Capítulo 5
O caminho de volta foi silencioso.
Rin manteve sua destra repousada nos ombro do Nanase durante todo o trajeto, trazendo-o para junto de si, para que assim pudessem dividir o curto espaço embaixo do guarda-chuva.
Em momento algum eles discutiram sobre o que sucederia ao longo das próximas horas, afinal, Rin estava acompanhando Haruka até em casa, mas ele não fazia ideia do que iria acontecer assim que chegassem ao destino.
Devia convidá-lo para entrar?
Quando chegaram à escadaria que conduziria o morador à sua residência, houve um momento de silêncio um pouco constrangedor.
Rin travou os pés na rua enquanto o Nanase pisou no primeiro degrau, voltando-se para trás, mas em momento algum pareceu ter a intenção de realmente fitá-lo.
– Bem... – estendeu o guarda-chuva para que o menor pegasse. – Está entregue. – informou com um sorriso desajeitado.
Os lábios de Haruka se abriram, mas sem realmente nenhum som sair, limitando-se a passar a língua no lábio inferior antes de mordê-lo em seguida, claramente sem jeito. Em um reflexo automático, sua mão guiou-se para o cabo do guarda-chuva, sua palma envolvendo a do Matsuoka.
Os olhos azuis se direcionaram a face do ruivo, este por sua vez fitava-o com um leve erguer de lábios, aquele sorriso genuíno que parecia fazer o coração do Nanase aquecer e falhar em uma batida quase dolorida em seu peito.
– Você não... – Haruka vacilou, desviando o olhar.
– Hm? – mostrou-se interessado enquanto sua mão se guiava para o rosto do outro. Os dedos afastando uma mecha negra da frente dos olhos azuis antes de deixar a mão escorregar para trás da orelha, acariciando-a e apreciando o leve rubor que tomou o rosto de Haruka diante o gesto.
O Nanase sentia aquele incomum arder em suas bochechas e as batidas aceleradas em seu coração aumentarem gradativamente conforme sentia o toque intimo dos dedos frios de Rin na curva de sua orelha, um gesto pequeno que parecia conseguir desencadear reações contraditórias dentro de si.
Era tudo tão novo e parecia acontecer tão rápido. O que o surpreendia era o fato de que Rin estava se comportando como se tudo aquilo fosse completamente natural, enquanto ele não conseguia parar de pensar no quanto o mundo parecia querer desabar a cada gesto do Matsuoka para consigo.
– Você não precisa ir embora. – as duas últimas palavras saíram em tom de sussurro, Rin quase não conseguiu ouvir.
– Como é? – inquiriu com diversão na voz. – Está me pedindo para ficar?
Convencido!
– Tsk! Entenda como quiser. – resmungou antes de afastar a mão do ruivo de seu rosto com um safanão.
Quando Haruka passou a subir rapidamente os degraus sem uma despedida formal de sua parte, Rin entendeu o quê soou para ele como um convite mudo, pois não teve outra escolha a não ser acompanhá-lo centímetros atrás, já que o mesmo não fez questão de pegar o guarda-chuva, fazendo com que ele tivesse de segui-lo para que este não mais se molhasse.
Subiram a escadaria em completo silêncio fora o barulho de seus pés contra o concreto molhado, e quando chegaram ao topo da escadaria que dava ligação a casa do Nanase, o mesmo apressou-se para ir até a porta enquanto vasculhava os bolsos de forma afobada. Rin vinha logo atrás, caminhando mais calmamente, fechando o guarda-chuva no processo e passando as mãos pelos cabelos, notando-os pouco úmidos.
– Você não poderia ser menos grosseiro, poderia? – indaga ao se aproximar o suficiente de Haruka, encostando suas costas contra a parede, escondendo-se da garoa embaixo da cobertura de telhas na varanda.
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Soluções
FanficMuitas razões fizeram o passado de ambos se tornar um bagunçado e conturbado borrão cheio de altos e baixos. Porém, barreira que haviam construído diante o outro logo cairia, selando assim o acordo de paz em suas consciências, mas jamais resolvido e...