Cap 4- Por que sempre tão ignorante..?

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Os raios de luz entravam pela janela enquanto as cortinas dançavam junto ao vento, o garoto deitado em meio as cobertas naquele quarto com alguns tons de vermelho finalmente havia aberto seus olhos. Ele olhou ao redor desnorteado e confuso {e abalado com tudo}, afinal, uma hora o mesmo estava em uma base sendo torturado e, em outra, estava em uma cama macia em um quarto familiar, o sono junto ao cansaço se fazia presente em cada canto de seu corpo como se estive anestesiado, respirou fundo fechando os olhos novamente e os apertando tentando acordar de vez.

Ele recobrava aos poucos os sentidos e, com isso, veio juntamente a dor como uma consequência obvia. Tentou levantar-se, contudo conseguiu apenas uma dor aguda, berrante e torturante dentro de si como se aquilo quisesse o consumi-lo vivo. Aquela dor lentamente apoderava-se de si, porém ele tentou ignora-la para limpar aqueles ferimentos, sabia que seus soldados não podiam fazer muita coisa com ele estando inconsciente, então quando retomou total consciência sentou-se com calma e cuidado para que sua dor não aumentasse, pegou os Kit de primeiros socorros que estavam em cima da cabeceira, não tendo quase nada de útil na media maleta avermelhada com uma cruz branca para ele naquele momento , aparentemente ela não continha quase nada, por sorte avistou algumas gazes sobre o criado-mudo e esticou o braço para pega-lo, sentindo-o como se fosse quebrar a qualquer instante, mas tentou, falhamente, ignorar a dor e pegou a gaze. Após pegar as faixa, voltou seu olhar ao Kit, pegou uma pomada e passou-a, mesmo que aquilo não ajudasse a cicatrizar muito ou a desinfetar totalmente, ainda aliviava a sua dor, pegou a gaze e com muita cautela passou em seu braço mais machucado, tentou passar em seu peito, todavia seus músculos doíam tanto que soube de imediato que não conseguiria. Suspirou sabendo que teria que ter ajuda para cuidar daquilo, por fim decidiu chamar Patryk e Paul para ajuda-lo, mas quando abriu a boca para gritar ouviu as risadas, risadas muito familiares. Seus olhos arregalaram, sentiu um forte arrepio de puro medo passar pelo seu corpo e seu maxilar fechou-se quase que imediatamente, sentiu uma tontura e uma falta de ar grande e, mais uma vez perdeu seus sentidos enquanto perguntas rodavam em sua mente.

Ele sentia tanta falta de ouvir aquelas risadas, de ouvir as ideias malucas de Edd, de rir das idiotices de Matt, sentia tanta falta dele... Agora ele só ouvia em seus pensamentos xingamentos e palavras de ódio deferidas a si, planos maléficos, só via o sofrimento e dor, só via aqueles olhos frios que lhe davam tanto medo e pavor, ainda sentia aquelas mãos nojentas em seu corpo, aquela voz maldita.... Desde quando ele ficara em um estado tão lamentável assim? Bem, talvez ele merecesse.... Entretanto não era hora para aquilo, ele logo começou a pensar:

"O que eles estão fazendo aqui?!Não era nem para eles saberem a existência dessa casa ou de Patryk e Paul! Espere... Droga! Eu não acredito que Pat e Paul contaram para eles.... Eles não fariam isso, não é? Eles não contariam.... De qualquer forma eu tenho que sair daqui!"- Pensou enquanto levantava-se tentando esquecer da dor que aumentava, sentia a adrenalina invadir suas veias quando se viu saindo do quarto com a ajuda de uma árvore a qual estava perto da janela.

Ele saiu com cautela da casa ouvindo Edd, Matt, Paul e Patryk conversarem animadamente e andou até a cidade, ficou andando até perceber estava escurecendo, diferente de quando o mesmo saiu. Ele pensava aonde iria se abrigar e se esconder, então ele olhou para frente vendo a pessoa que ele menos queria ver ou chegar perto naquele momento, seus pelos eriçaram enquanto um arrepio subia de seus pés até sua cabeça, Thomas estava lá. Perdeu os sentidos e sua cabeça começou a latejar, respirou fundo enquanto voltava a andar.

