Capítulo 3: "E eu to solteiro."

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Continuação da mesma tarde.

Após a introdução do vídeo, apresentando quem eu era e a Younger Magazine, eu me virei para os meninos. Eu estava sentada no meio deles, com Joel do meu lado direito com Richard ao lado dele, na ponta; e do meu lado esquerdo Zabdiel, Christopher e Erick.

— Vamos em ordem, okay? — Apontei para Richard, que estava na ponta mais perto de mim. — Falem o nome de vocês, país de origem e como vocês acham que os outros da banda vêem vocês*. Ok?

Eles confirmaram com a cabeça.

— Eu sou o Richard. Dominicano, nascido em New York. Tenho 21. E, hm, acho que eu eles me vêem como, tipo, o bravo.

Os meninos riram, falando um sob o outro, confirmando que viam ele assim.

— Eu acho que é porque eu crio atitude muito mais fácil que os outros.

— Qual é sua cara de atitude? — perguntei, me virando para ele. — Deixa a gente ver.

— É só minha cara normal mesmo — respondeu, nos fazendo rir.

— Ok, próximo — falei, ao parar de rir.

— Hm, Joel — falou, se arrumando nas almofadas. — Eu sou o Joel. É, eu sou o Joel. — Ele abraçou uma das almofadas e riu, escondendo o rosto nela.

— Caso alguém não tenha entendido ele é o Joel — disse Erick, apontando para o colega de banda, nos fazendo rir.

— Eu tenho dezenove anos. Sou americano. E eu espero que ele me vejam com uma pessoa organizada, porque eu sou bem organizado — continuou, soltando a almofada.

Os meninos não pareceram concordar muito com ele, soltando risadas e negando.

— Eu já sabia que eles iriam falar isso — falou, abraçando novamente a almofada e se jogando para trás, deitando nas outras e escondendo o rosto atrás do Richard.

— Eu sou Zabdiel, tenho vinte anos, — começou a se apresentar — e sou de Porto Rico.

— Porto Rico papai — murmurou Christopher, soltando uma risada.

— E eu acho que eles... — Ele fez uma pausa, tentando achar a palavra em inglês, se enrolando. Eu soltei uma risadinha, achando fofo, e falei para ele como se pronunciava em inglês. Ele agradeceu e continuou — eles me vêem como o que mais dorme, provavelmente.

— Positivo — falou Christopher.

— É verdade? — perguntei, olhando para os outros.

Todos confirmaram.

— Ele pode dormir em qualquer lugar — disse Richard. — Qualquer lugar.

— Qual o lugar que vocês mais veem ele dormindo? — pergunto.

— Aeroporto — responde Richard. — Nós estamos na fila, e todo mundo "ei, onde esta Zabdiel?". E então a gente vira e ele ta dormindo no chão.

Novamente, os meninos começaram a rir e falar ao mesmo tempo. Foi uma confusão. Zabdiel apenas riu, pegou uma almofada e se deitou, segundos depois foi que vimos isso e começamos a rir mais ainda.

— Ok... — Christopher se arrumou para começar a falar. — Sou Christopher. Nasci em Jersey, e fui para o Equador. E eu acho que eles... Como é? — perguntou, olhando para os lados e rindo ao ver que não iria adiantar de nada, porque Erick e Zabdiel não falam inglês melhor que ele. Joel, Richard e eu pronunciamos a palavra para ele. — Ah, okay. Acho que eles me vêem como o cara positivo, sorridente.

Os meninos confirmam, e Christopher da um sorriso contente.

— E eu to solteiro — falou, não escondendo nada a cara de pau ao me olhar.

— Só jogando na roda — comentou Richard, rindo.

— Eu sou o Erick. Tenho dezessete anos. E eu acho que eles me vêem como o que faz piadas, prega peças.

— Ele faz piadas, mas elas não são boas — comentou Christopher.

— Eles não entendem — disse Erick, fingindo estar triste e envergonhado.

Que fofo.

— Que peça você pregou que te deixa mais orgulhoso? — perguntei, o olhando. — A legendaria.

Erick ficou pensando, tentando falar e não conseguia.

— Espanhol dá — disse Christopher para ele.

— Em inglês é complicado... — respondeu me olhando.

— Ok, vai em espanhol — falei.

Ele acabou falando em inglês mesmo, nos fazendo rir.

— Hm, eu coloquei so...

É, não deu certo falar em inglês.

— Sopa — disse Richard, o ajudando. — Foi na primeira vez que nós fomos à Argentina. E foi quando começamos a dividir quarto, e eu estava com o Christopher. E então ele, — apontou para o Erick — veio ao nosso quarto sem a gente saber, filmando tudo, e foi até o nosso banheiro e colocou sopa nas nossas pastas de dente. E quando eu fui escovar os dentes...

— Nós, — corrigiu Christopher — nós fomos escovar os dentes juntos.

— E então eu to escovando meus dentes e fiquei "cara, por que isso tem gosta de sopa?" — Richard riu, olhando para Christopher.

— E então a gente olhou um para o outro — disse Christopher.

— É — confirmou Richard — a gente achou que um tinha feito isso com o outro.

— E tinha bolhas na nossa boca e a gente não estava entendendo nada.

Erick apenas ria, se escondendo atrás de Zabdiel.

— E depois ele veio e mostrou o vídeo, foi estúpido — contou Richard, apontando para Erick de novo.

— Isso foi uma ótima pegadinha — falei, olhando para ele. — Você é o mais novo, não é? — Ele confirmou com a cabeça. — Foi uma ótima pegadinha.

— Você ainda tem esse vídeo? — perguntou Christopher.

— Eu não sei — respondeu Erick, ainda se escondendo.

— Ele não tem a prova do crime — falei.

— Você deveria postar — comentou Chris.

Enquanto isso, Zabdiel continuava dormindo.


*A parte da entrevista que foi apresentada nesse capitulo é uma tradução da entrevista que CNCO fez com a AMP Radio. Você pode vê-la em: https://www.youtube.com/watch?v=nr3ragn0klU&t=350s. Algumas coisas foram tiradas e adicionadas da entrevista, então ela não esta 100% fiel.

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