CAPÍTULO SETE: DISCUSSÕES

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 —Mas que péssimo hábito de chegar na hora errada, hein Suzana? — Renato diz debochado.

—Nem vem Renato, frequento essa cachoeira desde que viemos para arrumar o casamento, eu só queria tomar um banho tranquilo com a minha futura esposa, acha mesmo que fico arquitetando planos de impedir suas fodas? Com todo respeito Mariane. — Suzana responde brava, acho que não fomos os únicos a ter os planos interrompidos. Aceno em afirmação como modo de dizer que não me ofendi.

—Tanto faz, não tem banho de cachoeira hoje, podem vazar. — Renato as expulsa e eu dou um tapa em seu ombro por causa de sua fala grosseira. —AI!

—Não fale assim Renato...—mas antes de completar sou interrompida pela Lucia que se aproxima da beira da água.

—Nem se preocupa Mariane, esse ai é um ogro de rosto bonito. Já estamos acostumadas, anos amizade. — Lucia se afasta da sua noiva e começa a tirar a roupa e todos nos a encaramos sem entender nada. —Anda Suzana tira a sua, não andei nessa trilha escorregadia cheia de inseto para nada. Vou tomar banho de cachoeira e quero ver alguém me impedir. —Ela termina de falar dando um olhar desafiador para Renato e depois entra no Rio.

Recuperada do gozo, afasto-me com muito custo do corpo gostoso que abraçava e sinto o meio das minhas coxas reclamarem pela posição em que estava.

Ai meu pai! Eu acabei de gozar só por me esfregar no cara ao meu lado. E fiz isso ao ar livre.

Uma vergonha cresce dentro de mim e me sinto um pouco tímida. Nunca fiz nada sexual ao ar livre, nem no mar ou piscina. Até hoje minha vida sexual se resume em sexo no quarto e uma vez no carro quando era adolescente.

Gosto de provocar e de sexo porém confesso que não tenho muita imaginação para nada fora do quarto.

Tudo bem, não vou me preocupar agora que percebi que sou uma quase puritana nessa questão. Solto uma risada baixa com a minha "descoberta".

—Por que está rindo? E porque está se afastando? — O causador da minha rebeldia sexual pergunta me soltando, e fico ao seu lado.

—Ela ta rindo de nervoso por se da conta que acabou de transar com você e não sabe agora como te dizer que não é tudo isso que vende! — Suzana responde no meu lugar enquanto entra na água usando um maiô.

—Não é isso não Renato. Estou rindo porque estou feliz de estar aqui com você e por você me fazer gozar MUITO gostoso. —Retruco rapidamente.

—Mari não precisa mentir não, Renato é adulto e sabe lidar com a verdade. — Suzana volta a implicar

—Ao contrário de você né, que não percebe que é bem-vinda a um local. — Renato mostra com o dedo indicador onde estamos.

—Já disse que cheguei primeiro.

—Isso não é uma competição mulher!

— Não é porque tu sabe que perderia Homem!

Quando Renato ia rebater eu me intrometo nessa discussão sem sentido:

—Já chega vocês dois! O que está acontecendo aqui? A cachoeira é grande o suficiente para os dois casais e nós somos amigos, podemos curtir juntos. — Enquanto falo revezo encarando os dois.

—Não quero curtir o que vocês estavam curtindo antes de eu chegar não, obrigada pelo convite. — Suzana diz rindo, colocando segundas intenções no que eu falei e isso me mostra que ela já esta de boa.

—Você é quem sai perdendo. — Renato comenta rindo também.

Reviro os olhos e solta uma risada enquanto os dois voltam a discutir sobre quem perderia mais por não fazer sexo um com outro.

Me afasto e mergulho rapidamente para molhar o rosto me refrescando, o dia já não estava mais tão quente, mas o rosto já ardia um pouco.

Volto a superfície e a água se agita perto de mim e Luciana surgi ao meu lado me assustando um pouco.

—Mariane nem se preocupa com isso, o hobby favorito desses dois e discutirem. Eles discutem por tudo, mas no fim se xingam e caem na risada ai ta tudo certo. Mas conte aqui, vocês transaram?

Me espanto com a pergunta direta e fico sem saber como agir. Luciana e eu não temos muita intimidade para esse tipo de conversa.

—Bom...mais ou menos isso...—digo em voz baixa sem saber como responder.

—Ah que bom, então funcionou bem pra você, confesso que estava preocupada com a sua reação quando acontecesse, mas vejo que lidou com isso com naturalidade.

Enrugo a testa confusa com o que ela fala.

Como assim lidar com naturalidade? Eu deveria ter feito o que?

—Como assim? Agir com naturalidade sobre o que? O sexo?

Luciana rir da minha confusão e me responde.

—É Mari, se me permite te chamar assim? —aceno afirmativo não me importando com isso no momento. — Então é sempre complicado para o Renato com as garotas quando chega nessa fase, algumas não reagem bem e tem ainda preconceito por ele...

—Luciana o que você está falando? — Renato a interrompe, e pelo seu tom de voz noto que está bravo.

Continuo não entendendo nada do que ela diz, só que Renato parece saber o que é por que isso o deixou bravo. Até que tenho um estalo e lembro que ele tem um segredo.

