Capítulo Sete

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Maria Luiza

Estar de volta ao Rio de Janeiro é algo que gera surpresa para mim, pois não estava em meus planos voltar para o Brasil. Por outro lado, foi bom, pois estou próxima das minhas amigas novamente.
Me tornei uma mulher casada há aproximadamente um ano, e muito bem casada, obrigada. Benjamin é um homem lindo e maravilhoso, que além de atrair olhares, é só meu e aí de quem se colocar no meio do nosso relacionamento, porque passo por cima esmagando tudo e todos.

Benjamin e eu nos conhecemos na faculdade, cursávamos economia juntos, acabamos nos aproximando e aconteceu. Assim que finalizamos a faculdade, casamos. O que foi uma surpresa para minhas amigas no dia da festa que fiz, para comemorar o meu retorno.

Lamento - me por todos os dias ter que aturar minha sogra e seus sermões desnecessários, mas, tudo isso vale a pena quando se está casada com o melhor homem do mundo. Me sinto sortuda por ter várias qualidades em um só homem. Beleza, inteligência e o mais importante, respeito. Não tenho o que reclamar, só agradecer, sem falar que na cama é de tirar o fôlego. A única coisa que ainda não consegui ao lado de Benjamin é um filho, ele não quer filhos. Diz que um ano de casamento é pouco tempo para nascer frutos, claro que não penso assim, mas vou aguardar, caso ele continua se opondo, farei uma inseminação.

Depois de ter retornado doa Estados Unidos, notei que Benjamin anda mais diferente. As vezes pensativo, as vezes frio e por algum motivo que desconheço, ele decidiu não aproveitar minha festa de boas-vindas, o que é para lá de estranho conhecendo o marido que tenho.

Agora é sete e vinte quatro, o ultimo convidado da festa acaba de sair. Dirijo-me para o quarto cautelosamente para não fazer algum barulho que venha a acordar Benjamin. Coloco a mão na maçaneta do quarto para abrir, mas sou interrompida por uma das empregadas.

- Senhora!

- Sim? - Respondo.

- Eu achei este objeto na cozinha - Diz mostrando uma calcinha fio dental vermelha. -, gostaria de saber se posso descartar ou se pertence a senhora?

De onde surgiu está coisa? Não vi nenhum convidado indo até a cozinha, apenas os funcionários. Acredito que nenhum dos colaboradores que contratei para servir o bifê, tenha mantido relações sexuais na cozinha da minha casa.

- Como você encontrou isso?

- Estava limpando a cozinha antes da festa e acabei encontrando.

Pego a peça intima segurando com o indicador e polegar.

- Isso não é meu - Que nojo. -, mas foi muito bom você ter me entregado isso. Muito obrigado!

- Disponha. Com licença.

Assinto com a cabeça, permitindo a retirada da serviçal.

Pelo jeito a viajam de Benjamin ao Brasil não foi somente de negócios. Posso estar louca por estar desconfiando dele, mas só tem esta explicação. Espero estar enganada do fundo do meu coração, caso contrário, as coisas não vão ficar nada boas neste apartamento.

Abro a porta do quarto e avisto Benjamin deitado na cama, jogo a calcinha nacara dele e pergunto furiosa:

- De quem é isso?

- Como é que eu vou saber?

- Eu acabei de chegar nesse apartamento. E agora no final da festa a empregada veio me entregar essa peça íntima que encontrou na COZINHA.

Benjamin faz uma pausa por alguns segundos, como quem estivesse se recordando de alguma coisa, em seguida, o mesmo lança um olhar desconfiado na minha direção e responde:

- Eu não sei de quem é isso.

- Sério Benjamin? - Coloco as duas mãos no quadril. - Você quer mesmo que eu descubra de quem é essa calcinha?

- Vai ficar desconfiando de mim agora?

- E o que você acha que eu devo pensar? Encontraram uma calcinha que por acaso, não é minha, na cozinha do meu apartamento. Você acha que eu devo pular de alegria ou apenas fingir que nada aconteceu?

- Você perguntou se era da minha mãe? Por que pode ser dela.

- Tenho certeza que sua mãe não usa fio dental.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Ela já comentou comigo e a Rosa. Eu vou deixar bem claro para você, eu confio e confio muito em você, mas jamais pense em me trair, porque se isso ao menos passar por sua cabeça, pode ter certeza, você vai se arrepender muito. Porque eu faço da sua vida e a vida de quem se envolver com você, um verdadeiro inferno. Então, pense bem.

Benjamin simplesmente fica em silencio, o que é sensato da parte dele. Conheço o homem ao qual me casei, e pela forma que ele me respondeu, tenho certeza que existe outra mulher na jogada, mas eu vou saber quem é essa vagabunda. Ah! eu vou. Espero que ela esteja rezando, porque assim que eu a encontrar, ela vai preferir não ter nascido.

Amante de um homem casado LIVRO IOnde histórias criam vida. Descubra agora