Bebê De Açúcar: Capítulo 8 - Baixas

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— Amélia, Julieta, Anna, Lianna, façam alguma coisa logo — Frisk proferia rápido, andando pelo corredor carregando pastas, enquanto Sans jogava com os sons do jogo inundando todo lugar.

— Sim, senhorita Frisk — Exclamaram sem pensar, apenas arrumando as papeladas, sem estranhamente tirar a atenção do jovem com o seu celular.

— Sans, faça alguma coisa além de ficar nesse celular — Reclamou Frisk, carregando uma pesada leva de pastas.

— Jogo online não se pausa — O jovem retrucou, ainda vidrado em seu dispositivo móvel. Não ganhou resposta de Frisk, a empresária só jogou as pastas em suas mãos, o fazendo esquecer do jogo por alguns minutos — Ei!

— Você não está sendo pago para ficar em joguinhos, Sans. Na minha parte da empresa, TODOS trabalham — Advertiu, frisando bem a parte de que todos cumpriam suas tarefas.

— Eu gosto do fato de que sempre tem uma pasta ou papel a mais nessa empresa, vocês não sentem pena de matarem tantas árvores? — Perguntou com ar da graça, tentando seguir as empregadas e jogar ao mesmo tempo, segurando com dificuldade a papelada em pastas que lhe fora dado.

— Os papéis são o que mantém a nossa empresa viva, então não, árvores não são tão importantes — A mulher falava na linha de frente, liderando o motim de gente que havia atrás dela. Em uma jogada de cabelo, haviam chegado em sua sala, com as empregadas colocando a papelada em ordem na mesa de Frisk, com a dita cuja se sentando para começar a assinar os infinitos papéis que pareciam ter tido fim ontem.

— Você não se cansa de escrever? — O rapaz perguntou, assumindo seu posto ao lado da moça.

— Eu não tenho tempo para me cansar do trabalho, Sans. Empresas são desgastantes, para compensar o tanto de capital que eu e minha irmã ganhamos — Foi didática, colocando carimbos e assinando papéis em série, como se fosse um robô programado.

— Nem parece a mulher que passeou comigo ontem. Pra onde foi aquela Frisk? — Sans dizia jogando o celular em um canto vazio da mesa.

— Aquela Frisk foi trabalhar e agora não pode ser distraída — Continuou seu trabalho, carimbando e escrevendo como de praxe.

— Aquela Frisk era maravilhosa — Disse ternamente, chamando a atenção da jovem, que parou por um segundo e bufou, tentando se concentrar nas folhas novamente. O rapaz riu da falha da menor, prestando atenção nos pequenos detalhes em Frisk.

— Você... — A jovem empresária falou baixinho, o demonizando por tê-la a constrangido e deixado vermelha.

— Eu?... — Provocou, continuando aquela linha de raciocínio torta.

— Você é sórdido, Gaster — Retrucou, o olhando nos olhos, como se tivesse travando uma batalha.

— Muito obrigada, Dreemurr — Agradeceu rindo da situação de Frisk, a risada que matava pouco a pouco o monstro de orgulho que a mulher mantinha dentro de si.

— Eu estou a falar sério, Sans — Bateu uma folha na mesa, carimbando — O balanço da empresa teve um registro de baixa essa semana — Passou sua assinatura em mais um de seus papéis, falando com certa preocupação e afobação.

— E o que isso significa? O prédio vai perder mais alguns andares? — Completou a pergunta com ironia, com a voz rouca que deixava Frisk nos nervos.

— Engraçadinho — Mais uma vez uso do carimbo, desgostando da piada sem graça que Sans contara — Isso significa que uma parte das ações não rendeu o suficiente que lhe foi esperado. Resumindo, perdemos parte do dinheiro que deveríamos ganhar — Tentou ser didática, apesar de ter ao seu lado um adulto que agia como criança — Mas pelo menos há algo bom: Os acionistas daquela empresa escutaram o seu conselho de inclusão digital, aumentando o lucro por parte deles assim causando confiança em nós. Parabéns — Contou, indo para a estante guardar alguns papéis, tendo complicações por conta de seu tamanho em relação a gaveta, precisando dar pulinhos para a alcançar.

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