Two.

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Point View Day:

Ela está linda, aliás, o nome dela é Caroline Biazin, sei disso pois está escrito no crachá. Seu cabelo está preso em um rabo de cavalo e quando o sol reflete nele, fica mais claro e ruivo do que o normal, é perfeito.
Usa uma calça preta jeans, uma camisa branca, um tênis preto com traços brancos mas o avental azul bebê quadriculado tampa a roupa, indo do peito até ao joelho.

Ela anda para lá e para cá no restaurante, por ser horário de almoço há bastante clientes para atender. Sempre com o bloco de notas na mão para escrever tudo o que é pedido.

Todo dia eu sento numa mesinha redonda de madeira e uma cadeira alta, mas o local é rodeado por mesas quadradas retas encostadas nas paredes com dois minis sofás de cada lado oposto - estilo anos 80.
O lugar é mais familiarizado por ser lanchonete, mas também serve almoço e jantar. O chão quadriculado de preto e branco, bem iluminado, na frente o nome do restaurante em Led: "Fred's Diner" (pois o dono do lugar se chama Fred). Funciona 24h e recebe muitas pessoas, principalmente entre 12h à 14h, e, 20h à 22h.

Tem dias que eu passo uns 30 minutos na mesa só admirando Carol e escutando música nos fones, as vezes passa pra 40 à 50 minutos. Parece que fico presa em um mundo só meu, onde eu olho para ela e vejo a mulher mais linda do mundo, não gostaria de me intitular apaixonada, mas eu realmente estou, não dá para não se apaixonar na beleza e simpatia daquela mulher.
É engraçado porque ela nem sequer é minha amiga e quando vejo alguém dando em cima dela, só falta eu partir pra cima para agredir - ódio de sentir ciúmes pelo que não é meu... não ainda.

Eu estou sentada aqui de novo, olhando os passos, os sorrisos, o jeitinho dela de lidar com clientes estressados, e eu admito que tenho um truque para que ela não perceba que eu estou a observando: coloco meus óculos escuros, finjo estar mexendo no celular e com meus fones de ouvido escutando alguma música que, geralmente, não estou prestando atenção por estar com meus olhos completamente vidrados e seguindo seus movimentos.

Mas eu acabei me distraindo com outra coisa lá fora e tomei um susto quando ela chegou em minha mesa.

Carol: Olá, boa tarde. O que gostaria de pedir para hoje? -

E quando eu olho ela está a coisa mais linda do mundo, com uma maquiagem básica mas que a tornou ainda mais bonita, com um sorriso em seu rosto que não aparecia seus dentes mas irradiava meu ser só de olhar aqueles olhinhos sorridentes.

Eu acabei me perdendo na sua beleza, fazendo com que ela perguntasse de novo por ter deixado ela esperando e não ter respondido.

Carol: Oi??? Tudo bem? Então, você gostaria de pedir algo? - me perguntou olhando com uma cara confusa e eu logo tirei o fone para responde-lá.

Day: Ah, é.... olá, me perdoe, não tinha escutado, vou querer sim! Poderia me trazer... o prato do dia? - perguntei gaguejando e fingindo estar olhando o menu, mas estando olhando para seus olhos.

Carol: Ok....Anotado! Logo logo já vou trazer. - disse anotando e dando um sorriso que se eu não tivesse me segurado iria no chão com o tombo daquela perfeição.

Coloquei novamente os fones e observava cada pessoa ali no recinto, algumas eu já tinha visto antes, outras eram novas. Sempre tive essa mania de observar as pessoas, o movimento delas, a maneira que lidavam com as outras pessoas, como chegavam, se chegavam quietas, sorridentes, cara fechada, tristes, faladeiras, enojadas ou cansadas. Eu conseguia perceber rapidamente qual humor que transpassavam e estavam vivendo no dia. Acho que posso chamar quase de dom.

Passado alguns minutos, Carol veio em direção a minha mesa com o meu pedido e eu fingi estar olhando para outro lugar, só para não parecer ansiosa com a presença dela ali.

Baby Driver (Dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora