Segunda Feira. Onze da manhã.
Uma brisa soprava meu cabelo, o fazendo cair em meu rosto e causando cócegas em minha bochecha. Estiquei a mão e o tirei de lá, soltando um resmungo e me virando na cama, escondendo o rosto da luz que entrava pela janela.
Alguém bateu na porta, e ainda de olhos fechados, franzi a testa. Eu podia jurar que minha colega de apartamento estava fora da cidade e só chegaria na hora do almoço, e que ela nunca, nunca, batia antes de entrar.
— Já vai — disse uma voz ao meu lado.
Todo o sono e moleza que eu sentia foram embora em questão de milissegundos. Sentei-me, meu cérebro trabalhando mais rápido do que eu esperava ao fazer minhas mãos segurarem o lençol, enquanto eu me sentava na beirada da cama e segurava o tecido em frente ao corpo.
— Chris, os meninos vão descer na frente do hotel, você vem? — perguntou a voz atrás da porta.
— Ai meu Deus — sussurrei baixo.
— Já vou! — respondeu ele, me olhando um pouco espantando. Ouvimos passos se afastando, e ele finalmente falou novamente: — Calma, eu não mordo.
— Imagina que não — resmunguei, e olhei ao redor. — Cadê minha roupa?
— Você não está com ela?!
Fechei a cara e o encarei. Christopher ainda estava deitado, os braços atrás da cabeça, e a coberta até a cintura.
— Você por acaso está com as suas? — retruquei.
— Hm, não.
Revirei os olhos e me levantei, agradecendo aos deuses por ao menos estar de calcinha, e fui até onde estava meu vestido — embaixo da cortina — e comecei a colocá-lo.
— Puta que pariu! — gritei, e tampei a boca em seguida após me dar conta da situação em que me encontrava.
Minha mente começou a gritar, diversas vozes ao mesmo tempo. Tive que me esforçar para fazer com que todas ficassem quietas e me foquei em sair dali o mais rápido possível.
— Eu não rasguei o seu vestido. — Chris se defendeu, entretido.
— O meu chefe vai me matar. — Choraminguei e voltei para a cama, me ajoelhando nela e ficando de costas para Chris. — Fecha pra mim?
— Você por acaso é casada com seu chefe?!
— Não. — Sai da cama quando ele fechou e olhei novamente ao redor do quarto, procurando minhas coisas. — Mas eu dormi com o cara que vou entrevistar e fotografar daqui algumas horas. Ele vai me matar. Não podemos nos envolver com pessoas que trabalhamos.
— Seu sobrenome é Martin? — perguntou. Chris finalmente se levantou (não sem antes vestir uma cueca por baixo da coberta para sair da cama).
Soltei um suspiro e coloquei a mão na cintura, ainda sem encontrar o resto das minhas coisas.
— Sim. Blair Martin — respondi.
Coloquei a mão em meu peito e o tateei, sentindo algo faltando.
— Viu meu sutiã?
— Você não estava usando sutiã.
— Mas estava usando alguma coisa.
— Um top. — Se abaixando do seu lado da cama, ele pegou algo no chão e me entregou. Era o top.
Ele se virou e começou a procurar pela própria roupa, e eu aproveitei para colocar o top. Sentei-me na beirada da cama e coloquei meus saltos, agradecendo por tê-los encontrados.
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Mistakes
FanficChristopher Velez não estava se apaixonando por Blair Martin. Ele não podia estar. Afinal de contas, ele nunca se apaixonava por ninguém. Ou isso estava prestes a mudar? O medo de se fazer essa pergunta crescia a cada passo que Blair dava para dentr...