"Acalme-se, é só passar sem levantar suspeitas, ele está tão distraído que nem irá notar.... Qualquer coisa eu vou tentar correr, mesmo que seja quase impossível " pensava o menor enquanto passava pelo outro, sentiu seus olhar(?) penetrante em si, engoliu em seco, porém continuou a andar como se não tivesse notado.

Ouviu o barulho de um celular a tocar, uma conversa rápida pelo que ouviu, era Edd e, pelo tom de sua voz, ele parecia desesperado. Sentiu aquele olhar penetrante aumentar mais e mais, foi quando ouviu a voz rouca e calma de Thomas gritando para o menor.

- Ei!- O chamou, Tord tomou um susto, eles tinham descoberto sua fuga, o único jeito era tentar correr, respirou fundo e forçou suas pernas a correrem, mas mesmo assim foi facilmente alcançado e seu braço mais dolorido foi puxado, gemeu baixo de dor, olhou para o outro que estava sério e ouviu as palavras que nunca desejaria ouvir novamente.- Acho que temos algumas coisinhas a conversar, Tord.

Neste momento ele não sabia se ria da maldita ironia que aconteceu naquele exato momento momento ou se ele se prepara para a morte, qualquer uma dessas alternativas não pareciam o ajudar em nada naquele momento. Talvez ele devesse gritar por ajuda, mas chamaria muita atenção e deve ter soldados dele por toda a parte, a melhor coisa a fazer-se era não chamar mais atenção do que já estavam chamando agora.

Mas a única coisa que ele conseguia era olhar no fundo daqueles orbes negros penetrantes e sentir seu coração acelerar como nunca, seu corpo simplesmente parou quando o Thomas o tocou, sua pele pegava fogo e ele não sabia exatamente o por quê, talvez medo? Talvez... No entanto, de uma coisa ele tinha certeza..

Ele estava completamente fudido...

~ Quebra de Tempo ~

Depois de uma longa e angustiante caminhada os dois finalmente chegaram a um parque infantil aparentemente abandonado, haviam gramas altas e árvores para todos os lados. O menor sentia que podia desmaiar a qualquer instante, estava fraco e para melhorar, Tom puxava sem dó o seu braço, quase como se fosse arranca-lo, Tord mergulhado em sua aflição não viu outra saída se não dizer algo para o mais alto para, ao menos, o outro puxar com menor força.

- TOM!- Falou o mais alto que conseguia com sua voz falha chamando a atenção do Tom, até um puco surpreso, mas o menor não conseguia encarar aquele olhar(?) profundo que parecia adentrar em sua alma, então ele apenas abaixou seus olhos para o braço que era segurado tentando demonstrar o que queria, sendo de alguma forma realmente entendido, só que o outro ainda não havia soltado, não.. Ele apenas empurrou Tord contra uma árvore com certa força e hostilidade, soltou as sacolas ao seu lado e pôs os dois braços no tranco da grande árvore, prendendo o de moletom vermelho. O de azul fitava o outro sem parar e o outro apenas desviava seu olhar para uma flor no chão, que naquele momento parecia tão interessante, aquele olhar intenso e sério faziam o menor corar..

- Por que tentou fujir!? Pode começar a falar!- Fala um tanto rude com timbre forte.- Anda!- Exigiu, mas o outro nada fez.- Certo, acho que vou ter de por uma de suas músicas favoritas, para te animar um pouco, acho que.. Sunshine Lolipopis? Esta está boa?- Sorriu de lado, só que começou a irritar-se ao ver o outro nada fazer, pegou seu braço novamente.- FALE ALGO!!- Diz com fúria.

- Me largue Tom!- Finalmente diz Tord tentando se soltar, mas o outro apenas apertou com um pouco mais de força, o que fez o menor sentir uma grande dor em seu braço machucado.

- Tá aí, uma coisa que eu faria com muito bom agrado se você a tivesse pedido a muito tempo atrás, mas hoje é o contrário, não irei te largar...- Fala o maior com um rosto sério.

- Haha, sabe Tom, você está bem estranho... Isso é bem bizarro, você não deveria me odiar? Estar tentando me matar ou algo do tipo? É extraordinário que eu ainda não tenha levado uma facada no meio do peito, bem, no seu caso um arpão!- Diz ele provocativo, sorrindo de leve, tentando ainda se soltar.

- Tord.- Diz ainda sério.- Não irei te soltar até ter o que eu quero... E eu quero respostas...

A verdadeira felicidade esta bem ao lado(TomTord)Onde histórias criam vida. Descubra agora