Blue Boy

We will find you

Dois meses já haviam se passado desde o desaparecimento de Lance McClain.
Os universitários vindos de Cuba já haviam partido faz uma semana. Infelizmente, um estava faltando naquele avião, no dia em que eles partiram, eu não consegui deixar de me sentir culpado, eu não devia ter dito aquilo, realmente não devia. A cada dia que passava, a culpa me obrigava a ficar cada vez mais e mais obcecado com o caso, parte da responsabilidade por isso é de Pidge, que alimenta minha cabeça com várias teorias loucas, como a de que aliens podem ter matado ele, isso é ridículo, apesar de fazer sentido... Espera, o que estou dizendo? Estou ficando louco, deve ser o excesso de cafeína.
Eu e ele nos juntamos na investigação, descobri que seu irmão, Mattew, e seu pai, desapareceram dessa mesma forma misteriosa, eles eram bem próximos de Shiro, mas quando Pidge tentou pedir alguma informação ao mais velho, meu querido irmão se debulhou em lágrimas.

Era meu bebê chorão gigante.

E quanto a mim? Bom, eu estou sendo bem mais insuportável do que já sou, 80% do meu tempo eu gasto falando sobre Lance e nos outros 20% eu espero que alguém traga o assunto à tona para que eu possa falar mais, estou cada vez mais preso a ele mesmo que não possa vê-lo, era como se ele fosse tão próximo a mim, mas eu mal sabia do que gostava, eu sequer sabia algo sobre ele... tudo que eu sabia era seu nome... quero dizer, sabia só disso até um mês atrás.

Pidge Gunterson podia ser muitas coisas, burro não era uma delas, o cara é um gênio, não podemos usar internet na Garrison, provavelmente para não contarmos o que acontece lá dentro, bom, adivinha? Meu querido gênio conseguiu conectar seus dispositivos a internet, ele era incrível, como nunca falei com ele antes?.... Ah, é, sou antissocial, como diria Pidge, sou um... "emo recluso".

Talvez eu seja recluso, mas emo? Isso é totalmente sem fundamento.

Voltando ao que realmente importa, Pidge e eu encontramos algumas pistas, uma delas é uma garota chamada Primrose Diaz Heather, ela parecia ser bem próxima... uma namorada talvez? A outra é a própria professora, Joanna Lima Lopez... mas descartamos ela assim que percebemos que se a mais velha soubesse de algo ela ja teria dito, a terceira era o cara qur foi seu colega de quarto enquanto McClain ainda estava aqui, Hunk Garret, e a nossa última pista, que era a mais importante de todas, com Pidge procurando seu pai e irmão, ele descobriu algo, mensagens captadas diretamente do espaço, mas não conseguia conectar essas mensagens, bom, isso até eu chegar, achamos um padrão para onde os fluxos de energia das mensagens apontavam, uma área próxima, mas ainda assim precisaríamos de permissão para chegar lá.

Tínhamos um plano, primeiro pegamos as informações que o Garret poderia ter, depois tentaremos algum tipo de contato com a Heather, e por fim, pediremos a Shiro que nos leve até aquela área.

Parecia um bom plano.

Okay, hora de pôr a fase um em ação.

Chegamos ao quarto do Garret, não foi tão difícil encontrá-lo, afinal, eu conhecia aqurle lugar como a palma da minha mão.
Chegando lá fomos atendidos pelo grandão, não estou brincando, ele era realmente muito grande... Ou talvez eu seja muito baixo... Não, ele que é muito grande.
Enfim, perguntamos a ele sobre o Lance, ele parecia afetado, como se o conhecesse a décadas... Será que aquele garoto é tão apegável assim?

- "Sim, eu conhecia o Lance, mas não tenho ideia do que pode ter acontecido com ele."
- "Nenhuma pista? Nada?"

Perguntou Pidge, realmente ele era uma boa fonte de informações, não ter nada a nos dizer poderia ser um empecilho na nossa investigação.

- "Espera... Eu acho que..."

O grandão foi pegar algo em uma mochila, voltando com um aparelho compacto, mas que parecia ser de uma complexidade enorme.

- "Uso esse aparelho para falar com a minha família, somente minha mãe possuí o correspondente, comentei dele com Lamce enquanto conversava com ele sobre minhas origens... Esses dias recebi uma mensagem estranha, perguntei a minha mãe e ela disse que não mandou, tentei ignorar mas ela continua se repetindo, sempre no mesmo horário mas com frequências diferentes"
- "Você ainda tem as outras frequências? Estão registradas em algim lugar?"
- "Sim, estão no meu computador, só um segundo"

Ele fala, já acessando a máquina, procurando pela frequência e as mostrando a nós.

- "Espere.... esses números formam um padrão"

Pidge fala, fazendo um diagrama na folha.

- "Conseguem ver? Se parece muito com a linha Fraunhofer"

- "Fraun o quê?"

Espere um minuto... Eu conheço esse padrão.

- Espera, me dá isso.

Olho pelas fotos que eu e Pidge tínhamos no diagrama feito no computador dele.

- "As pedras fora da Garrison são a cópia exata dessa linha"

Nos entreolhamos, e por um momento não houveram dúvidas pairando no ar.

- "Temos que ir lá"

Nós vamos te encontrar Lance.