Dia 3

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Depoimento de "Coloreto" Sanches Mathias Ilano


"C."S.M.I.: Não adianta, eu não sei muito. E se soubesse não poderia dizer a vocês, torturadores infames o que querem? E sim, viva o comunismo!

OID: Senhor acalme-se. Não nos compete neste momento uma análise de suas preferências políticas. O que nos interessa é o fato de que na manhã do dia 28 de janeiro mais de dez pessoas foram assassinadas. E dessas pelo menos a metade era constituída de cidadãos inocentes. O Senhor sabe algo sobre isso?

"C."S.M.I.: Apenas o que li nos jornais.

OID: Mas o Senhor foi encontrado na maldita a cena do crime!

"C."S.M.I.: Sim e não.

OID: ?

"C."S.M.I.: Bem, isso é verdade, mas não é. Eu poderia explicar melhor, pois eu tenho problemas de perda de memória entende? Não me culpe.

OID: Pode me dizer o que fez na tarde da última terça-feira, dia 28?

"C."S.M.I.: Dormindo, provavelmente. Independente de ser fim de semana ou não eu durmo todas as tardes. Não sei se meu pai o informou, mas tenho problemas de saúde.

OID: Dormindo? Isso não bate com as informações. O que tem a acrescentar sobre o que não viu, Senhor?

"C."S.M.I.: Nada, mas posso mencionar algo...

OID: Prossiga.

"C."S.M.I.: O que tenho a dizer é que aquilo que não vi é a coisa mais aterrorizante de uma pessoa pode ver não importa o que façam estou pronto para ir.

OID: Como assim?

"C."S.M.I.: Não tenho nada a dizer.

OID: Se nos contar o que queremos saber, se for bastante cooperativo, irá embora antes do que pensa.

"C."S.M.I.: Amigo você não está entendendo. Eu não sei dizer. Não faz parte de nada que eu tenha visto antes!



Depoimento de Luiz Diogo, músico fracassado


OID: O nome Frênio Candino lhe diz alguma coisa, senhor Diogo?

L.D.: Um nome memorável. Tão memorável que é único. Diz muito, um Senhor que não demonstra toda sua carga de conhecimento, uma vez que isso emana por todos os seus poros. Digo, como suor.

OID: Não entendi, mas creio que seja uma expressão de admiração, suponho.

L.D.: Sim delegado, este homem é realmente uma das pessoas mais especiais que existem ou existiram na história da humanidade.

OID.: Pois então me diga. Tem ideia de onde podemos encontrar esse tão nobre homem?

L.D.: Em sua residência.

OID: Não. Ele não está em casa nem em lugar algum, desde o dia 28 último. Vou lhe explicar a situação, já que aparentemente não sabe. O Senhor Frênio estava no local onde houve um tiroteio. Uma casa lotérica, para ser mais exato. Ele foi até lá, aparentemente para resgatar certa quantia em dinheiro que, é o que tudo indica, não seria nem um pouco pequena.

L.D.: Como assim? O houve com ele?

OID: Isso é exatamente o que queremos que nos ajude a descobrir, uma vez que ele, um homem de 90 anos, não se encontra entre os sobreviventes ou mortos aquele acontecimento tão Infame e pelo que se sabe apenas dois ou três meliantes conseguiram fugir. Acredita-se que podem estar com o senhor Frênio, obviamente.

L.D.: Eu não faço ideia de como ou o porquê de ter ocorrido. Eu fui aluno do professor Candino por duas ocasiões. É um homem admirado por todos, com uma grande família, filhos e esposa e netos. Sua mulher e sua irmã também foram professoras de renome, como não poderia deixar de ser. Ele ainda ensina em cursos onde pode exercer voluntariado, pelo que sei, e a adultos. É uma informação vaga, mas talvez entre esses alunos exista alguém que possa ter feito algo com ele. Quem sabe?

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