Depois da Suzana se recuperar ela me deu uma cotovelada pela minha piadinha e me ajudou a levar minhas malas para onde séria meu quarto e conversamos sobre os preparativos do casamento.
Quase todos os convidados tinham confirmado presença, inclusive os exs dela com quem sempre se deu muito bem após o término dos relacionamentos, o que faz a Lucia querer parir um filho colorido de ciúmes.
A família das duas vinharam e já estão lidando melhor com as escolhas delas de companheiras pra vida. A lista de convidados era de 200 pessoas e as famílias estavam ate ajudando a pagar os custos.
Fiquei muito feliz por tudo está finalmente dando certo na vida amorosa dela. Depois da morte de seu ex noivo minha amiga não sabia que rumo seguir e fez muita merda até conseguir se encontrar.
Ela também me informou que eu teria que dividir o quarto com um amigo dela, um tal de Renato. Por não ter confirmado presença a tempo no casamento elas não puderam segurar a vaga do quarto, depois que informei que viria ela e a noiva ficaram preocupadas sobre onde me colocar, mas ai o Renato entrou em contato com elas e avisou que sua acompanhante não viria mais, perguntaram se ele não se importaria em dividir o quarto com uma amiga delas e ele disse que não e agora tem uma cama para mim.
Pelo que pude perceber a Suzana não era muito fã dessa acompanhante dele e estava até aliviada que ela não viria.
"Uma dor de cabeça a menos" disse ela.
Eu estava um pouco nervosa por ter que dividir um quarto com um desconhecido, mas a Su me garantiu que ele era legal.
Bom vamos descobrir isso agora.
Entro no quarto com minhas bagagens, as deixo perto de uma cama que está arrumada e fecho a porta. Suzana recebeu um chamado do bufe e não pode ficar para me apresentar ao meu colega de quarto, mas disse para avisar que voltaria depois.
Fiquei surpresa de como o quarto era espaçoso e bem iluminado. Sua decoração era rústica e acolhedora. Tinha duas camas de casal e uma janela ampla de vidro que dava para uma vista linda do hotel fazenda.
— Tem até uma cachoeira. — comentei sussurrando admirando a vista.
Esse lugar só podia ser o paraíso. A mais de um ano vendo prédios e o cinza do céu de Nova Iorque, eu aproveitaria muito minhas miniférias. Preciso desse descanso.
Coloco minha mala grande na cama e a abro, separo um vestido leve com estampa florida, chinelo e um biquíni vermelho. Pego a necessaire, tolha e vou para o banheiro que tinha no quarto. Tomo um banho relaxante e demorando, desculpa planeta, mas eu estava precisando desse banho.
Já no quarto depois de trocada arrumo a minhas roupas em uma cômoda que tem na frente da cama que já peguei para mim.
Não tinha sinal nenhum do meu colega, a única coisa que indicava que ele esteve nesse quarto era a mala grande preta em cima da outra cama que estava meio aberta.
Lembro da minha mãe brigar comigo quando era pequena por ser muito curiosa, ainda hoje tento lidar com esse meu jeito, mas não estou conseguindo não ir olhar o que tinha naquela mala.
Óbvio que seria puramente por precaução. E se ele fosse um serial killer? Eu dividiria o quarto com ele, tinha que conhecer ele melhor.
Riu de minha desculpa esfarrapada e vou em direção a mala a abrindo devagar com medo de ser pega, mas logo vejo algo que me faz dar um pulo pra trás e cobrir a boca com a mão.
Meu deus!
Aquilo é um pênis de borracha com bolas?
Chego mais perto e vejo que em meio as roupas que a alguns pênis de borracha de tamanhos variados e uns bem mais detalhados que pareciam reais!
Caralho! To chocada viado!
Meu colega de quarto não era um serial killer e sim um cara gay!
Mas espera, ele não tinha namorada?
Será que terminaram por isso? Por ele ser gay?
Muitas perguntas e suposições rondavam minha mente.
Não resisto de curiosidade e pego um dos pênis na mão e noto que são bem macios e esse e bem-feito, imita uma cabeça vermelha de um pênis de um cara branco.
Caralho eu estou analisando o pênis de borracha de um desconhecido.
De um desconhecido que pode já ter enfiado isso em lugares que nem quero imaginar, mas já to imaginando.
Coloco o negócio de volta ao lugar e vou correndo no banheiro lavar as mãos.
Bem feito, quem manda ser curiosa.
Quando saiu do banheiro a porta do quarto e aberta e o cara que me ajudou no aeroporto entrar no quarto.
— Valeu mano, vou só tomar um banho e te encontrar pra comer. — ele falou com alguém que respondeu com um "Okay, to te esperando" e foi embora enquanto ele fechava a porta.
