Camuflagem e atração

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Sinceramente, ela não achava que tinha tamanha resistência à glicose.

     Sua aparente delicadeza e inocência encantou a todos da sala – sem nem entrar na questão de seu físico. Apesar de poder ser fria como o gelo, era sim gentil. Queria com todas as forças ser uma heroína e ajudar ao próximo até seu último suspiro e o corpo dolorido dizer "cheguei no limite do meu limite".

     Mas, em sua cabeça e pelo que lhe disseram desde seus sombrios seis anos, estava destinada a sujar suas mãos de sangue e limpar o mundo daquela ganância escondida por trás de ditos "heróis". Queria fazer o "herói número dois" pagar caro pelo que fez consigo e seus pais.

Aprontou-se novamente para a escola. Não gostava de admitir, mas ficava realmente linda com aquela farda de santinha. Escondeu sua faca na coxa direita novamente e prendeu seu cabelo num rabo-de-cavalo alto com sua longa faixa branca. Nunca se sabe quando fosse precisar defender-se de algo.

    Pegou sua mochila rosa com chaveiro de unicórnio e saiu do quarto. Comeu um sanduíche natural do dia anterior. Nunca se sabe qual será a sua última refeição em um mês ou dois.

     Sentiu algo no ombro e já ia meter sua faca no pescoço da desgraça, quando:

— Bom dia, Kayami! — disse certo ruivo.

     Respirou bem fundo para não matá-lo só de raiva e sorriu:

— Bom dia, Kirishima! Animado para um novo dia? — falou com um ânimo alto realmente convincente, até fofo de certa maneira.

— Já que é sexta-feira, sem aula neste sábado ... sim! — soltou uma risada nasalada.

     Ela nunca saberia, mas ele amava o simples som da sua voz

— Nem me diga! — ergueu o punho, sorrindo com os dentes — Vai ser um final de semana ótimo! Vou visitar o meu namorado ... com saudades dele!

Soco surdo na barriga dele, coisa que ela conseguiu perceber. "Cara ... um gato desses na minha?", pensou consigo mesma, surpresa por dentro. Conversaram um pouco enquanto iam para o prédio da escola, rindo de bobeiras. Custava para admitir, mas aquele garoto começava a ficar importante para si. A conversa foi detida por ...

— CABELO ESTRANHO!! — viraram, vendo Bakugo chegar com faíscas nas mãos — EU JÁ FALEI PRA DEIXAR DE ANDAR COM ELA, PORR@!!

— Bom dia pra você também, Biribinha. — disse a morena docemente, fazendo o outro segurar a risada.

— VOCÊ É DO DEMÔNIO, PUT@!

— Sim ... um demônio com asinhas e auréola. — ficou mais difícil segurar a risada.

— VÃO TOMAR NO C* VOCÊS DOIS!!

Passou reto, pisando forte. A dupla trocou um olhar sério para, logo, cair na gargalhada.

— Por que que ele cismou contigo?

— É uma ótima pergunta. — jogou seu rabo para o lado, dramática — Ele encantou-se com a minha beleza e não sabe como reagir ... — brincou.

"E que beleza ..." pensou, meio bobo. O dia passou como muitos outros. Na hora do almoço, Luisa foi comer com Midoriya, Uraraka e Iida como sempre.

— (...) Foi frustrante. — terminou a castanha, chateada.

— Este ano vai ser diferente! — disse a morena, "otimista" — Esse é um novo ano e ' tem mais experiencia. Você vai conseguir chegar mais longe no festival esportivo!

A dor tornou-se mel (BNHA - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora