Capítulo 6

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Depois de tomar essa grande decisão, decidi bolar um plano, no qual envolvia bebidas alcoólicas e talvez, só talvez, um boa noite Cinderela. Mentira, eu jamais faria uma coisa dessa. Ou faria? Foco no plano Atila, Foco.

...

Cheguei na minha casa, almocei e fui dormir um pouco, pois estava muito cansado, acordei já era quase noite, levantei, tomei um banho e fui mexer no meu celular, quando vejo uma mensagem de um número desconhecido.

- Oi.

- Oi, quem é?

- É o Alvin, queria falar com você, podemos nos ver?

- Alvin, com quem conseguiu meu número e porquê não fala por aqui?

- Com quem eu consegui não interessa. Não falo por aqui, por que o que tenho pra te falar é algo que não se pode falar por telefone. Então podemos ou não nos encontrar?

- Ok, aonde quer me ver?

- Pode ser na pracinha, a que você estava ontem.

- me perseguindo garoto?

- Kkkkkkkkk, claro que não, é um dos meus lugares favoritos, gosto de sentar na grama verde e pensar nas coisas, na vida. Saca?

- Hum sei, pois indo , até daqui à pouco.

- Até...

...

Assim que cheguei, o encontrei sentado e olhando pro nada, ainda não tinha percebido minha presença. Alvin estava chorando, o que será que se passa pela cabeça desse garoto pra ele estar assim?

- Alvin, você tá bem?

- Oi Atila, não vi você chegando. Disse Alvin secando as lágrimas.

- Por que você tá chorando?

- Sabe quando você faz algo que depois se arrepende muito?

- Do que você tá falando Alvin? Me explica isso, deixa eu te ajudar.

- Eu sou uma péssima pessoa Atila, meu pai e minha mãe são muito religiosos, e se eles descobrirem que fiz isso, eu tô perdido. Disse Alvin começando a chorar novamente.

- Você fala do acontecimento em Malibu, entre você e o Brad?

- Como você sabe disso?

- Vocês deviam fechar a porta do quarto. Eu fui tomar água e vi tudinho, mas não se preocupa, minha boca é um túmulo.

- Hoje na minha casa, eu perguntei pra minha mãe o que ela pensa em relação ao homossexualidade, sabe o que ela disse?

- O que? Fala, vai te fazer bem, confia em mim.

- Ela disse que se eu for essa aberração, ela vai me internar em um hospital psiquiátrico, que lá que lugar desse tipo de gente. Eu não sei como vou fazer Atila, meu pai disse que iria me espancar até eu virar homem de novo.

- Alvin, quanto à isso eu não sei se sou uma boa pessoa pra te aconselhar, quando eu me assumi pra minha mãe, ela falou que não importava minha orientação sexual, ela continuaria me amando, por que independente de tudo, eu ainda era filho dela, mas sabe de uma coisa, você precisa enfrentar seus medos, se eles não te aceitarem, você procura um lugar pra você, cara olha pra você, um dos modelos mais bem pagos da cidade, você precisa saber que não depende deles pra nada, se eles não te aceitarem, você vai ter uma tropa de amigos que vão te aceitar do jeito que você é.

- O que me preocupa não é isso Atila, eles dependem de mim, sou eu que sustento a casa com o dinheiro que recebo, minha mãe faz bicos, mas ganha muito pouco, meu pai só vive sentado na poltrona vendo TV, por causa do problema de saúde dele.

- Então deixa eles sentirem sua falta Alvin, quando eles verem que nunca deveriam ter te deserdado, eles vão voltar atrás, você vai ver.

- Quer saber, você tá certo, vou fazer isso que você disse, vou contar pra eles e ver no que vai dar, muito obrigado pelos conselhos.

- Agora me tira uma dúvida, por que você me chamou pra conversar e não o Brad?

