Oblivion

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Mei Ling foi pega de surpresa com a repentina pergunta de Lucas o que causou um silêncio constrangedor. Entretanto o garoto em momento algum parou de observá-la com seus olhos cor de chocolate. No momento em que Mei Ling foi afastar sua mão da de Lucas, o garoto apertou seus dedos sem muita força. Ela podia jurar que estava sendo sugada para dentro de um buraco negro no olhar de seu melhor amigo.

— Por favor, não fuja da pergunta... Eu noto coisas, mas vindo de você eu nunca sei se estou certo ou errado. Seja sincera, é por isso que fica tão irritada comigo? Eu não sei como se sente e não quero mais ser insensível por causa disso. O que sente por mim, é amor ou amizade?

Toda aquela situação estava deixando Mei Ling com tontura e as borboletas em seu estômago voavam livremente querendo sair de qualquer forma em suas palavras. Lucas não havia demonstrado interesse amoroso por ela, por este motivo estava com medo de acabar com a amizade revelando seus sentimentos, porém se lembrou de Mark. Ela não queria se arrepender.

— Eu gosto de você.

A coragem de Mei Ling fez suas palavras saírem firmes mesmo que estivesse com as orelhas extremamente avermelhadas. Não desviou o olhar e simplesmente permaneceu encarando Lucas pedindo com todas as suas forças para que ele não risse ou fizesse qualquer tipo de piada com a situação, como de costume.

— Você tem certeza de que eu sou tudo isso que pensa?

— O que quer dizer com isso?

— Eu não sou perfeito, tenho muitos defeitos e não quero magoar você mais do que já magoei.

— Lucas, eu amo todas as suas perfeitas imperfeições. Não estou pedindo para retribuir o que sinto, só me deixe te amar até que aprenda a amar a si mesmo.

Mei Ling compreendia os problemas que o garoto enfrentou durante a maior parte de sua adolescência. Sempre quis protegê-lo de tudo, mesmo sabendo que o amor seria platônico. Entretanto as reações de Lucas e as perguntas repentinas naquela tarde a fizeram repensar. Estava realmente certa em acreditar que ele nunca sentiu atração por ela?

— Você faria isso por mim? — ele sussurrou.

— Sem nem pensar duas vezes.

Com um sorriso tímido e sem jeito, Lucas desviou o olhar, visto que já havia terminado o passeio na roda gigante. Ambos saíram calados, contudo, as mãos continuaram conectadas uma na outra com dedos entrelaçados. Mark os esperava encostado na grade, que separava a calçada da roda gigante, com um sorriso suspeito e malicioso.

— O que os dois pombinhos fizeram lá dentro?

Corando, rapidamente os dois soltaram suas mãos e evitando de se encararem.

— Eu devia começar a cantar uma música de amor agora ou coisa do tipo? — assim que comentou, Mark se esquivou de um possível tapa de Lucas.

Os três começaram a rir, contudo Mark sentiu-se estranho por se lembrar do que Lucas havia comentado mais cedo sobre namorar Yan.

— Tudo bem, é brincadeira...! Acho melhor a gente ir embora logo, os seguranças vão notar que somos menores de idade e já sabe.

— É... E já está escurecendo. — Mei Ling encarou brevemente o céu.

— Vamos buscar nossas jaquetas.

Assim o fizeram, porém no momento em que estavam retirando as folhas grudadas no tecido das roupas, sentiram uma forte luz atingir-lhes. Era a lanterna de um dos guardas do parque.

— O que estão fazendo aí? — a luz da lanterna percorria a face dos três amigos — O que estão escondendo?

— Ih, ferrou... — Lucas murmurou.

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