4- Quem sou eu?

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Não perca quem você é no borrão das estrelas

Ver é enganar, sonhar é acreditar

Tudo bem não estar tudo bem

Às vezes é difícil

Seguir seu coração

Mas as lágrimas não significam que você está se perdendo

Todo mundo se machuca

Basta ser verdadeiro com quem você é(Who You Are/Jessie J)

4---Who am I?

De volta a cela, pensei em um instante em minha família e nele, como estariam agora? Felizes certo?! Ao ver uma assassina que os rodeava presa? Sabe o que mais doí? Que eles nem se importaram em ver como eu estava ou como eu me sentia com tudo isso. Muito menos se colocaram no meu lugar. Fui julgada por evidências que estavam "claras", sangue de Blair White na minha roupa, arma do crime em minhas mãos, raiva e medo em meus olhos. É claro que a primeira vista seria essa: me julgar e me mandar para cadeia. Mas onde está a parte em que ele me dão um voto de confiança? Onde está a parte em que eles acreditam na pessoa em que criaram?

Eu não me lembro do que aconteceu, nem porque fui parar na mansão de Blair, uma garota que eu mal conhecia e muito menos gostava. Só sei que acordei do lado de Blair morta, com sangue espalhado e com a arma em minha mãos... Mas eu sinto que não matei essa garota, não pode ser apenas uma impressão. Respiro fundo e novamente deitada na minha beliche, fecho meus olhos e tento me lembrar da noite fatídica. Mas como se houvesse um bloqueio, não conseguia me lembrar do exato momento, somente do dia posterior.
Sei que, ao acordar ao lado de Blair, fiquei completamente apavorada e levantei caçando meu celular. Nesse curto espaço de tempo, a polícia chegou e me examinou. A perícia tirou todas as provas que estavam em mim, minha roupa suja de sangue, a arma. Tudo. Depois, me levaram para casa. E meus pensamentos martelavam a minha cabeça: " E se for eu a assassina de Blair White?!". Não conseguia parar de pensar que havia matado Blair. Afinal, havia sangue espalhado pela minha mão, havia sangue em minhas mãos. Havia sangue na minha alma. Meus pais, mal falavam comigo e todos na escola, me olhavam torto. E eu ficava agoniada, esperando pelos exames, esperando que todo aquele sangue encontrado em mim não fosse de Blair. Eu me lembro que o único que apoiou enquanto eu esperava o resultado, foi o Harry. Mas tudo mudou quando os resultados chegaram...

FlashBack ON

---E-eu...eu sei que não fui eu!--Eu olhava assustadas paras os resultados. Estava escrito e fadado naquele simples pedaço de papel que eu era a assassina,  que o sangue que estava em mim, era o de Blair. Harry olhou para mim incrédulo e disse:

---Você mentiu para mim! Como você pôde?!Como você pôde matar alguém?-- Eu nunca tinha visto ele me olhar desta maneira. Ele me olhou com nojo, com devoção. Eu corri até ele.
---Sai de perto de mim! Não quero ficar perto de uma mentirosa e ainda por cima, de uma assassina.-- Ele me empurrou. E eu comecei a chorar, meus pais me ignoraram. E eu, mais uma vez, fui dormir chorando. Provavelmente, por ser uma cidade pequena, todos já sabiam que eu havia sido declarada como assassina...

FlashBack OFF

Limpei as lágrimas que insistiam em cair. Sabia que alguma hora ou outra teria de esquecer eles, porque ninguém acreditou em mim. Ninguém acreditou quando eu mais precisei. Eles deixaram que eu viesse para esse inferno.Clarisse se aproximou e falou:

---Eu não acredito que tenha matado uma pessoa a sangue frio! Só falei aquilo antes para te provocar, assim que encontrou eu vi nos seus olhos— Eu dei um meio-sorriso e disse:

---E eu não tenho certeza. Nem eu mesma estou conseguindo acreditar em mim-- Fecho meu punho. Ela arqueou as sobrancelhas e eu lhe contei a história, a única que eu me lembrava, no final ela pergunta:

---Tem algum inimigo(a)?-Eu neguei e falei:

---Eu não sei o porquê de alguém fazer isso comigo. Devo além tê-la matado e não lembrar mais... Essa é a única opção plausível. Talvez meus pais estejam certos em não acreditarem em mim. Talvez eu mereça tudo isso, mas...— Eu engoli em seco e Clarisse perguntou:

---Mas?

---Mas eu sinto que essa história está mal contada, eu sinto que falta alguma coisa de importante, não sei como te explicar, mas eu sinto isso como...

---Como se você soubesse que no seu inconsciente não foi você--Ela suspirou.

---Mas como você sabe?- Pergunto.

---Eu vim parar aqui pelo mesmo motivo. Injustiçada. Eu sei e sinto que não foi eu, mas você perde a esperança depois de 18 anos da minha vida aqui. — Minha boca se abre em um "o". Ela finaliza:
---Por isso não perca quem você é, não se esqueça do seu propósito...--E me deixa sozinha, com mais dúvidas. Afinal,  quem sou eu?!

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Mais um capitulo e espero que vocês gostem!

Obrigada a todos!

Jessy Xx

Criminal MindOnde histórias criam vida. Descubra agora