Epílogo

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Já era tarde, faltando pouco para o dia amanhecer. Chris estava deitado em minha cama, sua blusa jogada no chão. Minha cabeça estava deitada do lado direito do seu peito, enquanto meus dedos contornavam a tatuagem que ele tinha do lado esquerdo do peito.

— O que é essa tatuagem? — perguntei.

— É em homenagem ao meu avô.

— 06-03-2015 — li o que estava escrito a cima do diamante colorido.

— Foi quando ele morreu.

— Você ainda vai virar um gibi — comentei, olhando as outras tatuagens que ele tinha.

— Talvez essa seja a intenção... — Ele ficou em silêncio, os dedos acariciando minha cintura. — Nunca me imaginei sendo pai tão cedo.

— Ainda acha que vai ser um desastre?

— Total.

— Já te vi com crianças, Chris. Você se da muito bem com elas.

— É, quando não são minhas.

Soltei um suspiro, dobrando os braços sobre seu peito e apoiando o queixo neles. Observei o rosto de Chris, passando a unha pelo contorno da sua boca.

— Vou sair em turnê em algumas semanas. Como as coisas vão ser agora?

— Vamos ter que descobrir.

— Vou ficar meses fora, Blair.

— A gente da um, jeito, ok? — Beijei seu queixo.

Chris soltou um suspiro, passando a mão por minhas costas.

— Quando vai contar para o seu pai? — perguntou.

— Ele vem em março para o meu aniversário.

— Ainda tem tempo.

— Aham.

O silêncio reinou no quarto novamente.

A mãe de Chris não pode vim a Miami por problemas com documentos, e só chegaria amanhã. Um dia era o tempo que nós tínhamos para ajudar Chris a descobrir como contar para ela.

Chris me encarou por longos minutos.

— O que foi? — perguntei, estranhando.

— Quero que nosso filho tenha seus olhos.

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