Paula e Breno estavam no elevador da empresa indo para o estacionamento pegar seus carros. Havia se passado uma semana desde o beijo no canto da boca que a morena deu no amigo e desde então ele começou a ficar tenso na presença dela, principalmente quando estavam sozinhos, mas Paula resolveu ficar ainda mais solta com ele para não demostrar suas intenções.
- Vai fazer algo hoje?- Paula perguntou.
- Só dormir- Breno respondeu.
- Quer jantar lá em casa? Vou preparar aquele macarrão que você gosta- ela propôs ao amigo.
- Claro- ele sorriu para ela disfarçando a tensão.
Pela primeira vez eles haviam ido para a empresa cada um com seu carro, já que Paula havia dito que passaria na casa de seus pais depois do expediente para pegar algumas roupas suas que estavam com suas irmãs.
Ela pegou seu carro e partiu para a casa dos pais.
- Boa noite!- ela disse entrando na casa.
- Oi, meu amor!- Kelly foi beijar o rosto da filha que cumprimentou todo o resto depois.
- Como foi o trabalho?- Luiz perguntou acariciando o rosto de sua primogênita.
- Bem cansativo hoje, tinha trem demais pra fazer- Paula respondeu.
- Peu, vou lá pegar suas coisas- Luiza disse e subiu as escadas da casa.
- Quer ficar pra jantar, filha?- Kelly perguntou.
- Já combinei de jantar com o Breno, mãe, obrigada.
- Esse menino segue firme mesmo na promessa do Sérgio?- Luiz perguntou.
- Sim, bem chato isso- Paula disse revirando os olhos.
- Nem me fale dessa promessa- Kelly também revirou os olhos.
- Que foi, mãe?- Paula perguntou.
- Sabia que quem inventou essa promessa foi seu pai? Na verdade ele fez pra você.
- Coragem! Nunca que eu ia cumprir- Paula falou rindo.
- Sua mãe quase me bateu- Luiz falou rindo.
- Bem que eu achei estranho essa promessa ser de um pai para o filho homem.
- Eu não deixei seu pai dar continuidade, mas Maria Olívia fez questão de ensinar o menino a cumprir isso- Kelly explicou.
- Bem a cara dela- Paula fez cara de deboche.
- Não fala assim, filha- Luiz disse.
- Ela não gosta de mim e eu nem sei o porquê, não sou obrigada a gostar dela também.
- Ela só te acha uma má influência.
- Ela não sabe que o Breno já tem 25 anos?
- Ela sabe, mas é mãe de homem, sempre apegada- Kelly explicou.
- Que seja- Paula revirou os olhos.
Luiza voltou com as coisas, Paula as pegou, se despediu da família e partiu para a casa. Quando chegou lá, Breno estava parado em frente à sua porta já de banho tomado e com uma roupa confortável.
- Demorei?- perguntou abrindo a porta.
- Não, mas você sabe que eu gosto de chegar cedo- ele disse rindo e ambos entraram na casa.
- Me espera que eu vou tomar um banho!- Paula disse indo para o quarto.
Ela tomou um banho quente e logo vestiu o short mais curto que encontrou juntamente com uma blusinha regata e foi novamente para a sala onde Breno se encontrava assistindo televisão.
- Vamos pra cozinha comigo?- ela o convidou e ele se levantou a acompanhando.
Enquanto Paula cozinhava eles conversavam sobre diversos assuntos, principalmente do trabalho.
- Por que ainda não demitiram aqueles caras do seu setor?- Breno perguntou curioso.
- Eu nunca dei queixa pros superiores, não quero que a família deles perca o sustento- Paula explicou e Breno sorriu olhando para a amiga.
Mesmo que fosse uma pessoa totalmente maluquinha, como ele costumava descrevê-la, Paula tinha uma empatia muito grande, ela sabia se colocar no lugar dos outros e era uma pessoa muito bondosa também. Essas eram as características que Breno mais admirava na amiga.
- Seus pais tão bem?- ele perguntou observando ela de costas para ele.
- Tão sim- respondeu.
Breno não conseguiu evitar que seus olhos descessem pelo corpo de Paula, ele se sentia mal por sentir o que estava sentindo, mas não conseguia controlar. Seus olhos foram diretamente para o short curto que Paula vestia e ele era tão colado que marcava direitinho seu bumbum e a calcinha que ela vestia por baixo. Ele mordeu o lábio pensando em como seria tocar ela naquele local, já que ele sempre via a tara dos homens pela bunda feminina, ficou curioso por a da sua amiga.
- Pode por a mesa?- Paula pediu tirando Breno daqueles pensamentos que ele considerava obscuro.
- Posso- ele sentiu seu rosto esquentar e foi botar as coisas na mesa.
Paula serviu os pratos e então ambos estavam sentados comendo.
- Minha mãe me contou que quem fez essa promessa ridícula inicialmente foi meu pai- Paula disse.
- E você não cumpriu?- Breno a olhou.
- Ela não deixou ele seguir com a promessa, ainda bem porque beijar na boca é uma das melhores coisas da vida- ela falou olhando nos olhos de Breno e logo seu uma garfada na comida.
- Mas o que tem de tão especial?- ele perguntou.
- Eu posso te falar o que tem de mais gostoso. Mordidinha no lábios, língua com língua, lambida no lábio entre outras coisas que se pode fazer- ela passou a língua em seus próprios lábios após a fala fazendo o homem acompanhar o movimento com os olhos- Quer experimentar?
- Eu...- ele gaguejou- Não.
- Só um selinho, não tem nada demais. Selinho não é beijo.
- Acho melhor não- Breno estava apreensivo.
- Ah, qual é, Breno? Nós somos dois adultos e um selinho não vai quebrar essa promessa ridícula- Paula tentava convencer ele.
- Não quero.
- Eu vejo nos seus olhos o desejo pela minha boca- ela mordeu o lábio inferior e ele se arrepiou com a visão.
- Não sei do que você tá falando.
Eles terminaram de comer em silêncio e então foram para a sala.
- Por favor, Breno, o que custa?
- Nossa amizade.
- Você vai parar de falar comigo por um selinho?- ela se aproximou bem dele misturando as respirações.
- O problema é que não ficará só no selinho- dito isso ele saiu apressadamente da casa deixando Paula com um leve sorriso nos lábios.
- Então ele também quer me beijar?- ela falou sozinha.
Paula arrumou a casa e foi se deitar pensando no jeito que Breno havia saído de sua casa e que, cada vez que passava o tempo, mais vontade ela tinha de acabar com aquela história de promessa e beijar os lábios de seu amigo.
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Never Be The Same
FanfikcePor conta de uma promessa feita por seu pai no passado, Breno nunca havia se relacionado com uma mulher, mas havia uma pessoa que lhe despertava o desejo de quebrar essa promessa: sua melhor amiga.