The Sun Sword - P2

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Depois de horas dentro daquela clínica, eu já sentia meu cérebro fritando dentro da minha cabeça, meu trabalho tinha acabado, mas eu preferia ficar lá dentro do que sair naquela ventania forte que provavelmente arrastaria meu corpo muito fácil, ou não, mas eu não queria tirar a prova. Apesar de estar lá terminando os arquivos de pacientes que nem me interessavam, eu preferia ter continuado com minha paz...mas o Nico precisava aparecer.

- Por que você voltou? Não tem mais pacientes aqui, você pode ir.

- Só queria ter certeza de que você voltaria bem pro hospital, pronto? - Eu não conseguia entender Nico, se ele se importava tanto assim comigo, porque me tratou daquele jeito no elevador?

- Não fique preocupado comigo, eu vou esperar a tempestade passar aqui mesmo, e não porque eu estou assustado ou fraco, mas sim porque é a coisa sensata a se fazer, se você quiser voltar, volte, o vento está ficando cada vez mais forte.

- Olha, eu sei que eu te chateei naquele dia no elevador mas..

- Você foi um escroto, eu me abri completamente pra uma pessoa que nem conhecia na esperança de alguma ajuda e tudo que você fez foi piorar uma coisa que já não estava boa em mim.

- Viu? Era isso que eu não queria, o drama, os sentimentos de uma pessoa que acabou de se assumir, eu passei por tudo isso faz muito tempo, passar por tudo isso de novo seria muito difícil pra mim, você é muito fofo, mas eu não posso te tirar do armário como um tipo de guru gay, ok?

- Eu não sou dramático, você é o drama aqui, e você é um idiota se acha que vai conseguir chegar até o hospital agora, o vento vai te carregar pra longe rapidamente sabia SR EXPERIENTE?

- Quer saber? Eu não consigo brigar com você. - Disse Nico rindo pra minha cara e indo em direção a saída, foi uma coisa tão rápida, ele abriu a porta e tudo que eu vi foi seu corpo desaparecendo, a tempestade estava num nível tão forte que seu corpo foi arremessado contra uma ambulância.

- NICO! - Eu tinha completamente esquecido da briga, corri rapidamente em direção a porta tentando me segurar lá dentro e achar onde o Nico tinha parado, ele estava desacordado na parte da frente de uma ambulância, tive que ir me esgueirando pelo chão pra conseguir chegar lá, todo tipo de coisa voava em direção a ambulância, macas, folhas e estilhaços de coisas que nem conseguia reconhecer.

Eu gritava o nome de Nico muito alto na esperança de acorda-lo, o vento era tanto que eu não conseguia ver se seus olhos estavam abertos ou não, segurei em seus braços tentando guiar ele pra dentro da ambulância em que ele estava encostado, tirei forças de onde não tinha pra abrir a porta, colocar ele lá dentro e conseguir entrar e fechar a porta depois.

- Você está bem? - Falei depois de conseguir fechar a porta da ambulância com muito esforço.

- Eu estou...isso foi..eu... - Talvez por dentro eu estivesse me sentindo o maior herói porém mantive minha cara fechada porque estava completamente irritado dele ter saído da clinica mesmo depois de eu ter falado que não era uma boa ideia.

- De Nada...

Eu estava completamente aflito dentro daquela ambulância, o silêncio que estava lá dentro era tanto que chegava a me dar vontade de rir, sou péssimo com situações como essa, mesmo sabendo que talvez não era uma boa ideia, eu precisava começar uma conversa, peguei um gelo que achei lá dentro e dei ele pra Nico.

- Pro seu rosto, tem um inchaço..do lado do seu olho. - Será que isso deixou claro que eu só conseguia ficar olhando pros olhos dele? Talvez, mas eu não queria esconder isso mais, porém não conseguia falar. Ele também ficou me encarando por muito tempo, me deixando vermelho.

- Por que está me olhando?

- Onde estão seus óculos? - Ah era isso? Ele tava procurando pelos meus óculos?

- O fio que segurava eles arrebentou enquanto eu colocava você dentro da ambulância.

- Vo..Você consegue enxergar? - Sinceramente, eu sentia falta do silêncio que estava aqui dentro, onde eu estava com a cabeça de começar uma conversa?

- SIM, eu consigo enxergar, não perfeitamente mas consigo, meus óculos estão provavelmente quebrados no chão ou foram arremessados em alguma árvore, o que é tudo CULPA SUA.

- Já acabou? - Ah eu tinha acabado de começar

- SIM, já acabei...Na verdade não, não acabei, você sabe o que também é sua culpa? Você achar que eu sou dramático e tenho muitos sentimentos, porque eu não tenho, eu sou nerd, eu não faria um drama por gostar de um cara, eu jogava jogos de RPG no porão da minha casa, que inclusive hoje em dia é minha ''casa'', isso pra mim era uma vergonha, e acredite, no auge da minha faculdade..não havia sexo..sexo era como a ''Espada do Sol''.

- Levi..o que diabos você está falando?

- Só..me escuta dessa vez, era uma arma mágica no jogo que era muito difícil de ser achada, era basicamente como um sabre de luz falante...esquece..Essa parte não importa. O que eu quero dizer é que, sexo não existia pra gente, então eu...não sabia que era gay..ou bi, claro, eu sempre soube que tinha sentimentos por garotos, mas eu não entendia, e fazia de tudo pra reprimir isso. Até você me beijar...você..me beijou, e eu senti o oposto de drama e vergonha. - Meus olhos se encheram d'água depois de eu dizer tudo isso, eu nunca tinha me aberto tanto com uma pessoa como eu estava me abrindo com Nico naquela ambulância.

- Eu senti como se eu existisse, e tudo estivesse se encaminhando para dar certo, pela primeira vez eu senti que eu estava segurando a Espada Do Sol e eu nunca.... -

Eu não consegui concluir minha frase, Nico pulou em mim e puxou meu rosto pro seu, me dando um beijo forte, fazendo eu me arrepiar inteiro e ceder...eu só cedi.

- Vo..você está me beijando só pra que eu cale a boca? - Eu precisava saber, as coisas tinham voltado a acontecer de novo, parte de mim não acreditava ainda.

- Não. - Foi tudo que Nico falou, e sinceramente era tudo que eu precisava ouvir, olhei pro rosto dele por três segundos, aquele sorriso bobo e aqueles olhos estreitos tinham realmente me ganho de uma forma surreal.

Puxei Nico e dei um beijo nele, levantando e sentando em seu colo, eu conseguia sentir suas mãos correndo todo o meu corpo e as minhas permaneciam no seu pescoço, eu nunca tinha dado um beijo tão quente e em estilo filme como aquele. A ambulância tremia e eu não conseguia saber se era pela tempestade ou se era o que estava acontecendo que fazia ela se movimentar.

Quando menos percebi eu já estava arrancando o jaleco de Nico, e ele tirando meu lentamente, nós dois queríamos um ao outro naquele momento, nosso beijo não parava por sequer um segundo, e quando parava, nossos olhos continuavam fixos um no outro, minhas mãos circulavam todos os músculos de Nico enquanto eu estava no colo dele, eu não sei se foi em algum momento no meio daquele beijo ou algum tempo depois, mas uma coisa clicou na minha cabeça.

Eu estava COMPLETAMENTE apaixonado por Nico Kim.



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