- Brad não sabe dar conselhos, o que ele ia me dizer com certeza era. Manda eles se fuderem cara. E eu queria saber de uma pessoa que já saiu do armário. Tenho que ir agora, até amanhã. Eu farei isso, mas só por que amo Brad, é por ele que farei isso, eu sei que ele é um imbecil, mas quando ele abre aquele sorriso, sinto como se fosse voar pro céu, muito obrigado pelos conselhos Atila, até amanhã cara.

Depois de ouvir aquilo saindo da boca de Alvin, percebi que seria babaquice minha tentar algo com os dois, o melhor a se fazer é deixa-los felizes, apesar de tudo, naquele momento soube que poderia ter um amigo leal, e não seria legal fazer algo pra destruir sua felicidade.

Alvin foi embora e eu continuei lá. Passei tanto tempo na pracinha que nem percebi quando alguém chegou e falou comigo, só depois de me tocar, que eu vim cair em si.

- Oi Atila, o que faz aqui sozinho?

- Tava pensando no quanto sou azarado, mas quem diabos é você mesmo e como me conhece?

- Eu não me surpreendo com isso, ninguém me conhece, eu sou Jacob, sou da sua turma de Biologia, te vi aqui e resolvi ver se você era um babaca por ser popular no colégio.

- Que é isso, eu jamais ignoraria alguém, até porque já fui assim também, então, não gosto de ignorar ninguém.

- Que bom que você não é como os outros, estava pensando no que, tava tão distante quando cheguei aqui.

- Na vida, são tantos problemas, tantos medos.

- Sua vida parece ser tão perfeita, nem parece que passa por problemas.

- É aí que você se engana, minha vida não é tão perfeita​ assim como todo mundo pensa.

- Nossa, você é tão sorridente, nem parece que passa por problemas, enfim, foi bom te ver, vou pra casa agora, tchau!!

- Até mais.

Jacob é um garoto muito bonito, me admira ele não ser popular na escola.
Depois desse tempinho na praça, decidi ir embora, estava com sono, quando cheguei na minha casa, tomei um banho, comi, escovei os dentes e fui dormir.

...

Eu estava em uma cidade pequena, todos me conheciam, me abraçavam e me cumprimentavam. Tinha um rapaz, não me lembro do seu rosto, mais sábia que ele tinha uma pele morena, ele me beijava e me abraçava, me chamava de amor e dos nomes mais lindos, ele literalmente, me enchia de carinho, num certo momento ele saiu de perto de mim, eu sentia que ele era a pessoa certa pra mim, vendo ele se afastar, meu coração acelerou e eu senti que algo ruim ia acontecer. Estava tomando um banho quando ouvi os gritos, várias pessoas ao mesmo tempo, falavam coisas aleatórias, coisas do tipo, cuidado, você vai se machucar, sai daí. Nesse momento eu me desesperei e sai só de toalha na rua pra ver o que estava acontecendo, tinha um homem, cujo não lembro do rosto, ele estava agredindo o meu amor, a pessoa que eu sabia que era a certa pra mim, ele o jogou de cima de uma árvore, no momento em que ele foi jogado, caiu depois de um muro que tinha logo após a árvore, eu me desesperei e sai correndo para vê-lo, a ambulância chegou, levou ele e não me deixou vê-lo, mesmo eu dizendo que ele era meu namorado, comecei a chorar desesperadamente, quando o homem que o empurrou, chegou perto de mim e disse.

- Não vai adiantar, sempre que você achar a pessoa certa, a pessoa que te fará feliz pro resto da vida, eu vou chegar e vou machula-lo, você nunca será feliz, todos os seus amigos encontrarão alguém, menos você.
Ele saiu rindo da situação e eu fiquei o vendo partir.
Acordei desesperado e todo suado, estava com os olhos molhados, então percebi que por mais que eu tente, nunca vou encontrar alguém, sempre acontecerá algo pra impedir minha felicidade.

Continua....

Espero que gostem desse capítulo, desculpa a demora, votem no livro e sigam meu perfil. Até a próxima.

Eu Odeio Amar Esse GarotoOnde histórias criam vida. Descubra agora