Epílogo

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3 anos depois

— Amor, vem logo, o filme já vai começar. — eu grito da sala enquanto Harry sai da cozinha com um vaso de pipoca na mão e um bico nos lábios. Meu namorado está com essa expressão desde mais cedo e eu já posso imaginar que coisa boa não deve vir daí. 

Era uma terça-feira à noite, eu havia chegado de viagem poucas horas atrás  e só tinha visto Harry em menos tempo ainda já que ele estava no estágio. Cansados, nós não tínhamos nenhuma vontade que não fosse ficar agarrado no sofá e vendo um filme qualquer que passasse na TV, coisa que a gente fazia com muita frequência.

Styles chega na sala e se encaixa no espaço entre as minhas pernas e eu levanto o cobertor para ele se acomodar, visto que fazia um pouco de frio. Harry era um pouco maior do que eu, mas sempre foi a pequena colher da nossa relação, eu não posso imaginar o tanto que minha sogrinha mimou esse homem, mas com certeza não foi pouco. Existiam momentos que o Harry era extremamente carente e queria todo o carinho e atenção para si. E eu não estou reclamando porque eu amo tudo isso. 

Quando nossos amigos nos viam juntos no início de nosso relacionamento, imaginavam que eu era o mais birrento. Mas eu sempre deixei muito claro minha personalidade barraqueira e ser encrenqueiro não é sinônimo de ser mimado ou louco por atenção. Esse aí era Harry.

Estávamos juntos fazia três anos, já havíamos terminado a faculdade e eu trabalhava lecionando em uma escola e no centro de pesquisas da universidade, já Harry estava trabalhando em uma clínica no centro da cidade. Nós moramos em um bairro médio e um pouco afastado em um apartamento que estamos pagando aos poucos. Nós realmente estamos começando uma vida juntos.

— Você sempre faz esse absurdo de pipoca. — digo quando vejo a quantidade da comida que existe no vaso.

— Eu estou com fome. — Harry fala ríspido e desde que eu cheguei que tento entender o que tanto exaspera meu namorado. — E não é você quem diz que pipoca não enche barriga?

— Eu só achei que tinha demais, talvez a gente não aguente comer. — falo devagar e descontraído enquanto faço um carinho em seus cachos longos e sedosos.

— Mas que inferno, me deixa em paz com minha comida. Não quer comer pipoca, não come. Mas me deixa quieto. — Harry grita e eu arregalo os olhos, pois não esperava essa reação.

— Por que você está tão estressado, amor? —  pergunto enchendo suas bochechas de beijos e passando os braços pela sua cintura.

Harry era muito carinhoso e calmo a maior parte do tempo, geralmente o estressado daqui era eu. Mas dessa vez aparentemente ele resolveu tomar o meu lugar de barraqueiro. O problema era que quando eu brigava, deixava bem claro o porquê, mas Harry nunca diz o motivo. Eu só sabia que não era ciúmes, porque não havia ninguém para ele sentir ciúmes nas últimas semanas.

— Eu quero ver o filme e você não deixa. — ele mente.

— Você sabe que tudo o que não vamos fazer é ver esse filme. — resolvo provocar descendo minhas mãos pela sua cintura e torcendo para terminamos a noite em sexo e não em confusão.

Isso era mais que verdade, nunca tínhamos conseguido assistir um filme inteiro sem que haja alguns amassos, é assim desde o dia que começamos a namorar.

Meus beijos descem para o seu pescoço cheiroso e ele empurra o vaso de pipoca para o chão enquanto se vira de frente para mim completamente emburrado. 

— Que dia é hoje? — interroga cruzando os braços.

— Terça? — pergunto meio incerto tentando adivinhar onde que ele quer chegar.

Once in a lifetimeOnde histórias criam vida. Descubra agora