Quando a noite estiver chegando para você/ Nós encontraremos nosso caminhos através da escuridão ( Through the dark/ One direction)
Arrumei minha mochila. Estava na hora de voltar a ir para escola e bem, isso não me agradava nenhum pouco, já que a última vez me meti em uma briga. Foi uma bela briga, devo lembrar. E também, porque aposto que ainda mais agora, Zayn não vai querer me deixar sozinha. Suspiro.
— Estou pronta — Grito do meu quarto e ouço um resmungo vindo do quarto ao lado.
Desço as escadas indo para a cozinha. Encontro tia Rosely fazendo panquecas.
— O cheiro está ótimo — Digo dando um beijo em sua bochecha. Ela sorri, mas não deixa de me olhar com uma preocupação estampada claramente no rosto.
— Eu vou tentar entrar com uma ação judicial para impedir que até o julgamento você frequente a escola — Me sento e balanço a cabeça em negação.
— Não precisa se preocupar tia. Eu preciso terminar meu ano letivo e Parker estará ao meu lado o tempo todo, infelizmente — Faço uma careta.
— Eu ouvi isso — Levo um susto e vejo que ele estava ao meu lado. QUANDO ELE VAI PARAR COM ESSA MALDITA MANIA DE SURGIR DO NADA.
— Desde quando você... Ah, esquece. Enfim, de verdade Rose, não precisa se preocupar — Ela me encara e coloca uma panqueca no meu prato.
— Tudo bem, mas se acontecer algo mais, não espere que eu fique parada. Panqueca, Zayn? —Rosely nem deu chance para Zayn responder e já colocou uma enorme panqueca em seu prato.
— Não esperaria isso, até porque a senhora é minha tia. Tenho a quem puxar — Pisco pra ela e pego um prato cheio com morangos. Coloco na minha panqueca e pego o mel.
— Alguma sorte com a busca da arma, Zayn? — tia Rose pergunta e eu enfio um enorme pedaço na boca.
— Até o momento não. Já estou pensando em outra possibilidade, mas vou ter que planejar mais um pouco antes de falar com vocês— Ele diz mexendo na panqueca e passando manteiga.
Olho para ele curiosa e como se ele já soubesse que eu estava prestes a enche-lo de perguntas, ele falou:
— Nem adianta me olhar assim Scarlet. Não direi nada até ter certeza do que farei — Resmungo e termino minha panqueca.
— Estava deliciosa tia Rose — Limpo minha boca e pego as chaves do carro.
— Estou esperando no carro — Mando um beijo para tia e antes que Parker pudesse reclamar, pego minha mochila e vou para a garagem. Após alguns minutos, ele apareceu e bateu na janela do carro. Desci o vidro.
— Sim?
— Você não vai dirigir. Não lembra que a última vez quase nos matou? — Ele diz sério.
— Deixa eu só te lembrar uma coisinha: Você não manda em mim e você disse certo, eu QUASE nos matei. E outra, você dirige que nem uma tartaruga já está na hora de chegarmos mais cedo.
— Eu dirijo com segurança, ao contrário de você — Ele diz indo para o lado do passageiro a contra gosto.
— Você é chato e careta — Falo apertando o controle e esperando o portão abrir.
— Você é mimada e irritante
— Eu sei e é melhor você colocar o cinto — Saio da garagem e piso no acelerador.
Zayn cruza os braços e liga o som.
Olho para o lado e tenho a impressão de que ele estava sorrindo. Apesar de não ter certeza sobre nada, a presença dele me dava o sentimento de que tudo iria ficar bem. E eu acreditava nisso.
Após alguns minutos tagarelando sobre como ele deveria mudar o corte do cabelo, chego ao colégio e estaciono o carro.
— Ainda acho que você deveria seguir o meu conselho — Saio do carro.
— Quando você seguir o meu conselho de calar a boca, eu considero a hipótese. — Ele fala ríspido, também saindo do automóvel.
— Grosso — Parker dá os ombros e eu tranco o carro. Sinceramente não sei por que ainda insisto em mudar esse garoto.
