Capítulo 6

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Capítulo 6

Quando finalmente sozinho no quarto, Rin caminhou até a cama enquanto puxava a toalha esquecida sobre sua cabeça. Ele sentou-se ao lado das roupas deixadas por Haruka, pegando a camiseta branca e virando-a de um lado para o outro, sentindo como a malha era leve e parecia confortável.

Ah... Não era nem ao menos necessário que a trouxesse para mais perto para sentir o cheiro de Haruka nela, aliás, não somente nela, mas àquele quarto todo estava impregnado com a essência do Nanase. Era um perfume único e particular, o cheiro de sabonete misturado ao aroma natural da pele do outro, aquele cheiro que não poderia ser descrito em palavras mesmo que quisesse.

Ele riu com seus próprios pensamentos idiotas e apaixonados.

Se Sousuke estivesse ali estaria rindo dele, com toda certeza. Não era a toa que fora seu melhor amigo a abrir seus olhos para o que sempre esteve diante de seus olhos.

– Você soube algo sobre o Haru nos últimos dias? – questionou.

Estava na praça de alimentação do shopping em seu horário de almoço. O fone de ouvido estava pendurado em sua orelha enquanto sua mão se ocupava do celular e a outra da lata de coca-cola a qual bebia.

– Por que você perde tempo perguntando para mim, Rin? – a voz do Yamazaki soava mais grosseira que o normal.

Rin jamais compreendeu ao certo o porquê do melhor amigo detestar o "Nanase" – como ele sempre fizera questão de sempre tratar de forma tão formal.

Ele sempre compreendeu que no passado havia se desentendido com Haruka, e Sousuke, como seu melhor amigo, acabou por tomar suas dores, mas assim que se reencontraram fizera questão de esclarecer que todo o problema com Haruka, e todos os antigos colegas de time, havia sido resolvido, mas ainda assim Sousuke parecia guardar mágoas que pelo Matsuoka nunca seria compreendidas.

– O que te faz pensar que logo eu iria saber algo sobre a vida do Nanase? – o tom gutural voltou a falar, dessa vez menos hiperativo, mas ainda assim grosseiro e impaciente.

Nos últimos dias Sousuke parecia mais irritado consigo que o normal. Rin só não entendia o motivo.

– Você me disse que tinha algumas aulas com o Makoto. – Rin tentou esclarecer. – E então eu pensei que...

– Não é porque eu e o Tachibana partilhamos o mesmo ar que eu sou obrigado a falar com ele, e se esse fosse o caso, pode ter certeza que a última coisa que eu faria seria perguntar sobre seu príncipe encantado. – Sousuke cortou-lhe de uma vez.

Os olhos carmesins reviraram-se de maneira impaciente.

Às vezes Sousuke lhe irritava a um nível que sentia vontade de atravessar o celular só para quebrá-lo na porrada. Esse tipo de brincadeira idiota sempre o incomodou, assim como já havia advertido o Yamazaki milhares de vezes, mas aquele idiota persistia na mesma tecla e na piada que havia sido reciclada mil vezes.

– Que bicho que te mordeu, hein? – perguntou com incômodo na voz. – Você me disse que estava no intervalo agora, por isso estou ligando. Se estiver incomodando basta dizer. Se não queria falar comigo, era só não atender. Merda... – apertou o aparelho para conter o desejo de desligar na cara do melhor amigo.

Uma risada debochada veio logo em seguida do outro lado da linha.

– Não fode com meu bom humor, Rin. – a resposta seguiu a mesma linha de cinismo. – Nós dois sabemos o fato de você estar me ligando, caso contrário não estaria me questionando sobre o Nanase tão de cara.

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