Duas ocasiões para chorar

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— Você viu alguma coisa do passado da Kayami, drogado imbecil!?

     O loiro quase gritou pelo susto. Eijiro estava escorado no batente da porta com os braços cruzados e uma cara de poucos amigos raivosa nunca vista por ninguém.

— Eu ... — gaguejou, estranhamente temeroso — ... Eu não vi nada.

— Acho bom. Se estiver mentindo ... ou pior, espalhar qualquer coisa que você saiba sobre ela que a prejudique ... saiba que eu vou te ensinar a ser homem pessoalmente! — disse, ameaçador, mostrando o punho endurecido — Se tem uma coisa não-máscula é fazer uma garota, principalmente como a Kayami que ' sempre sorrindo e levantando o astral da galera, chorar daquele jeito deplorável!!

— Claro! — respondeu, encarando o punho dele com certo temor e confusão.

     O ruivo deixou o punho normal e saiu com a mesma cara. Podia ter deixado mais do que óbvio que tinha interesse romântico pela morena? Podia, mas valia a pena. Prometeu a si mesmo ano passado que não sentiria arrependimento de novo e teria mais atitude. Não ia deixar barato para aquele drogado que fez uma garota tão especial chorar rios de lágrimas.

Luisa se encontrava nas arquibancadas com Ochaco e Izuku, ambos ao seu lado esquerdo. Ainda soluçava um pouco, tomando água com açúcar duma garrafa que Recovery Girl lhe deu. O ruivo chegou e sentou à sua direita.

— Aonde você foi? — perguntou, a voz ainda rouca.

— Resolver uns assuntos com o Neito Drogado Monoma. — disse, sério, fazendo com que ela risse de leve.

— O que você aprontou, Red?

— Nada. — depois de segundos — Queria te dar um apelido, também ... só que nada ficaria muito legal.

Ela não acreditava que realmente sugeriria aquilo ...

— Me chama de Zaza. — pediu, captando a interrogação na expressão dele — É um apelido que todo mundo me dava quando criança. Se quiser, me chama assim.

— Ok ... Zaza! — respondeu, sorrindo e recebendo outro de volta.

     Mas seu sorriso se desmanchou ao ver a castanha com o mindinho levantado para eles. Corou.

— SE CASEM LOGO! — exigiu, se esparramando no assento — EU SHIPPO DEMAIS, DEKU-KUN! — balançava o esverdeado para frente e para trás insistentemente, que corou e sussurrou "tão perto".

— Deixa a gente! — pediu, fingindo irritação — Se tem pessoas que deveriam se casar é você com o Midoriya!

— Izuocha forever! — concordou a morena.

— Deixa que shippem. Eu " nem aí pra esse tipo de coisa. — falou, dando de ombros — Shipps não definem os,meus relacionamentos.

     Depois de cinco minutos, Luisa chegava novamente à arena para enfrentar Kendo. As duas se encaravam com seriedade. Os olhos da morena ainda estavam um pouco vermelhos, mas nada que a impedisse de lutar.

Quando deram o consentimento, as duas correram uma ao encontro da outra. A ruiva fez suas mãos ficarem grandes e dava "tapões" na direção dela. A outra desviava, pulando e passando por baixo, cortando as mãos gigantes de raspão.

Deu uma rasteira que a fez cair e diminuir as mãos. Aproveitando a brecha, ficou em cima dela e agarrou uma mão, enrolando sua faixa nela com uma velocidade impressionante. Fez a mesma coisa com a outra, mesmo Kendo tentando se soltar.

As duas rolavam no chão, batalhando pelo controle, mas a morena estava com a vantagem. Não sabia como, mas aquele pano branco era tão resistente que impossibilitava suas mãos aumentarem. Não rasgava por nada, e era longo demais! Como ela conseguia manejar aquilo!?

A dor tornou-se mel (BNHA - Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora