New Year, New Trouble

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Meu plano de mudança de hábito estava finalmente em prática e eu me sentia uma pessoa nova nos últimos meses, era época de Natal, meu primeiro natal no hospital, e meu primeiro natal com Nico (meu namorado? Sinceramente não sei) e era como se todo o espirito natalino estivesse preso em mim, apesar de eu antigamente não ser uma pessoa muito ligada ao Natal até porque passar o Natal só com minha mãe não era uma coisa tão animadora assim.

Minhas semanas no hospitais eram perfeitas e a cada dia que passava eu poderia me tornar a próxima Meredith Grey, e Nico seria meu Alex...porém um Alex que eu beijo as vezes, as vezes não, talvez o tempo todo, mas era necessário. O clima de fim de ano no hospital era bem parado, então eu tinha tempo suficiente pra ficar perambulando pelo hospital, o que era honestamente meu hobby preferido, acho que o clima mórbido de lá me dava algum tipo de inspiração ou vontade de refletir.

Eu finalmente encontrei Nico naquele dia, e inclusive, estávamos melhor do que já estivemos,  eu sentia que eu finalmente tinha começado a conhecer ele, e conseguido fazer que ele se abrisse mais pra mim, e por incrível que pareça, ser a pessoa mais fofa do mundo.
Apesar dos prós, eu e Nico ainda não nos rotulamos, óbvio que boa parte do hospital sabia que nós estávamos tendo um lance, mas era só isso, ele não era meu namorado, e eu não era o dele, pelo menos por enquanto. Eu não sabia se eu deveria dar um passo a frente, ou se eu esperava ele tomar a atitude, mas eu prefiro que a gente continue assim, o que a gente está tendo é bom, porque mudar isso?

- Como foi a ação de graças na sua casa? - Perguntei apenas por curiosidade enquanto sentava na cadeira de rodinhas ao seu lado.

- Foi legal, meio entediante, queria que você estivesse lá. - Era dessa parte que eu tava falando, ele conseguia me desestruturar facilmente com suas frases fofas.

- Lá?? Com sua família? - Isso nunca tinha acontecido comigo, talvez eu fique chocado com coisas que podem parecer um pouco simples.

- É, por que? É estranho?

- Não!! Eu irei ano que vem, e levarei a melhor comida que você já provou. - Ele ri e gira sua cadeira, olhando fixadamente nos meus olhos, e ele não parava, continuava me encarando, ele sabia que me deixava nervoso, e acho que era isso que fazia ele gostar tanto de fazer isso.

Eu conseguia sentir todos os pelos do meu corpo se arrepiando, qualquer momento com Nico conseguia parecer a primeira vez, era incrível.

- Está como um filme de terror aqui. - O hospital estava completamente escuro e vazio naquele andar, tinham apenas nós dois, as enfermeiras e alguns pacientes.

- Eu te protejo. - Eu sinceramente...não consigo. Basta, eu não aguento, PORQUE ELE FAZ ISSO COMIGO???

- Você é tão...brega. - Falo dando um tapa no braço dele, eu não ia conseguir ficar sem beijar ele depois daquele ataque de fofura.

Depois de muito tempo conversando com Nico meu turno acabou, e chocantemente, a semana também, as coisas estavam passando extremamente rápidas, quando eu menos percebi, já era praticamente ano novo, data onde todos os médicos se reuniam em uma festa anual, que esse ano seria na casa de Jo e Alex, e por mais irônico que isso possa soar, me referindo ao nosso passado, eu fui convidado.

Eu sinceramente não via a hora do ano virar, pra mim é uma das datas mais importantes, eu virava outra pessoa sempre que um ano começa (ou toda semana), é como um renascimento pra mim, e melhor, agora eu tinha a companhia de Nico, mesmo sem rótulos ou oficializar nada, eu sabia que ele estaria ali pra mim e eu estaria ali por ele, e eu acho que ter ele na minha vida fazia eu me perguntar porque eu nunca permiti que as pessoas conhecessem essa parte de mim, principalmente a minha mãe, mas eu sinto que isso era conversa pra outra hora.

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