Capítulo Vinte e Sete

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Catarina

Estou em um quarto azul e rosa, Benjamin me olha com ternura, enquanto seguro nosso bebê em meus braços todo enrolado. Em cima do berço azul com traços rosas, tem um brinquedo tocando uma música doce e suave de ninar. As janelas tem cortinas brancas mexendo com o vento, as paredes do quarto são ilustradas com desenhos de animais, gato, cachorro, elefante, onça entre outros.

Levanto da cama com um sorriso em cada lado do rosto, desenrolo meu filho chegando perto do berço e me assusto ao ver que não tem nenhuma criança em meio aos lenções.

- Está procurando meu filho? - Diz Maria Luiza fazendo-me olha-la assustada.

Benjamin está ao lado dela rindo de mim, os desenhos na parede tornam-se sombrios, viro para trás e deparo-me com Rosa apontando uma arma na minha cabeça.

- Acorda! Acorda! - Rosa ressalta.

Abro os olhos me sentando assustada no sofá. Respiro depressa, percebendo que era só um sonho. Fernanda me olha surpresa com uma caneca de chocolate com leite.

- Pensei que não fosse acordar! - Fê olha o relógio. - São oito e meia, acho que Benjamin estará em casa, ou você não vai procura-lo?

Meu Deus! Eu tinha esquecido da promessa que fiz a Rick. Levanto do sofá correndo para o banheiro.

Na noite passada, todos foram dormir e eu permaneci deitada no sofá. Chorei tanto, mais tanto que acho que adormeci entre um soluço e outro. Meus pensamentos oscilam de sim, não e talvez sobre a notícia da minha gravidez. Por um lado, sei que não preciso de um centavo de Benjamin para manter meu filho, tenho condições o suficiente para garantir que não lhe falte nada. Por outro, o pai tem o direito de saber sobre a existência do filho,

E se ele não quiser meu filho? Se ele o desprezar? Se tentar tira-lo de mim? Maria Luiza aceitaria o filho de Benjamin com outra mulher? São várias as perguntas que me atormentam a noite toda até o amanhecer.

Penteio meu cabelo já imaginado como será a reação de Maria Luiza, estou decidida a contar tudo, mesmo que isso faça nossa amizade acabar de vez. Visto um short e uma blusa de alcinha, desço as escadas e pego meu carro na garagem. Acelero até chegar no prédio de Benjamin.

Estaciono o carro em frente ao prédio. Entro no elevador e vejo o sindico saindo do apartamento de Benjamin.

- A senhora tá procurando alguém? - Pergunta.

- Sim! Estou procurando o casal que mora nesse apartamento.

- Eles viajaram há quase uma hora.

- Sabe me informar quando eles vão voltar?

- A moça disse que eles foram para morar de vez lá e falou que em casa da senhora procura-la, que pedisse desculpas por ela.

Abro o elevador esperando-o subir. Minha vontade é de vomitar de tanto nervosismo, eu vim para falar a verdade e isso é uma coisa que meu irmão não vai poder me repreender. Sinto um certo alivio, porque sei que com Benjamin longe de mim, terei a segurança que nada entre nós vai voltar a acontecer.

A porta do elevador abre, avisto Rosa saindo revoltada do mesmo.

- Eu não acredito que aquela vaca foi embora!

O síndico do prédio e eu ficamos parados olhando para Rosa.

Para evitar conversa com ela, entro no elevador e desço.

...

Ao chegar em casa, lá estava Marcelo com um buquê de flores, sentado no sofá conversando com Rick e Fernanda. Entro devagar sem entender a presença de Marcelo.

Fernanda ao me ver pisca para mim animada.

- Olha só amiga quem veio te fazer uma visita.

- Oi Marcelo. - Cruzo os braços.

- Oi Catarina. - Ele se levanta.

Marcelo aproxima - se de mim, e entrega as flores.

- Essas flores são para você.

Seguro as flores só por educação. É muito estanho a presença de Marcelo na minha casa, justamente depois que Benjamin foi embora. Algo me diz, que Marcelo já sabia de tudo isso.

- Obrigado. - Agradeço.

- Catarina, eu gostaria de conversar com você em particular.

- Claro! Só um instante. - Me viro para Fernanda e Rick. - Pessoal! Vocês podem nos deixar a sós?

- Claro!

- Saindo já. - Fernanda se levanta segurando os risos.

Rick e Fernanda saíram da sala deixando Marcelo e eu sozinhos.

- Então? - Digo.

- Eu gostaria de pedir uma chance novamente em relação a nós dois. Eu sei que eu pisei na bola com você, mas, eu garanto que dessa vez será diferente. O que me diz?

Marcelo foi um cafajeste com todas as letras, mas pensando bem, o bebê que estou esperando vai precisar de uma figura paterna. Eu sinto muita coisa por Marcelo, mas não amor e tenho certeza que jamais voltarei a gostar dele como antes, porém, posso fazer um esforço.

- Acho que a gente pode tentar.

Marcelo me abraça.

- Obrigado por me proporcionar está ao seu lado novamente.

- Todos merecemos uma segunda chance. Eu acho!

Marcelo coloca a mão na minha barriga olha nos meus olhos e diz;

- Eu serei como um pai para o seu filho, Catarina.

Dou - lhe um abraço e fico um pouco pensativa, até porque não sei se posso oferecer todo o carinho que o Marcelo quer, mas que ele até o momento não merece.

Amante de um homem casado LIVRO IOnde histórias criam vida. Descubra agora