Capítulo 6: "Eu espero que a gente lembre."

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Continuação. Quarta Feira. Madrugada.

Deixei meu celular na mesa que tinha próxima a nós e fui novamente até o muro, me apoiando e me sentando nele.

— Ficou louca? — perguntou Christopher, se assustando. — Você vai cair.

Joguei a cabeça para trás e soltei uma risada.

— Não vou não.

Ele negou com a cabeça, pegando a garrafa de vidro que eu tinha trazido com a bebida rosa.

— Isso é bom?! — Olhou para o líquido e fez uma careta.

— Tudo o que eu faço é bom — respondi, dando uma piscada.

Ele revirou os olhos e veio até mim, ficando em minha frente. Abriu a garrafa e provou um pouco o conteúdo.

Eu quis rir ao ver os olhos dele brilhando.

— Bom, não é?

— Da raiva. Eu mal sei abrir uma garrafa de vodka.

— Isso é inveja.

Me estiquei, pegando a garrafa de sua mão, mas ele não soltou, vindo junto quando eu puxei o vidro. Christopher ficou me olhando enquanto eu tomava um gole da bebida, e quando terminei, ele pegou a garrafa de minha mão e a colocou na mesa que tinha ao seu lado.

Eu desci do muro, com as mãos de Chris em minha cintura, me segurando, enquanto as minhas mãos iam para seu ombro. Quando meus pés tocaram o chão Chris deu um passo a frente, me encostando na parede.

Quando sua boca se juntou a minha o cheiro do perfume dele me envolveu, me deixando zonza de uma maneira incrivelmente boa. Ou talvez não fosse o perfume e sim a bebida...

Apesar de já termos nos beijado antes, eu não me lembrava, e por isso aquele momento foi como beijá-lo pela primeira vez. Sua boca era suave e leve contra a minha, com um beijo que no começo eram apenas lábios. Suas mãos em minha cintura se tornaram mais firmes quando o beijo se intensificou.

Sua boca tinha gosto de morango.

E vodka.

Naquele momento minha mente teve flash de memória, da noite em que passei com Chris. Nós estávamos rodeados de pessoas e por musica alta, e seu corpo se encaixava no meu igual nessa noite. Meu corpo pareceu reconhecer seu toque, minhas mãos traçando um caminho de seu ombro para sua nuca, alguns dedos subindo por seu cabelo. Minha mão parecia reconhecer todo aquele caminho.

Quando Christopher parou o beijo, com meu lábio inferior preso entre seus dentes, meus dedos puxaram fios do seu cabelo.

— Só eu senti uma nostalgia? — perguntou, com a boca ainda próxima a minha.

Neguei com a cabeça, rindo baixo.

— Eu também lembrei de algumas coisas daquela noite.

Christopher soltou um suspiro baixo, a cabeça tombando para trás.

— Odeio não conseguir saber o que aconteceu naquela madrugada de domingo para segunda — falou, a voz saindo rouca.

— A gente vai lembrar — falei, beijando seu maxilar e depois seu pescoço. — Eu espero que a gente lembre.

— Eu também espero.

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