The Stormy Weather - P1

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Depois de Nico ter sido um lixo comigo no elevador depois de me beijar, eu jurei pra mim mesmo (eu menti) que ia focar no meu trabalho e esquecer os relacionamentos amorosos por um tempo, e eu consegui pela primeira vez fazer isso...por cinco dias. Apenas cinco dias.

Esses cinco dias ignorando Nico e tratando ele com todo ódio que ele me fez passar ao me beijar e me dar um fora logo depois por eu ainda estar "me descobrindo", me fez bem por um tempo, passei todos eles pensando apenas em mim, em como eu estava feliz com meu ''novo eu'' e como eu tinha evoluído com minha auto aceitação, afinal não tinha droga nenhuma pra aceitar.

Mas de alguma forma parece que tudo foi pelos ares naquele quinto dia, que pra mim seria um dia normal como todos os outros, levantei pela manhã e tomei café com minha mãe normalmente, me arrumei e me despedi dela, indo em direção a porta, que eu nem tive muito esforço pra abrir, eu só girei a maçaneta e o vento já a empurrou em minha direção, achei engraçado e ignorei, e fui pro trabalho normalmente, life's amazing.

O vento daquele dia estava tão forte que ele meio que assobiava nos meus ouvidos, as folhas das árvores caiam como se nunca estivessem grudadas nelas antes, que estavam só soltas na espera de algum vento bater e as levar, eu me sentia uma folha de árvore naquele momento. O tempo virava mais a cada passo que eu dava,enfim, eu já estava na metade do caminho pro hospital, voltar eu não iria, então, continuei minha caminhada até lá.

Cheguei lá e tudo parecia um caos, o hospital estava tomado por casos de trauma (que sinceramente me assustam bastante) e estavam todos ocupados, eu e Helm só conseguíamos ficar parados observando tudo e esperando alguma ordem, era tudo muito novo pra gente, até que a Bailey e Owen apareceram e começaram a guiar a gente por aquele grupo enorme de pessoas com ferimentos graves.

- Ok nós vamos precisar de toda a ajuda que vocês puderem dar agora, por favor NÃO me decepcionem, eu tenho certeza que vocês vão amar isso. - Disse Bailey enquanto eu imaginava todos os tipos de decepções que eu podia causar naquele dia com aqueles pacientes, e o quanto eu não iria amar aquilo.

Uma garota com um pau de selfie atravessado na cabeça passa pela gente fazendo meu estômago virar ao contrário dando três voltas completas dentro da minha barriga.

- Nós devíamos amar isso? Essa é a pior coisa que eu já vi, não sei se consigo fazer isso - Eu estava numa nova fase onde se eu não gosto ou não me vejo passando por uma situação, eu simplesmente falava, então eu precisava deixar ela sabendo.

- Ok, então me ajude indo pra clinica com Dr. Nico - E lá estava ele, atrás de mim,minhas pupilas subiram tanto que eu conseguia sentir elas na nuca, apesar de todo essa raiva que eu estava sentindo dele, eu ainda era idiota o suficiente pra continuar gostando dele, e muito. Ele saiu em direção a clinica sem nem olhar pra minha cara.

- Dra. Bailey, eu não tenho mais medo, eu posso ficar aqui ajudando nos traumas mesmo, por favor! Eu amo traumas!! - Eu acho que meu maior pesadelo além de um dia de tempestade, era passar um dia de tempestade..grudado com Nico.

- Tarde demais, supere esse medo no caminho da clinica, tchau, tenho mais o que fazer.

É..eu não tinha mais o que fazer além de enfrentar isso, e eu sinceramente não sei se estou falando da tempestade, da clinica, ou de Nico, só sabia que as três coisas estavam me estressando de uma forma que nem tenho palavras pra começar a explicar.
No fim das contas trabalhar na clínica não foi tão ruim, consegui liberar grande parte dos pacientes sem ter que trocar olhares e palavras com vocês sabem quem, até o ultimo paciente, porque tava tudo muito bom pra ser verdade.

- Eu só preciso cuidar desse último paciente e nós podemos fechar depois disso, o Dr. Karev disse que ele só precisa de algumas coisas e pode ser movido pra Pediatria. - Essas foram as primeiras palavras que eu consegui trocar com Nico depois de cinco dias de total silêncio, e eu me achei a pessoa mais profissional do hospital depois de falar elas.

- Eu só vou levar essa paciente lá pra dentro e volto pra cuidar do Josh, ele precisa de ajuda profissional. - Ele devia estar me testando ou alguma coisa, mas eu não ia deixar isso barato, ele quer briga? Teremos

- Eu consigo cuidar de Josh sozinho, muito obrigado, você pode ter tido mais experiência e ter tido mais...pacientes que eu tive, mas eu tive pacientes também, casos bem maiores que esses...Mas se..Você quiser ajudar com alguma coisa, leve ele pra pediatria quando eu acabar. - Talvez eu não tenha conseguido chegar no nível de grosseria que eu queria, mas era impossível aumentar minha voz com Nico olhando diretamente pros meus olhos daquele jeito, eu só conseguia lembrar do dia do elevador, e isso me matava por dentro.

Ele ouviu o que eu falei, abriu aquele sorriso bobo dele, e saiu da sala com a paciente, me deixando em dúvida se tinha dado um bom sinal de que não estava feliz com ele ou não, enfim, porque eu estava pensando nisso, era no trabalho que eu disse que ia focar e era isso que eu iria fazer. Pelo menos por enquanto...

Continua...

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