Capítulo 2

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O dia amanheceu chuvoso e frio, como de costume naquela época do ano na Inglaterra. A criada de Mary a acordou mais tarde:

- Sabia que a senhorita não teria dormido bem nessa noite com tanta chuva e trovões.

- Obrigada Lucy, realmente, dormi muito mal noite passada, na verdade já era quase de manhã quando peguei no sono.

- Devo trazer seu café no quarto, está quase na hora das suas aulas. Disse Jane enquanto terminava de fechar seu vestido.

- Eu sei, mas não estou com fome, obrigada.

- Ora senhorita, só algumas torrada e um chá, Guerda não me dará sossego se você não comer nada.

Mary deu um leve sorriso, Guerda era a cozinheira da família desde sempre e cuidava muito dela, principalmente agora que a mãe havia morrido.

-Esta bem, mas algo bem leve, por favor.

Lucy saiu apressadamente do quarto para buscar o café e Mary pôde pela primeira vez respirar. Sentia muito a falta da mãe, principalmente durante as manhãs já que era ela que acordava e a ajudava a se arrumar, tomavam café juntas assim como todas as atividades do dia também.

Seu coração começou a apertar com aquela dor familiar e ela teve que se sentar para suportar. Dificilmente se deixava abater assim tão profundamente, já que um dia antes da mãe morrer fugiu de casa e correu para encontra-la na casa de campo próximo da casa principal da família. Todos tinham proibido que ela chegasse perto da mãe, já que a doença era extremamente contagiosa, mas se passaram vários dias e ela não aguentava mais ficar sem noticias, já que seu pai se recusou a sair do lado da esposa. Entrou pelos fundos da casa sem que ninguém a visse e encontrou a mãe dormindo em um dos quartos. Ao vê-la tão pálida e já quase sem vida começou a chorar descontroladamente sobre o corpo inerte. De repente sentiu a mãe alisando seus cabelos, como sempre fazia em seus momentos de angústia. Levantou a rosto agarrou a mão de sua mãe e começou a beija-la.

- Olá querida, disse a marquesa quase em um sussurro, eu sabia que você viria.

- Eu tentei vir antes mamãe, eu juro, mas não deixaram.

- Acalme-se, eu sei filha, e eles estavam certos, mas eu agradeço por ter vindo, assim poderei ver-te uma ultima vez.

- Não, não mãe não. O que eu vou fazer sem você, o que o papai vai fazer sem você? Não mãe você vai ficar boa eu sei. Disse Mary em soluços agarrando-se ainda mais na sua mãe.

- Sinto muito querida, mas não ficarei boa, meu tempo aqui acabou, e agradeço a Deus por ter me dado você como filha. Escute querida, você terá que ser corajosa, a vida não será fácil, mas não se esqueça de ser boa com as pessoas e de cuidar do seu pai, você me promete filha, promete que será corajosa?

- Eu prometo mãe, eu prometo, eu te amo tanto mãe, tanto.

Mary se jogou sobre a mãe e a abraçou.

-Eu te amo muito querida, amo demais.

Mary só saiu de cima da mãe depois de muito tempo quando foi forçada por seu pai. Ela já estava sem vida e ainda abraçava a filha.

Mary enxugou as lágrimas que desceram com as lembranças e ergueu o queixo. Seria corajosa e daria muito orgulho ao seu pai, , 4° , assim como havia prometido a sua mãe, nada atrapalharia seu objetivo. Deveria reerguer seu pai, pois ele estava muito deprimido pela perda da esposa.

Olhou o relógio em cima da lareira e viu que já estava atrasada para sua aula de filosofia. A senhorita Hall não iria gostar do atraso, pensou Mary. Pegou seu caderno de anotações e saiu apressada do seu quarto quando trombou em alguém bruscamente. A pessoa segurou seu braço, não deixando que ela caísse. Ao olhar para cima para ver com quem havia trombado, viu os olhos azuis da noite passada, olhos cheios de fúria. Ele a encarava e o contato só foi quebrado quando Gerald disse:

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