo estava bem. Era como se eles estivessem cantando e tocando tudo que eu precisava ouvir, coisas que nem eu sabia que eu precisava ouvir. Eu me lembro de ouvir ''Eleanor Rigby'', ''Lucy in the Sky with Diamonds'', ''All You Need Is Love'' e ''A Day in The Life'' a noite e madrugada inteira.
O clipe de ''A Day in The Life'' é uma das coisas mais linda que eu já vi em toda a minha vida, e ficar vendo e revendo o clipe de ''Eleanor Rigby'' acabou com a bateria do meu celular.
Quando eu acordei no outro dia, eu tinha que ouvir o primeiro álbum, ''Please please me''. Por sorte, eu achei inteiro no Youtube (porém, não sei mais se ainda tem), então eu ouvir várias, várias e várias vezes. Só que ficar ouvindo daquele jeito era horrível, então eu baixei o Spotify e direto já baixei todos os álbuns dos Beatles, Hahaha.
E eu não conseguia para de ouvir ''Please please me''. Era tipo assim ''Puta que pariu, isso é a melhor coisa que eu já ouvi na minha vida!''. E eu ouvia o dia inteiro sem parar mesmo. Depois eu começava a colocar para tocar fora de ordem, para eu gravar melhor cada detalhe da música. Eu só passava para o próximo álbum quando eu já tinha decorado todas as músicas de trás para frente, só de ouvir (Só com ''Michelle'' e ''Sun King'' que eu precisei de uma ajudinha...).
E foi assim que começaram os melhores anos da minha vida.
Claro, eu ainda estou depressiva, estressada e bebendo todos os dias, mas se eu não ouvisse rock n roll todos os dias, o dia inteiro, eu não estaria mais viva. Além do mais, foi depois disso que eu descobri e tracei um rumo para a minha vida. Eu descobri o que eu nasci para fazer e ser, mas eu irei deixar essa questão fora desse texto.
Óbvio que eu me apaixonei pelos quatro, porém, com os Beatles hora eu queria me casar com todos eles, e hora eu queria ser a melhor amiga deles. Foi quando eu comecei a ouvir outra banda que as coisas mudaram drasticamente: The Rolling Stones.
Primeiro que eu amei o fato do Mick ser também do signo de Leão (sim, somos o melhor signo), depois aqueles olhos azuis, aquela boca. Ele dançava de um jeito que era engraçado e sexy ao mesmo tempo. Eu me lembro de uma das primeiras entrevistas que eu vi da banda (ainda com o Brian Jones), e quando pediram para cada um dizer o nome e o que fazia, Mick disse ''Mick Jagger. I Sing'', para mim era a voz mais sexy que eu já tinha ouvido. Molhei a calcinha na hora.
Eu só comecei a prestar atenção no Keith Richards depois que eu vi um show dos Stones no Marquee Club, em 1971. Ele já estava todo estragado/decorado pelas drogas. E a imagem dele desse jeito, bêbado, fumando, se drogando e falando para todo mundo que ele não usava porra nenhuma, e ainda com o dente trincado, me deixava excitada num ponto que eu nem sabia que era possível. E nessa época eu já achava todos os garotos da minha idade idiotas e sem graça, depois disso eu não perdia nem meu tempo tentando achar algo de interessante neles. Eu gostava de homens do outro século, mas especificamente uns 40, 50 anos mais velhos do que eu (pois é, é triste essa vida de fã de rock clássico).
Meu plano era ir ouvindo as bandas e artistas solos de década em década, porém, eu liguei o foda-se e logo depois eu comecei a ouvir Led Zeppelin. Então um certo Deus da Guitarra fodeu com a minha vida para sempre: Jimmy fucking Page.
Puta que pariu. O que esse homem fez comigo eu não tenho palavras para descrever. Eu só fui sentir algo parecido com Axl Rose, muito tempo depois.
E o Jimmy deve ser um feiticeiro tão bom, mas tão bom que agora eu só consigo pensar em ''solo de guitarra, guitarristas, solo de guitarra, guitarristas''. Algo sobre quando a câmera dá close nos dedos tocando as cordas, como eles deixam a guitarra bem na frente da virilha, as caras de sexo que eles fazem enquanto tocam, parecem literalmente que estão fodendo a guitarra — e eu também. Fora os movimentos que eles fazem, totalmente orgásmicos.
Sério, é competição para ver quem mais parece que está gozando enquanto toca: Jimmy Page ou Eddie Van Halen.
E vários outros guitarristas vieram depois para me fazerem delirar. Tudo graças a Jimmy Page, que me destruiu física, emocional e hormonicamente, e eu amei cada segundo.
O fato sobre guitarristas é que... Nunca conseguimos explicar como de fato eles nos fazem sentir, mas quem sente o mesmo entende perfeitamente o que eu tentei explicar nesse texto.
E, á claro, infinitos obrigados ao Rock n Roll, primeiramente por ter salvado a minha vida, depois por tornar o mundo num lugar muito melhor.
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A.K.A. Groupie
FanfictionOne-shots com a nossa Groupie favorita, BB Wild. BB wild é uma personagem que eu criei para escrever esses contos. Alguns deles são de uma história muito maior e única que eu pensei há algum tempo, porém, nunca terminei de escrever. Um dia, quem sab...