Coração a mil

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A minha cabeça está a mil, o meu coração a duzentos mas nem morta eu vou dar lhe mais um minuto da minha atenção. 

Se há uma coisa que eu não perdoou é traição, dizem que quando amas realmente és capaz de desculpar tudo, mas por amor de Deus como é que conseguem? Antes de amar alguém tenho que me amar a mim própria, simples. Ou pelo menos deveria ser... 

"Não existem pessoas más, existem pessoas que fazem más escolhas" - as palavras da minha mãe continuavam na minha cabeça.

Pela primeira vez na minha vida não conseguia ouvir mais a opinião das pessoas sobre a minha vida e sobre tudo no geral! Estou farta. 

Encontrei a Jane a um canto com a Lucy e puxei-a para perto. Estranho ela não estar com o Dylan.

-Preciso urgentemente de um copo, aliás preciso de uma garrafa inteira! 

-O que é que aconteceu Alice!? - ela estava tão surpresa com o meu comportamento que comecei a desconfiar que o meu truque de não deixar passar emoções era péssimo.

-Tudo, aconteceu tudo! - e tal como eu pensava sobre ser péssima a esconder o que sinto, desatei a chorar. 

Eram lágrimas de fúria, não de tristeza. 

Ser confrontada com o passado assim tão de repente é no mínimo, chocante. 

Choque, a minha vida é feita de choques, uns mais fortes que outros. Mas a marca fica sempre, cicatrizes bem cravadas no meu corpo, mas as piores foram as que ficaram na alma, essas nem o tempo cura...

                                                                                            *

Expliquei-lhe tudo, todas as palavras que saíram da boca dele e da minha e ela já acompanhava as minhas lágrimas. 

Caramba porquê é que somos tão sensíveis a estas coisas?

-E agora Jane, o Dylan? Vocês estão chateados? - perguntei já a temer a resposta. 

-Ele está estranho, desapareceu com os amigos e com a prima e nunca mais me disse nada, mas ele que nem pense que isto fica assim. - aquela cara não era nada bom sinal. 

Estás em apuros Dylan. 

-Pode ser que ele não tenha feito de propósito, queres ir procurá-los? 

-Procurá-los? À procura do Portman Alice? - ela lançou-me um sorriso atrevido, aiai. - Primeiro mais uma bebida, bem precisamos. - concordei com ela e bebemos dois copos seguidos com algo verde e rosa, era bom mas queimava a garganta. 

Fomos agarradas uma à outra lá para fora para o jardim e fiquei por momentos espantada, uma piscina! 

Eu devia estar mesmo trocada das ideias para ainda não ter reparado que havia uma enorme piscina nas traseiras e pessoas a mergulhar nela.

Cliché. 

-Ali está ele! Mas o Brandon não está, pena... - a voz dela estava arrastada o que significa que ainda está pior que eu.

Que alguém nos ajude, porque não faço ideia de como é que vamos sobreviver.

-Vou procurar por ele, ficas bem? - perguntei-lhe preocupada. 

Ela acenou que sim. 

Porquê é que eu vou mesmo procurar por ele? Nem sei ao certo. O que só me fez rir mais. 

Riso e lágrimas que mistura estúpida.

Já estava farta de o procurar quando arrisquei e saí para a parte mais afastada do quintal onde ninguém se via e ninguém os via. Isto fez sentido? 

Choque frontalOnde histórias criam vida. Descubra agora