Caminhamos em direção a sala da nossa primeira aula: literária com a senhora Macgonagall. Evitei os olhares acusatórios mantendo a cabeça erguida e me concentrando no meu próprio ritmo do meu andar.
— Os últimos lugares e como sempre evite chamar atenção entendeu, Scarlet? — Reviro os olhos. E depois eu que sou a mandona. Entro na sala de literatura e me sento na última carteira com Zayn em meu encalce. Haviam poucos alunos na sala e o sinal não havia batido ainda para anunciar que o primeiro horário iria começar. Virei para o lado para conversar com Zayn, mas o mesmo estava com a droga do livro de sempre: A arte do Silêncio 2.
Pigarreio tentando atrapalhar sua leitura ou, pelo menos, lembrá-lo da minha existência, mas ele nem mesmo se move.
— Como é ótimo ter a sua companhia — Falo sarcástica e apoio minhas mãos no meu queixo. Faltavam 10 minutos para começar a aula e aos poucos, os demais alunos foram enchendo a sala. Inclusive, Harry. Levanto o olhar para ele e fito-o seguindo seu trajeto. Não havíamos conversando nada sobre o que iríamos fazer com a nossa situação e isso era culpa minha. Pensar em resolver e lembrar o quanto ele me magoou é muito dolorido ainda.
Harry me encara como se perguntasse com os olhos se deveria se sentar perto de mim. Balanço a cabeça em negação, esperando que os outros não notem o que estávamos fazendo. Ele assente disfarçadamente e senta na outra ponta da sala. Tenho certeza absoluta que Harry perderia todos os amigos por conta de mim e até mesmo sua irmã, que atualmente me odeia. E eu não a culpo. Éramos bastante amigas, mas quando todas as provas estavam contra mim, ela se sentiu traída por não acreditar que uma de suas melhores amigas poderia cometer tamanha atrocidade como matar Blair White por ciúmes. E bem, era isso que acreditavam o que eu tinha feito.
O sinal toca e a senhora Mcgonagall entra sala. Ela era uma velhinha de aparência acolhedora. Tinha um rosto redondo e bochechas rosadas. Lembrava muito a minha avó. E bom, era melhor professora de literatura que essa cidade poderia ter.
— Muito bem crianças, a obra de hoje vai ser...
Antes que pudesse ser levada por meus pensamentos me atento em prestar atenção na aula. Adoro literatura. Era uma das minhas matérias favoritas.
— Romeu e Julieta — Ela disse com um sorriso sonhador e eu a acompanhei.
— É uma história linda, apesar de ser tão trágica. Bem, o que será que Shakespeare nos queria dizer quando deu vida a dois personagens que por causa de suas famílias, estavam destinados a se odiarem ...— Ela pegou o giz e colocou no quadro os pontos importantes da obra. Rapidamente peguei minha caneta e comecei a anotar e por mais que eu quisesse que aula demorasse, logo o sinal tocou nos avisando que ela tinha acabado.
— Vejo vocês na nossa próxima aula e lembrem-se: "Não tenho medo. O amor me dá forças"— Sorrio para Senhora Macgonall e antes que eu pudesse sair da sala com Zayn, ouço-a dizer.
— Julieta Capuleto era uma jovem corajosa, não acha senhorita Queen? — Fico surpresa por ela ter coragem de conversar comigo. A maioria dos professores nem se dão o trabalho de olharem para mim.
— Sem dúvida. Ser capaz de se entregar tão verdadeiramente e se destinar a morte por amor, realmente é um feitio muito corajoso — Ela balança a cabeça e sorri para mim.
— Somos mais corajosos do que pensam. Ainda mais, quando a vida de pessoas que amamos está comprometida ou como Julieta e Romeu, já foi tomada— Olho para ela atônica porque aquelas palavras se encaixavam bem no que eu estava vivendo.
— Bem, não vou tomar o tempo de vocês com os meus devaneios. Tenham um bom dia!— Ela diz continuando a arrumar a sua mesa. Eu me despedi, ainda perplexa e saí da sala com Parker.
—História agora?— Ele pergunta e eu faço que sim com a cabeça, tendo a breve sensação de que a conversa com a senhora macgonall ficaria na minha cabeça pelo resto do dia.