— Você é o Renato? — pergunto ainda meio impactada com tudo que descobri.
Dá para perceber que ele não esperava ninguém por que se assusta com a minha pergunta dando um pulo e posso ver os olhos arregalados quando vira para mim.
— Hã sim, e você e a mina fraca do aeroporto, certo? Qual é seu nome? E por que tu ta no meu quarto? — ele questiona e coloca as mãos no quadril.
Noto que ele está sem camisa e é um pouco forte mas tem uma sombra de gominhos na sua barriga, quase imperceptível se eu não estivesse olhando muito para aquela área não teria notado e tem os pelinhos do "caminho da felicidade". Ele usa um short daqueles para jogar bola e tênis nos pés. Subo minha visão para seu tronco e vejo as tatuagens em seus braços e mãos.
Subo para seu rosto e ele está com uma cara interrogativa, então percebo que estou o observando de novo.
— Acabou?
Balanço a cabeça para limpar a mente e busco na minha memória suas perguntas.
— Desculpe Renato eu sou a Mariane, a Suzana não avisou que dividiremos o quarto? — Vou em sua direção e estendo a mão para cumprimenta- lo.
Ele olha um tempo para minha mão e depois a pega dando um aperto firme.
— Ela me falou alguma coisa sim, mas disse também que ia me avisar quando tu chegaste. — continuamos o comprimento e ele logo continua — Vai querer minha mão para ti Mariane?
Eu não sei o que acontece quando estou perto dele. Parece que ele me hipnotiza e fico em modo automático igual uma lesa sem saber o que fazer a não ser ficar o encarando. Solto sua mão e me afasto abaixando a cabeça constrangida meus cachos caem para frente fazendo uma cortina no meu rosto.
— Desculpe-me por isso, eu não sei o que está acontecendo comigo. —falo baixo.
— Ei —ele se aproxima, afasta meu cabelo o levando ate minha orelha e eu levanto a cabeça o olhando — Ta de boa, eu sei que sou irresistível.
— E humilde.
— Não sou eu que está encarando um desconhecido como se fosse o atacar. Sou a vitima aqui.
—Tudo bem, já pedi desculpa — afasto mais dele tentando me recompor. —Suzana pediu para avisar que mais tarde vem aqui falar com a gente.
— Não precisa ficar com vergonha, eu também te achei bem gatinha e se quiser sai para dar uma volta depois eu to disponível. — ele se aproxima e tenho que levantar a cabeça para olhar em seus olhos cor de avelãs.
Ele está com um sorriso safado no rosto.
Isso acaba comigo.
Não estou entendendo porque meu coração esta acelerado, as mãos suando e a respiração ofegante. Nos vimos pela primeira vez hoje, mas sua voz e tão familiar busco na memória se vi Renato antes em alguma vez que sai com a Suzi ou em algum lugar, só que não me lembro de seu rosto, apenas a voz.
Isso é muito frustrante porque eu tenho uma ótima memória, coisa que me causa muito orgulho e que parece pela primeira vez falhar.
A voz dele e linda, acho que ele deve cantar e se não faz isso está desperdiçando um grande talento.
— Você está mais linda do que eu me lembrava — lembrava? Como assim? Então ja nos vimos antes? — Seus lábios pequenos continuam tão convidativos, será eles são gostosos?
Não estou conseguindo me mover, minha cabeça estaá cheia de perguntas e com ele dando em cima de mim assim tão na cara não estou sabendo lidar.
Toma uma atitude Mariane!
— Posso provar? — ele está tão perto que nossos lábios estão raspando um no outro.
Mando esses questionamentos para longe e olho para sua boca e começo a pensar em beijar ele também.
Confirmo em um aceno singelo e Renato me beija.
Não consigo entender porque o sentimento de alívio me toma, parece que espero a tanto tempo por esse beijo que estou quase com vontade de chorar por finalmente conseguir.
Que loucura!
Seus lábios são maiores que os meus e seu beijo é dominador, não me da espaço para pensar apenas leva tudo de mim.
Que beijo!
Ele me puxa pela cintura e eu passo os braços por seus ombros e nós continuamos nessa sincronia maravilhosa que eu não quero que acabe.
Mas como tudo que é bom dura pouco a porta e aberta e logo escuto a voz da minha amiga não tão querida agora.
— Atrapalho?
VOCÊ ESTÁ LENDO
NOSSA VEZ (COMPLETO)
RomanceMariane tem uma semana de ferias para ir no casamento da sua melhor amiga, é a hora dela descansar e matar as saudades de seus amigos e mãe. Mas por não ter confirmado presença a tempo tera que dividir quarto com um homem interessante que tem até pê...