Você vai ficar ao meu lado?
Vai me prometer?
Se eu soltar sua mão, você vai voar para longe
Vai desaparecer, tenho medo
BTS - Butterfly
Nevava, mas isso para ele não era nada, seu corpo estava preparado para qualquer clima, ele era um sombrio forte. E inabalável, até que se viu aos pés daquela humana tanto quanto Sehun.
Não sabia exatamente quando começou, se foi no dia que contou a ela toda a verdade e ela trouxe para dentro de casa seu amigo Gárgula chocado, o que foi um pouco divertido. Se foi com o passar dos dias em que ele conviveu com ela durante o dia e com ela e Sehun durante as noites ou quando começou a agir como um macho para ela, cuidava da sua alimentação, de sua felicidade e de seu bem-estar, ficava com ela como um guardião e estava começando a agir como um morador naquela pequena casa na beira da floresta. Não sabia definir quando, mas sabia definir bem que já amava tanto quanto Sehun, aquela pequena fêmea delicada.
Que se empenhava muito em tentar descobrir o nome do amigo... Sem sucesso.
Sehun agora vinha todas as noites e ficava até o limite que podia ficar, ela o tocava com muita frequência e fazia afagos por longos períodos de tempo no cabelo dele fazendo seu amigo sorrir mais do que sorriu sua existência toda. Ela o fazia feliz, e Namjoon ficava feliz com a felicidade de ambos, se ao menos conseguissem quebrar a maldição da gárgula, poderiam continuar assim, para sempre.
Seu coração desejava aquilo, embora jamais imaginasse que um dia ia desejar algo do tipo. Foi um animal solitário, até encontrá-la. E devia aquilo a Sehun, algo que jamais poderia pagar em vida.
Entrou na casa pela porta da cozinha e deixou os coelhos sobre a mesa. Tinha levado quase o dia todo para caçar bons coelhos, pois ela estava com vontade de comê-los. E ele lhe daria tudo o que ela desejasse e tivesse ao seu alcance.
Tirou a neve de si, enxugou seus cabelos e foi para a sala sorrindo a vê-la deitada lendo uma de suas histórias de mulheres. Ela adorava aqueles romances e Namjoon adorava assisti-la ler pacifica deitada de jeitos engraçados no sofá macio.
Ao se aproximar viu que ela dormia e pensou se deveria levá-la para cama, Sehun não gostava que ela dormisse desconfortável, embora ele achasse que aquele sofá era até que razoável. E logo a gárgula estaria ali. Namjoon queria que ele comesse os coelhos também, Sehun andava muito vegetariano para seu gosto.
A fêmea o havia enfeitiçado e se ela dissesse que ele deveria beber café por que era bom, ele faria, mesmo que não suportasse a bebida. Sorriu.
Ao menos ele, ainda que apaixonado, era racional.
Tirou a camisa que podia molhar sua bela humana e se curvou para pegá-la em seu colo e levá-la para cama. Mas parou estático quando ela abriu lentamente os olhos e lhe sorriu suave. Aquele sorriso o tinha sempre em suas pequenas mãos. Aquele sorriso mandava em sua alma.
— Gatinho...
Murmurou baixo, ele respirou pela boca, nunca tinha a tocado de forma sexual. Sua relação com ela e a dela com eles era carinhosa, mas nunca trocaram nenhum beijo. O porquê? Ele não fazia ideia, mas esperava por ela claro. Jamais a tocaria se não fosse recíproco, acima de seus desejos havia aquela fêmea e os desejos dela. E ele ainda não sabia bem se ela continuava de luto. Contudo uma verdade ele sabia sem dúvidas.
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Sussurre meu nome
FantasyEle queria ser seu anjo, mesmo que fosse só uma sombra em sua varanda e nada além de uma antiga gárgula cujo sol, aquela estrela inclemente, limitava em ações e tempo. Sehun, só desejava vê-la sorrir novamente.