—Eu só estava perguntando como foi pra ela..— Ele a interrompe novamente.

—Eu ainda não contei pra ela nada, ela gozou roçando no MEU PAU. —ele enfatiza o final da frase e eu parece aquele meme antigo do Jonh Travolta sem entender nada.

Lucia percebe que falou demais e olha para mim e para ele com um olhar de desculpas. Ela vai na direção do Renato que está um pouco afastado de nós e para na sua frente ficando de costas para mim e tampando minha visão.

Eles começam a conversar algo em voz baixa e eu só consigo ouvir uns murmúrios, logo Suzana se junta a dupla e ela parece brava também.

Um vento bate no meu corpo e eu sinto um arrepio, cruzo os braços passando a mão neles na tentativa de aquecer minha pele gelada. Eles parecem muito focados na discussão me ignorando totalmente, sendo que sou eu a pessoa de quem eles estão falando.

Decido então que é a hora de ir embora, mesmo que sozinha. Não vou ficar sendo ignorada e ja sei que Renato não vai me falar o que está acontecendo.

Saiu do rio e vou em direção onde estava minhas roupas, as visto sem me secar e começo a caminhar na direção da trilha e então escuto a voz de Renato me chamando.

O ignoro totalmente.

Ele me ignorou não é mesmo? Tome um pouco do próprio remédio.

Muito maduro da minha parte, eu sei.

Estou brava por ele não confiar em mim, e puta por ter sido ignorada agora, mesmo depois do que acabou de acontecer.

—MARIANE! — Ele chama novamente e eu acelero o passo. — MARIANE ESPERA PORRA! — grita mandando.

—Ainda se acha no direito de mandar algo.— reclamo.

Continuo caminhando rápido, porém ele me alcança e me puxa pelo braço em direção ao seu corpo.

—Me solta. — afasto-me dele e ele me larga. —Não tem mais assunto para o grupinho discutir não?— pergunto irônica.

Não gosto de ser ignorada e ainda mais quando fazem isso na minha presença.

Observo que renato vestiu apenas a bermuda e calçou os chinelos. Vou subindo meu olhar e paro no seu rosto tenso.

—Desculpe por termos agido daquela maneira, Lucia falou demais e ela diria algo que sou eu quem deve falar. — Ele tenta se aproximar, mas eu me afasto.

Não quero ficar perto dele agora, seu corpo me destabiliza, e eu ainda estou brava com ele.

—Era sobre o seu segredo que ela falaria?— Questiono o encarando.

—Sim. — Reponde simples sem da mais informações.

Isso me irrita mais ainda.

—E porque eu não posso saber? Não confia em mim? Sei que nos conhecemos ontem, mas eu sou uma pessoa de confiança. — Quando termino de falar percebo a merda que disse. Em quase dois dias não da para se confiar totalmente em alguém, mas não ligo.

—A questão não é se e de confiança ou não, sei que posso confiar em ti. O que está em jogo aqui é o meu medo da sua reação, eu já contei isso antes e tive grandes decepções e como disse mais cedo eu estou sentindo algo por você e sei que se tu reagir mal isso vai me atingir forte.

Oh...Uau...

Sinto a verdade com o medo em suas palavras, e fico me perguntando o que pode ser esse segredo. Se fosse em outro contexto eu o perguntaria se é Gay, mas ele já provou que não é isso, então o que pode ser esse segredo? Será que Renato curte aqueles negócios que nem o filme cinquenta tons de cinza?

—Você gosta de sexo com dor? —pergunto de uma vez para acabar com minha dúvida.

—Sexo com dor? — Responde confuso.

—É, tipo aquele filme cinquenta tons de cinza.

—ahhh não é isso não. — E Renato rir do que eu falei. — Meu segredo é algo sobre mim, mas não é internamente de sexo. — Ele se aproxima de novo e dessa vez não resisto. — Sei que é foda o que estou pedindo, mas peço paciência e na hora que eu me sentir pronto vou te contar.

Renato se aproxima novamente e eu deixo ele enlaça minha cintura enquanto espera minha resposta.

Estou dividida em manda ele a merda junto com segredo dele ou em dar mais um tempo para gente se conhecer melhor e ele ter mais confiança em mim para poder falar. Decido arriscar e ver onde isso vai dar.

Fico na ponta dos pés e vou aproximando meu rosto do dele, Renato me encontra no meio do caminho e nos beijamos.

Depois de darmos alguns beijos ele me pergunta se quero voltar pra cachoeira e diz que as meninas estão preocupadas comigo.

Decido voltar e deixar esse momento pra trás sei que a Suzana não me excluiria por mal e Renato pediu desculpa pelo comportamento deles mais uma vez, eu disse para ele não se importar mais com e que agora era hora de se divertir. Então apostei uma corrida com ele ate o rio, onde ele ganhou, tiramos as roupas e voltamos para a água e assim brincamos com noivas e elas também me pediram desculpas. Mas eu dou de ombros e decido relevar. Então curtimos a cachoeira pelo resto da tarde e quando esta anoitecendo voltamos para o hotel.

NOSSA VEZ (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora