Bebê De Açúcar

Bebê De Açúcar (Bônus): Capítulo 5 - O Espetáculo

— Cheguei — Sans anunciou ao abrir a porta de casa, à noite, por volta das dez.

— Sans! — A voz estridente de Papyrus o chamou, com certa raiva em sua entonação.

— Sim, sim. O que queria falar? — Foi de encontro ao irmão mais novo, que estava estirado no sofá da sala, como se quisesse preparar um ataque a Sans.

— Sabe quanto tempo eu fiquei te esperando? Até estou  com olheiras de sono! — Papyrus apontou para os próprios olhos, mostrando a mancha arroxeada ao redor deles.

— Eu vou explicar tudo pra você na hora certa, Papys, não se preocupe — Fez um carinho nos fios brancos de cabelo do irmão mais novo — Mas diz ae, o que queria me contar?

— Eu tenho uma mega, super, hiper, máxima notícia para te dar! — Papyrus exclamou, saindo do sofá num pulo, dando espaço para Sans, que estava realmente cansado — Mas primeiro, vamos pras notícias menores — Apontou para cima com a canhota, se vangloriando.

— Sou todo ouvidos — Pegou o celular, começando a teclar enquanto escutava o irmão.

— Primeiro, a tia Muffet me deu a receita dos biscoitinhos de aranha, finalmente — Começou a se vangloriar, andando em círculos pela mesinha de centro velha ao fazer seu monólogo — Segundo, um senhor misterioso me deu uma camiseta muito legal, a qual eu estilizei e ficou realmente muito legal — Apontou para si mesmo com o dedão esquerdo, mostrando seu sorriso vitorioso. Sans o olhou com curiosidade e preocupação. Chara mandou presentes para Papyrus? Como sabia de seu irmão? — Agora a notícia mais importantíssima: Eu, o grandíssimo Papyrus, vou apresentar o show de talentos da escola, nyeh! — Abriu os braços, mostrando completa animação — O que acha?

— Wow, parabéns, mano — Sans disse um pouco cansado, sorrindo para acompanhar o irmão, mas Papyrus percebia em sua voz que o mais velho estava cansado.

— Wowie, vamos, Sans, você está acabado. O que acontece quando você sai? Já faz dias que não o vejo com as tralhas da faculdade! — Se sentou ao lado dele, pondo as mãos na cintura, no ápice de sua animação.

— Estou tirando dias de folga, Papys, não se preocupe — Desse despretensioso, afinal sabia que Chara estava arcando com os custos dele no momento, e isso incluía sua faculdade.

— Nyeh! Eu diria que precisaria de folga também, mas o show não poderia perder alguém de tamanha magnitude como eu — Continuava a contar vantagem de si, mas sem deixar de prestar atenção em Sans — Melhor ir dormir, mano — Deu tapinhas nas costas largas do mais velho. Sans se levantou, com certa dificuldade por estar travado, e levou seu irmão junto, o puxando pelo braço sem menores problemas.

— É, realmente é a hora de dormir, você deve ter muitas coisas para fazer amanhã, Papy — Sans comentou passando a mão em sua roupa, depois indo em direção ao corredor junto com seu irmão mais novo, que ia para o quarto.

Papyrus chegava em sua cama de carro que Sans e Undyne haviam dado para ele em um de seus aniversários, deitando no colchão velho porém bom, dormindo e logo pensando no que poderia acontecer no dia da apresentação.

Em um grande palco luxuoso, o garoto alto entrava com suas vestes caras e enfeitadas, próprias para um evento como aquele.

— Senhoras e senhores! Para todos os que estão aqui! Eu, o grande Papyrus, lhes apresento, o show de talentos da escola! — Falou animado, logo sendo ovacionado pela plateia, que batia palmas em completa alegria.

A primeira era uma bailarina, que dançou maravilhosamente um dos clássicos de tchaikovsky, recebendo no final de sua apresentação, rosas sendo jogadas no palco. O segundo, era um comediante cujo as piadas arrancaram dos visitantes e do próprio Papyrus várias risadas. E por último, em seu doce sonho, uma menina fofa trazendo consigo uma flauta, que ao tocar exibia um barulho ensurdecedor, que nada mais era o despertador do celular de Papyrus, que o fez levantar num pulo.