Amante de um homem casado LIVRO I

Capítulo Vinte e Oito

Catarina

São quatro horas da tarde, Fernanda e eu estamos comendo bolo de cenoura com cobertura de chocolate na cozinha.

- Nossa eu estava precisando comer, estou muito faminta. - Diz Fernanda.

Passo os dedos nas laterais do bolo tirando um pouco de cobertura.

- Imagina eu. - Caio na gargalhada.

Faz tempo que não me sentia tão leve, com muita vontade de sorrir. Fernanda também parece animada, meu irmão está fazendo um bem danado a ela. Já faz uma semana, desde o dia em que fui procurar por Benjamin para falar sobre minha gravidez. Acho que esse distanciamento dele, foi a melhor coisa que me aconteceu, consigo dormir bem sem me preocupar com nada. Acredito que não preciso mais contar a verdade a Maria Luiza, visto que o sindico disse que eles foram morar fora.

- Catarina, eu preciso te contar uma coisa. - Fernanda me olha séria colocando o prato sobre a mesa.

- Imaginei, para me chamei para tomar café desesperadamente, alguma coisa tinha.

- Pois é.

- Pode falar, estou a ouvidos.

Fernanda cora e fica um pouco sem jeito, até que dispara:

- Eu estou grávida. Pronto, falei.

Não consigo disfarçar a cara de surpresa. Meu Deus! Eu serei duplamente tia, não acredito que isso está acontecendo.

- Cê está de brincadeira?

- É Sério, Catarina.

- Rick já sabe?

- Eu tentei contar para ele, mas ele falou que não seria saudável termos filhos já que cresceriam sem o pai.

Tem essa questão. Rick não está errado em querer que este de coisa não aconteça, mas querendo ou não já está feito. Me preocupa saber qual será a reação dele após saber dessa notícia, espero que meu irmão reaja da melhor maneira.

- Agora já aconteceu né amiga. - Pego na mão de Fê. - Eu acho que você deveria dizer a ele.

- Têm certeza?

- Claro, porque não?

- Acha que devo ir agora?

- Você já deveria ter falado.

- Então eu vou falar agora, obrigado amiga.

- Por nada.

Fernanda sorri e vai até o quarto, corto mais um pedaço de bolo e uma xícara de café.

- CATARINA! - Grita Fernanda desesperada.

Corro até o quarto e a vejo dando tapas em Rick para acorda-lo. Meu irmão está pálido, seus lábios estão tão brancos quanto leite. Ele não abre os olhos, o que me faz entrar em desespero junto de Fê.

- O que aconteceu?

- Eu entrei no quarto para falar a notícia, mas ele não acorda de maneira alguma.

- Liga para ambulância agora.

Fernanda se levanta apressada e pega o celular na cômoda. Olho para meu irmão acariciando seu rosto que está um pouco frio, mas ainda sinto sua respiração, mesmo que seja fraca. Não é justo que boas pessoas como Rick parta tão cedo, ele só tem vinte e sete, sem falar que também será pai. Meu irmão não pode partir agora sem saber que terá um filho, não pode deixar Fê desamparada e não pode me deixar sozinha.