What happened to him?

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- "Uh.... Oi? Sou... Keith... Keith Kogane... e... você deve se lembrar de mim?... não, não vai funcionar.... uh.... Oi garoto, lembra daquele idiota que te disse coisas horríveis?... pior ainda... Ugh"

Me joguei na cama, por que pedir desculpas tinha que ser tão difícil? Era só um menino... um menino que pode ser muito legal que não merecia ter sido tratado daquele jeito... como eu sou idiota, soquei o travesseiro diversas vezes, eu sei como é se sentir inútil, sei como dói e eu fiz isso com uma pessoa que eu mal conheço, eu realmente sou horrível, e se ele tiver depressão? E se ele quiser se matar por isso?

Estou exagerando? Talvez eu esteja exagerando, mas e se...
Sou cortado dos meus pensamentos quando meu colega de quarto resolve entrar, Pidge Gunterson era o nome dele, não falava muito, focava mais em seu computador. Eu também não fazia questão de me aproximar, quase nunca nos falamos e quando esse raro evento acontece, nunca são mais de cinco palavras cada um

Voltando ao meu surto, eu não me perdoaria nunca se algo acontecesse por minha culpa, eu tenho que achá-lo, eu não quero ser a causa da morte de alguém, falando assim parece egoísmo mas que se dane, eu só não quero que alguém morra por minha culpa.
Já perdi as contas de quantas vezes andei pelos corredores desse maldito lugar procurando por pessoas que machuquei, tanto emocionalmente quanto fisicamente, apesar de que no final eu sempre deixaria o orgulho ser superior a minha própria vontade e desistiria no meio do caminho.
Eu não tenho controle algum sobre as palavras, já deixei algumas pessoas muito mal por conta da minha falta de jeito e senso na hora de falar, nunca é por querer, claro que não, por que alguém machucaria as pessoas por querer? Seria muita estupidez, ou muita maldade. O problema da questão é que eu realmente não consigo me conter, e isso acaba acontecendo, mas não dessa vez, dessa vez eu não vou deixar o meu orgulho falar mais alto, eu sentia que precisava me desculpar, era algo estranho, um profundo sentimento de culpa, como se algo ruim tivesse acontecido por conta do que eu disse. Não fazia sentido, nada fazia sentido, por que eu me sentia assim? O que diabos estava acontecendo? Eu não sou tão mole.

Estou ficando preocupado, e olhe que isso não é do meu feitio, eu me lembro bem do rosto do garoto, um belo rosto por sinal, e mesmo assim não o encontro em lugar algum, ele simplesmente sumiu, ou era muito bom em se esconder... Melhor perguntar ao Shiro.

Ao procurar por Shiro, também não o encontrei, era dia de brincar de esconde esconde sem avisar o Keith agora? Palhaçada viu.
Depois de um tempo, pude ver uma grande movimentação de instrutores do lado de fora do prédio, eles pareciam aflitos, Shiro estava entre eles e, eu podia perceber, ele era o mais nervoso de todos, a professora dos alunos de Cuba também estava lá, ela aparentava um grande desespero, puxando seus curtos cabelos enrolados e andando de um lado para o outro, os tênis afundando na areia alaranjada pelo pôr do sol, fazendo uma grande bagunça de pegadas.

Algo sério aconteceu, não haveria tamanha movimentação se não fosse nada, todos os instrutores estavam ali, sem exceções, será que... Não, não é possível, tem algo haver com aquele garoto? Seria muita coincidência.

Ao que parece o universo ama coincidências.
Conversei com Shiro assim que o encontrei, já que depois de entrarem na Garrison eles resolveram voltar a brincar de esconde esconde, o garoto realmente tinha sumido, não havia sinal dele em lugar nenhum, revistaram as câmeras e nada, era como se ele tivesse desaparecido dentro do próprio quarto, o que não aconteceu pois seu colega afiemava que o ouviu saiu no meio da noite, mas ao que parece, não checou para onde ele ia.
Decidi caminhar um pouco, isso era estranho, muito estranho. Também descobri seu nome durante meu interrogatório a Shiro, Lance McClain.

Andar pela areia e sentir o vento quente do deserto
sempre me ajudou a pensar, mas agora tudo parece tão nublado, não havia lógica, era como se uma grande nuvem de fumaça cobrisse tudo, eu não conseguia entender, o que estava se passando ali? Como aquele garoto sumiu? Olhei para o chão, areia, pedrinhas e pegadas complementavam a minha vista... espera... pegadas? Os instrutores não estavam por aqui, de quem são essas pegadas?
Comecei a segui-las, a pessoa que as fez não usava sapatos, a trilha parava em uma pedra, grande o suficiente para uma pessoa se sentar, e perto daquela mesma pedra havia uma jaqueta, estava jogada no chão de qualquer jeito, quase escondida pela areia, me abaixei, olhando a jaqueta, havia uma carteira, os documentos estavam ali, e era ele, o garoto que sumiu! Mas, ele não saiu do prédio, isso é o que as câmeras dizem, como isso veio parar aqui?

Decidi ir contar para os instrutores e logo todo o local é fechado, a professora dele me agradeceu mas ela ainda parecia abatida, claro, um dos seus alunos sumiu, uma família poderia ter ficado sem um filho e a responsabilidade era toda dela, ninguém comseguiria imaginar o que se passava na mente da pobre mulher.

Cheguei ao meu quarto, tinha sido um longo dia e eu só queria deitar e pensar um pouco, talvez dormir se eu conseguir.

- "Eu sabia! Sabia que não era coisa da minha cabeça!"
- "Gunterson?"

Assim que entro no quarto, pude ver o jovem rapaz gritando com o nada e digitando freneticamente em seu computador.

- "Kogane, me desculpe por isso"
- "Você soube do rapaz que sumiu?"
- "Ele era legal, mas não acho que vá aparecer"
- "Por que não?"

Ele não me responde, talvez não tenha ouvido, talvez simplesmente não queira falar... eu só sei que a cada minuto que passa esse lugar fica mais e mais estranho.

E a única pergunta que não sai da minha cabeça de jeito nenhum é:

O que aconteceu com ele?

Blue BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora