Million Dollar Man

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Dê uma olhada no fim do capítulo ao terminar a leitura ^^

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Que droga! Estou atrasado. Levanto rapidamente da cama e corro para o banheiro, onde me deparo com a criatura que sou ao me olhar no espelho. Por pouco não tenho olheiras. Ouço a música Blue Jeans, meu toque de telefone, e já sei quem provavelmente é. Vou até o mesmo e concluo o que pensei.

- O que foi? – digo ríspido, uma coisa que não tenho nesse momento é paciência.

- Calma, estressadinho! Dormiu de mau jeito foi? – ela zomba de mim, ao julgar pela sua risada ao fundo.

- Não tem graça, Amelie. Eu ainda não sei por que aceitei fazer isso. Que horas mesmo devo estar lá?

- Em meia hora, é melhor se apressar, meu anjo. – Amelie faz o som do relógio com a boca.

Amelie é minha melhor amiga, e vive me metendo em enrascadas. Ela acabou ficando doente, justo num dos dias mais importantes de sua vida: entrevistar um magnata bilionário.

Desde ontem eu estou estressado, algum babaca esbarrou em mim quando eu ia para o trabalho, e acabei derrubando meu cappuccino. Ele ainda se ofereceu para pagar por outro, mas eu estava atrasado, e o ignorei. O pior de tudo: o babaca era lindo. Seu olhar era... Não sei dizer, ainda mais por que meu corpo todo se estremeceu por causa da cor. Azul, em conjunto com o cinza. Tons de frieza.

Encaro meu reflexo no espelho. Não tem muito o que fazer. Tomo um banho rápido, enrolo uma toalha em mim e procuro uma roupa. Que maravilha. Meu armário nunca tem nada que eu goste, e é o meu.

- Quer ajuda? – Amelie está parada a porta, toda enrolada do cobertor.

- Espere, agora que eu percebi, aonde você estava? – pergunto secando meus cabelos com outra toalha.

- Fui no mercado comprar canja, aceita? – ela ergue uma sacola no ar. Eu reviro os olhos, isso é algo que faço muito, e a conduzo de volta para o sofá.

- Você deve ficar de repouso, Amelie. – vou até atrás do balcão da cozinha e pego uma tigela, aonde despejo a canja.

- Você é um amor, Dylan. – ela sorri quando lhe entrego, junto com uma colher. – Já sabe o que irá perguntar? – me sento ao seu lado.

- Sinceramente? Eu queria jogar essas suas perguntas no lixo. Não quero perguntar pra um bilionário que eu nunca vi na vida se ele é gay!

- Você vai se dar bem, garanhão. Agora vai se trocar, senão vai se atrasar. Aliás, coloque aquele sobretudo preto, por baixo uma blusa de manga, jeans e coturno. – ela diz com um sorriso.

Vou ao meu quarto e faço isso. Separo as peças na cama e suspiro. Pelo menos ela me assegurou que o Sr. Hale é um cara jovem. Eu queria ter a vida dele. Um dos empresários mais ricos dos EUA, e também um dos mais novos. Quando disse que eu nunca o vi na vida, eu não estava brincando. Meu forte nunca foi televisão ou internet, sempre mantive a cara enfiada nos livros. Eu amo ler. Meu sonho é e sempre foi trabalhar em uma editora, mas infelizmente nunca retornaram minhas ligações. O jeito é continuar trabalhando naquele lugar: uma loja de materiais de construção. A única coisa que salva ali, é o Sr. John, que é um amor comigo. O que me irrita é seu filho, que vive fazendo piadinhas por conta da minha sexualidade, babaca.

Termino de me vestir, e pego os papéis da entrevista que farei. Mais isso e um gravador, que ainda não aprendi a usar. Me despeço de Amelie e desço as escadas até o estacionamento interno do nosso humilde apartamento em Seattle. Sempre gostei de ver o olhar das pessoas quando eu dirijo meu fusca velho pelas ruas dessa linda cidade. Ele tem história, e por isso me orgulho de andar com ele.

Shades Of CoolOnde histórias criam vida. Descubra agora