Breno e Paula se olharam com feições estranhadas.
- Você perdeu a sensibilidade da bexiga durante a gravidez?- Breno tentou ser o mais delicado possível enquanto sentia sua bermuda encharcada pelo líquido que havia saído da amiga.
- Não, eu vou ao banheiro normalmente, não faço xixi na calça- disse calmamente- Não foi isso o que aconteceu.
- O que foi então?- perguntou curioso.
- A bolsa rompeu- ela falou.
- Como assim?
- A bolsa, Breno, nossa filha vai nascer!- quando a ficha dela caiu ela se desesperou.
Paula se levantou do colo de Breno rapidamente.
- O que eu faço?
- Pega a nossa mala, precisamos ir para o hospital- Paula disse respirando fundo e tentando se acalmar.
Breno se levantou do sofá e correu para pegar a mala das duas. Como foram pegos de surpresa, acabou que nem se importaram em trocar de roupa. Ambos foram para o carro e logo já estavam no hospital.
- A bolsa dela rompeu- Breno disse afoito para a recepcionista.
- Está tendo contrações?
- Não- foi só Paula terminar a palavra que uma grande dor a invadiu, fazendo um grito sair de sua garganta- Agora sim- ela pressionava a barriga com as mãos.
Um enfermeiro chegou com uma cadeira de rodas e logo Paula e Breno estavam na sala da médica.
- Já vai tirar ela?- o loiro olhava assustado enquanto a médica analisava sua companheira que gritava a cada contração que sentia.
- Não, a dilatação dela é apenas de dois centímetros, não tem como o bebê passar aqui.
- O que tem que fazer então?- Breno segurou a mão de Paula que apertava fortemente.
- Temos apenas que esperar, não vai ser possível realizar o parto agora- a doutora parou de analisá-la e olhou para Breno.
- Mas ela está morrendo de dor.
- Relaxa, tudo vai ficar bem.
Com o passar do tempo as contrações aumentaram a frequência, fazendo a morena ficar fraca de tanta dor.
- Eu não vou aguentar- Paula sussurrou para Breno.
- O que?- ele olhou assustado para o rosto pálido da amiga- Doutora, faça alguma coisa, por favor!- ele implorou.
- Não há o que fazer, nós- a médica foi interrompida por um último grito de Paula que a levou ao desmaio.
A mulher se aproximou de Paula e começou a examinar ela, logo indo até o meio das pernas da morena. Ela apertou um botão que tinha ao lado da cama e logo dois enfermeiros e um anestesista chegaram no quarto.
- Ela desmaiou. Está apenas com três centímetros de dilatação, mas o bebê já está em posição para nascer, não podemos esperar mais. Vamos ter que fazer uma cesariana- a médica falou para os companheiros.
- Mas ela queria parto normal- Breno disse nervoso por não estar entendendo muito bem o que acontecia.
- Infelizmente não será possível, senhor! Sua namorada está com o corpo muito fraco e com a dilatação muito pequena para o parto ser normal, nós precisamos fazer uma cesariana. O senhor quer acompanhar?
Breno não conseguiu responder nada, então como eles tinham que levar Paula rapidamente para o centro cirúrgico pois a demora poderia por ela e o bebê em risco, consideraram o silêncio do homem como um 'não' e partiram para a sala sem ele.
- Merda!- Breno falou alto após retomar a consciência e ver que não havia acompanhado a companheira.
Ele foi tentar achar um jeito de entrar lá, mas como tudo já havia sido iniciado, não poderia haver uma interrupção. Breno se sentou na sala de espera e pegou seu celular para avisar os familiares.
- Alô?- Kelly atendeu.
- Oi, tia!
- Oi, meu filho, aconteceu alguma coisa?- perguntou.
- Sim, a bolsa da Paulinha rompeu e ela está no hospital prestes a parir nossa filha- disparou a frase assustando Kelly.
- Como assim? Eu to indo aí agora!- desligou o celular.
Breno ficou um tempo ali até que Kelly e Luiz chegaram.
- Breno, cadê minha filha?- Kelly perguntou.
- Ela foi levada pra sala de cirurgias- ele explicou.
- Como assim, o parto não seria normal?
- Ela tava com muita dor e acabou desmaiando, e a médica disse também que a dilatação dela tava muito pequena.
- Minha filhinha!- ela se sentou na cadeira e pôs a mão no peito.
- Calma, amor, nossa filha é forte, vai ficar tudo bem- Luiz consolou a esposa acariciando seu braço- Mas por que você não entrou?
- Eles perguntaram se eu queria ir, mas eu tava tão em choque com o que estava acontecendo que não consegui responder nada, então eles foram sem mim- explicou.
- Ela fez algum esforço hoje? Por que a bolsa rompeu?- Kelly perguntou.
- Nada, a gente só estava arrumando o quarto e a bolsa da Julinha, aí quando sentamos no sofá a bolsa dela rompeu- Breno ainda estava muito nervoso, principalmente por não ter recebido informações da amiga.
Uma enfermeira passou e Breno rapidamente foi até ela, reconhecendo que ela estava junto no quarto de Paula.
- Pode me dizer como a Paula está?
- O parto ainda está em processo, infelizmente não tenho mais nenhuma informação, senhor- ela respondeu.
- Obrigado!- ele voltou a se sentar.
- E aí?
- Ainda tão fazendo o parto. Como eu fui burro!- se xingou.
- Filho, não fica assim, é normal no primeiro filho- Luiz consolou Breno- No nascimento da Paula, eu só entrei na sala porque a Kelly não largou minha mão por nada se não ia acontecer o mesmo que aconteceu com você.
- Eu to preocupado e feliz ao mesmo tempo. Preocupado com a saúde da Paulinha e muito feliz que vou finalmente conhecer minha filhinha- Breno falou sorrindo.
- Eu sempre gostei muito de você, rapaz, tenho certeza que será um grande pai para a minha netinha.
- Eu vou dar o meu melhor, pode ter certeza!
Passou mais um longo tempo e durante ele todos ficaram em silêncio. Breno roía a unha de nervosismo, Luiz tentava se manter firma, mas por dentro estava uma pilha de nervos, e Kelly rezava baixinho pedindo para que sua filha e sua netinha saíssem daquela sala bem.
Quando os três menos esperavam, a médica de Paula apareceu em frente à eles.
- E aí, doutora?
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Never Be The Same
FanfictionPor conta de uma promessa feita por seu pai no passado, Breno nunca havia se relacionado com uma mulher, mas havia uma pessoa que lhe despertava o desejo de quebrar essa promessa: sua melhor amiga.