Já era de noite quando Alex voltou para casa naquela Segunda Feira.
Ele morava longe da faculdade, então tinha que pegar dois ônibus para chegar lá, e ainda andar alguns quarteirões de sua casa até o ponto onde os pegava.Ele fazia faculdade de engenharia na famosa Universidade Sheffield Hallam, na cidade de Sheffield, no Reino unido.
Como a mensalidade era cara de mais, Alex havia feito a prova para uma bolsa de estudos, e conseguira a vaga.Mas ele nunca quis seguir a carreira de engenheiro, nunca gostou da ideia. O fazia pela memória de seu pai, um bem-sucedido engenheiro, agora, morto a três anos.
Na verdade, Alex sempre sonhou em seguir a carreira de músico, por isso se reuniu com alguns amigos e formou a banda da qual ele se orgulha hoje. Ainda eram muito pequenos, mas ele tinha fé que um dia eles cresceriam e se tornariam famosos, assim realizando seu sonho de infância.Mas agora ele não tinha tempo de pensar em sonhos. Tinha uma situação muito mais complicada que isso para lidar.
Avistando a rotineira porta de madeira escura e o jardim mal cuidado que ficava a frente dela, o garoto suspira. Mais uma vez teria que encarar toda aquela situação de merda.
- Tô em casa.
O Moreno anuncia enquanto passa pela porta, depois fechando a mesma atrás de si e guardando as chaves de volta em seu bolso.
- Chegou tarde.
Responde Tanya.
Tanya é sua mãe, que depois da morte do marido, entrou em depressão e largou seu emprego, fazendo assim, o garoto ser o responsável pelas contas da casa. Ele estudava durante a manhã e trabalhava durante a tarde.
A noite, quando não tinha ensaios ou shows com a banda, ia a sua segunda casa: o SOYO Bar.Como não trabalhava, a mãe ficava em casa e cuidava de sua filha mais nova que havia sido diagnosticada com câncer a alguns meses.
Como eles não tinham muito dinheiro, não haviam conseguido pagar tratamentos muito efetivos, fazendo a garota piorar a cada dia.Na última consulta com o médico, ele avisou que a garota teria que fazer um transplante de um dos pulmões para poder continuar viva, mas o tratamento custava cerca de 100 mil dólares, dinheiro esse que o garoto não tinha nem metade. E era por isso que ele bebida todos os dias. Passava o dia todo pensando na irmã e em um jeito de ajudá-la, e quando a noite chegava, tentava amenizar seus problemas, ou pelo menos se esquecer deles por um momento.
- O trânsito estava horrível.
O garoto responde indo até a mulher sentada no velho sofá, que dá um beijo em sua bochecha.
- Como está Amanda?
- Não muito melhor, meu filho. A cada dia, ela piora. Não sei o que faremos...
Ela diz triste.
- Agora vai lá no quarto, ela está doida para te ver.
O garoto assente e segue em direção ao pequeno quarto onde se encontrava sua irmã. Ao passar pela porta, ele vê a garota deitada de lado, virada para a janela que se encontrava exposta agora sem as cortinas, dando visão da rua e de alguns prédios iluminados mais ao horizonte.
- Posso entrar?
Ele bate fracamente na porta.
- Alex!
A garotinha levanta rapidamente, ficando sentada na cama, com um sorrido estampado em seu rosto pálido.
Amanda tinha grandes olhos castanhos, e usava uma touca que cobria o cabelo negro que ainda restava em sua cabeça devido as poucas sessões de quimioterapia que eles haviam conseguido dinheiro para pagar.
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Why'd you only call me when you're high?
Fanfic*História inspirada na música "Why'd you only call me when you're high?" da banda Arctic Monkeys* "Agora são três da manhã, e eu estou tentando te fazer mudar de ideia...Te deixei várias chamadas perdidas até que você responda minha mensagem..." -Po...