A.K.A. Groupie

Officially Fucked Up (Rod Stewart)

A música soava alta no clube, mas eu estava tão entorpecida que só conseguia ouvir um som abafado, risadas e pessoas falando em outra língua á minha volta.

Eu estava sentada de pernas cruzadas no banco acolchoado, colado na parede. Á minha frente, eu via homens e mulheres dançando, Baby Groupies tentando chamar a atenção de qualquer um com sua maquiagem brilhante nos olhos e glitter no cabelo. Eu olhava para tudo e ao mesmo tempo para nada, sorrindo o mais abertamente possível, enquanto virara um drinque atrás do outro.

Rod Stewart, meu amigo colorido de longa data, estava sentado ao meu lado.

Ele conversava com uma mulher, sentada na ponta do banco. Eu acho que era Stevie Nicks. Eu só sei que ela tentou conversar comigo minutos antes, mas como eu não conseguia prestar atenção em nada do que ela dizia, e apenas ria de tudo, ela desistiu e começou uma conversa amigável com Rod, de braços dados comigo.

Eu e Rod estávamos vestidos iguais: fora ideia dele. Ambos de macacão branco, de gola alta e boca de sino, igual aos que Elvis usava em Las Vegas, e cachecol vermelho listrado. Ele o usava enrolado ao redor do pescoço, já eu fingia que era um casaco de pele, enroscado nos meus braços. A única diferença estava nos sapatos: Rod calçava sapatos brancos de dança, já eu estava com a mais alta sandália plataforma branca. Formávamos um belo casal, esfregando na cara de todo mundo ali.

Rod estava incrível com seu cabelo louro espetado para cima. Ele tomava um gole de sua bebida vez ou outra, mas eu sabia que ele já estava bêbado. Eu sabia disso porque viemos juntos enchendo a cara dentro da limousine.

— Pois é... Hmmmm... Deus abençoe o pau e as meias dele — Rod disse, coçando a cabeça. Stevie Jogou a cabeça para trás e riu.

Eu não entendi nada, mas ri mesmo assim.

Os dois conversaram mais um tempo, depois ela se despediu e foi embora.

Então Rod se virou para mim e me puxou pelo pescoço.

— Tudo bem aí? — Ele perguntou, sua voz suave quase sumindo em meio á música alta e abafada á nossa volta.

— Ahãm. — Eu respondi, minha boca pairando sobre a dele.

Nos beijamos e Rod levou suas mãos na minha cintura, apertando de leve. Eu levei minhas mãos ao seu cabelo, bagunçando os fios macios de um lado para o outro.

— Mmmmm. — Ele gemeu, separando nossas bocas — Eu adoro seu beijo.

— Eu sei. — Eu disse. — Mas obrigada.

Rod riu e coçou a cabeça, ficando ainda mais fofo.

— Awnnn. Você fica tão fofo coçando a cabeça.

— Cala a boca. — Ele riu e chamou o garçom, pedindo mais uma rodada para nós dois.

Estávamos na nossa segunda rodada — primeiro um shot, depois um beijo — quando o cara por quem eu estava esperando finalmente apareceu.

Meu amigo, também de longa data, trazia com ele uma garrafa de pet na mão, cheia de porra.

Ele andou até a nossa mesa e me entregou a garrafa.

Rod olhou dele, para mim e para a garrafa depois jogou a cabeça para trás e gemeu.

— Ah, não... — Ele riu, passando a mão na testa. — Não, não, não.

— Sim, sim, sim. — Eu ri da cara de desespero dele.

Meses atrás, eu e Rod havíamos nos desafiado a beber uma garrafa inteira de porra, porém, nunca conseguimos de fato fazer o desafio.

Então, semana passada, eu relembrei desse nosso acordo, então passei uma semana chupando todo mundo que eu visse pela frente, a fim de encher aquela garrafa. Claro que eu tive ajuda de algumas garotas também, mas na maioria foi só eu.

— Você está zoando com a minha cara. — Rod tirou a garrafa da minha mão e a analisou. — Como você juntou tudo isso? — ele perguntou, se virando para mim.

Eu passei a língua no meu lábio superior e pisquei para ele.

— Você prometeu. — Eu disse. — Você bebe metade, e eu bebo metade.

De repente estávamos nós dois rodeados por vários amigos de Rod.

Nós olhamos um para o outro e sorrimos. Ele abriu a garrafa e de um gole, passando para mim.

Eu bebi um gole e passei para ele de novo.

O gosto estava bem salgado, mas como eu já estava bêbada, mal conseguia sentir o gosto direito.

As pessoas ao redor assoviavam, aplaudiam e se jogavam no chão de tanto rir.

— O que eu estou fazendo com a minha vida... — Eu resmunguei, dando mais um gole.

Estávamos na metade da garrafa, e eu já sentia meu estômago fazendo uns barulhos estranhos.

Eu olhei para Rod e ele parecia que ia vomitar a qualquer momento.

— Olha a sua cara! — Eu toquei sua bochecha.

— Que porra eu estou fazendo aqui. — Rod deu mais um gole, dessa vez forçado um bico de enjoo.

Ficamos ali sentados até bebermos tudo, depois eu joguei a garrafa fora.

Nos apoiamos um no outro, respirando fundo.

— Você está bem? — Ele perguntou.

— Sim, E você?

— Ainda estou vivo. — Ele riu.

**********

Eu acordei deitada de bruços no chão frio da suíte do hotel. Minha cabeça rodava e minha testa parecia que ia explodir.

— Rod? — Eu chamei. Minha boca estava completamente seca, eu passei a língua para umedecê-los.

— Hmm. — Rod gemeu, deitado no chão atrás de mim.

Eu me virei, e vi que ele não parecia nada bem.

— Eu estou morrendo. — Ele gemeu, tocando o estômago com a mão.

Eu apoiei as mãos no chão e consegui me levantar bem devagar. Eu soava frio, meu cabelo estava todo colado ao redor do meu rosto.

Eu alcancei o telefone e liguei para a recepção.

— Bom dia. — Atendeu a voz.

— Oi, bom dia. Meu nome é BB Wild e eu estou aqui com Rod Stewart no quarto, e nós dois meio que estamos morrendo nesse exato momento.

Eu acordei novamente, e desta vez eu estava deitada na cama, com Rod Stewart ao meu lado. Ainda estávamos na mesa suíte, mas desta vez com várias pessoas ao nosso lado.

— O que aconteceu? — Eu perguntei.

— Beber toda aquela porra não fez bem para o nosso estômago. — Rod disse, então começou a rir. E eu me juntei a ele.