[...]
— Até que enfim as horas mais torturantes da minha vida acabaram — Falo após sair de duas aulas seguidas de física. Eu odiava com todo o meu ser essa matéria. Olho para Parker e vejo que ele não concordou comigo.
— Você gosta de física? — Pergunto.
— Não é ruim — Ele dá os ombros. Eu rio.
— Bem, eu deveria imaginar. Você tem cara de gostar de fórmulas e de que era o maior nerd quando estudava — Falo tentando provocá-lo. Não havia nenhum problema em ser nerd. Digamos que eu só gostava de irritar o Parker.
— Pelo menos eu estudava. Diferente de você — Ele disse com um sorriso condescendente.
— Eu estudo, só não sou boa com fórmulas, se você quer saber — Digo empinando meu nariz, enquanto passávamos pelo corredor da escola.
— Bem, na verdade não. Não quero — Ele diz sem me encarar. Torço o nariz. Bem, eu admito que eu havia começado, mas hoje ele estava impossível.
— Tão simpático como sempre — Resmungo e quando chegamos ao estacionamento, entro no carro. Ligo o som e fico com os braços cruzados, sem vontade alguma de conversar com ele. E olha que eu sempre tinha algo a falar, mas ele sempre conseguia me tirar do sério. Então, a viagem até em casa foi silenciosa e entediante.
Quando chego em casa, foi direto para o meu quarto. Deixo a minha mochila em cima da cama e abro a minha portinha da sacada. Rapidamente me lembro da obra que tínhamos estudado hoje: Romeu e Julieta. Suspiro. Histórias de amor nem sempre tinham finais felizes e esta obra era uma prova disso. Pisco incrédula quando vejo um certo cara de cabelos castanhos encaracolados embaixo da minha janela. Fico no parapeito da sacada e ele me dá um sorriso divertido.
— "Ó anjo brilhante..."— Ele começa, fazendo uma reverência exagerada.
— Harry — Digo entre gargalhadas — O que está fazendo?
Ele arqueia uma de suas sobrancelhas.
— Harry? Desconheço tal nome. Quem vos fala é Romeu, minha doce Julieta— Ele faz uma careta como se pedisse que eu o ajudasse. Afinal, tenho certeza que ele nunca lera nenhuma obra de Shakespeare.
— "Oh Romeu! Por que és tu Romeu? Renega teu nome..."— Digo tentando fazer o possível para soar dramática. Mas nenhum de nós dois consegue se manter sério.
— Espere só um minuto. Vou subir aí — Ele diz.
— Harry, sério, não precisa fazer isso. Você pode usar a porta, sabe? — Falo rindo.
— Mas não seria igualmente divertido — Ele diz e por uma árvore que tinha perto da minha janela, ele consegue subir sem muitas dificuldades. Ficando cara a cara comigo.
— Mereço uma recompensa, não acha?— Seus olhos verdes iluminados pelo sol, ficavam mais claros ainda.
— Por ter sido o pior Romeu de todos os tempos? — Brinco e lhe dou a mão para que ele pudesse pular o parapeito e entrar.
— Por ter tentado pelo menos? — Ele sorri, deixando transparecer suas covinhas.
Era difícil não se sentir reconfortada com aquele sorriso.
— Hmmmm. Deixa eu pensar... — Finjo seriedade e então, o puxo para um beijo.Finais felizes podiam não existir, mas eu preferia acreditar que um dia poderia construir o meu, mesmo estando em meio a esse caos de mentiras, mortes e sentimentos.
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Heeeeey!!! Bom, esse é o primeiro capítulo mamão com açúcar que eu escrevo. Afinal, nossa protagonista merece um pouco de descanso, não acham?
Enfim, obrigada por acompanharem e espero que tenham gostado!!! Até o próximo capítulo!Jessy
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Criminal Mind
Misterio / SuspensoScarlet Queen era o tipo de garota que era sempre chamada para as melhores festas da cidade, que era sempre eleita para ser a rainha do baile de inverno e que namorava o cara mais gato da escola. Até o dia em que foi encontrada na cena de um mister...