"A vida é uma jornada, ela não leva a um destino exatamente, mas a uma transformação."
Filme: Para salvar uma vida
Ano: 2010
Gênero: Drama religioso
Minha mãe é, sem sombra de dúvidas, a pessoa que eu mais gosto no mundo inteiro. Dona Jay é a pessoa mais carinhosa que eu conheço e eu estava feliz por ter vindo ao cinema com ela, mesmo que para assistir um filme que não me interessava nenhum pouco. Tem tempo que não fazemos alguma coisa juntos, ela tinha muitos filhos para dar atenção e eu como o mais velho procurava entender que eu tenho irmãos menores que precisam de mais cuidados.
Mas hoje foi diferente, minhas irmãs foram para uma festa de aniversário e Mark, meu padrasto, estava viajando a trabalho restando apenas eu e minha mãe. Como não tínhamos nada para fazer em casa, ela me chamou para vir ao cinema.
Em menos de duas semanas eu estava novamente de frente para esse balcão olhando para o garoto de covinhas, enquanto ele pegava nossos pedidos, isso já estava virando um hábito.
— Vocês vieram ver o filme que acabou de entrar em cartaz? — ele pergunta casualmente e minha mãe parece encantada por sua educação porque ele estava sendo muito simpático até então. Já tinha alguns minutos que eles conversavam e eu estava lamentavelmente jogado para escanteio.
Sua voz grave me causa arrepios e isso não se deve ao fato dela ser extremamente sexy, mas sim porque eu sei que coisa boa não vai vim. Todas as vezes que ele pergunta sobre o filme que eu vou assistir, eu sempre acabo irritado. E sim, duas vezes já é o suficiente para eu classificar isso como uma regra e não uma exceção.
— Sim. — minha mãe responde. Pobre mulher.
— Acho que esse você não teve tempo de ver, não é? — sorrio extremamente contente por achar que dessa vez ele não vai conseguir ser mais rápido do que eu.
— Oh, eu vi sim, antes de começar meu expediente. Ainda estou com os olhos vermelhos do tanto que eu chorei quando o melhor amigo do protagonista morreu, eu realmente não consigo superar mortes. Você sabe, é sempre difícil se despedir de personagens quando eles... —o menino continua tagarelando como se achasse que estivesse em um dos monólogos de Shakespeare.
Bater nele ou não bater? Eis a questão.
Por fim só fico quieto pensando que o que ele não vai conseguir superar é a morte dele quando eu colocar as mãos naquele pescoço branquinho e apertar até que ele não seja capaz de dar spoiler a mais ninguém.
— Meu Deus, garoto, o que você tem de bonito você tem de sem noção. — falei revoltado sem controlar minha língua e sem notar o que eu estava dizendo até que já tivesse terminado a sentença.
— Louis... — minha mãe me repreendeu enquanto segurava o riso.
— Então você me acha lindo, babe? — o pipoqueiro falou sorrindo em minha direção e eu senti meu rosto esquentar e a vontade de ser um animal se apossar de mim. Caso isso acontecesse, eu faria tanatose1: iria me jogar no chão me fingindo de morto. Inclusive, morto era o que eu estava agora, mortificado de vergonha.
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Once in a lifetime
FanfictionDepois de levar um bolo em seu encontro, Louis decide ir sozinho ao cinema, ele só não esperava se apaixonar pelo garoto de olhos verdes e covinhas que vendia pipocas e adorava dar spoilers dos filmes. Início: 30/12/18 Término: 04/04/19 Plot: @alarr...