Capítulo 7: "São luzes, e estrelas."

2.5K 197 7
                                    

Quarta Feira. Onze da noite.

— Então... — Passei a mão por meu cabelo, o colocando atrás do ombro. O celular estava com a câmera frontal ligada, gravando um vídeo. — Nós resolvemos combinar a roupa. — Cheguei para o lado, enquadrando Christopher no vídeo. — E parece que estamos indo para uma festa de virada do ano. — Mostrei nossas roupas brancas.

Rockabye tocava ao fundo e Christopher cantou um verso da musica para a câmera.

Parei com a gravação, dando uma rápida olhada no vídeo e o postando no storie do Instagram.

Nós estávamos no apartamento de outro amigo que tínhamos em comum, Joey. Ainda estávamos na sala, que tinha se tornado uma recepção, não tinha nenhum móvel, apenas suporte para bebidas, bolsa e casacos. Tinha na realidade uma poltrona em um canto. Também tinham dois espelhos ali.

O tema da festa era Neon, e por isso as luzes eram luzes negras, já que eram as ideais para fazerem as tintas brilhares. Naquele cômodo, porém, ainda não tinha nada de neon, mas já tinham as lampadas de luz negra.

Christopher tirou seu celular do bolso, entrando na câmera, e me puxou pela cintura, me deixando ao seu lado em frente ao espelho.

— Delicado que só — falei, arrumando meu cabelo.

Chris gravou um boomerang, com o celular na mão esquerda e a direita em minha cintura, de quando eu arrumava o cabelo.

Nós dois estávamos de branco, da cabeça aos pés. Chris vestia calça jeans, uma blusa e uma jaqueta também jeans. Eu estava de saia longa, que ficava na altura do umbigo, e um cropped branco, que tampava uma parte da minha barriga.

Chris e eu saímos da sala e fomos para um dos quartos, que era onde as tintas estavam. Gigantes potes de tintas neons estavam em mesas e escadas, além de pilotos, pincéis, e diversas outras coisas.

O chão era coberto com um pano branco, assim como as paredes, mas ambos já estavam sujos com tinta.

Christopher e eu fomos até os potes.

— Ok, — peguei um pincel — vira — falei para Christopher.

Ele franziu a testa e me olhou desconfiado.

— Vamos — falei novamente, soltando uma risada. — Viemos com branco justamente para isso.

— Se você desenhar um pênis eu jogo esses baldes todos em você.

Segurei uma risada e arregalei os olhos. Chris me encarou, cerrando os olhos e virou.

Eu ri, enquanto molhava o pincel na tinta azul e começava a pintar nas costas de Chris, em sua jaqueta branca.

Nice for what começou a tocar, e eu me controlei muito para não começar a cantar.

Não fiquei muito tempo fazendo o desenho nas costas de Chris, e logo terminei.

— Me empresta seu celular — pedi, e ele colocou a mão para trás, entregando o aparelho, já na câmera. Tirei uma foto de suas costas. — O que acha? — perguntei, quando Chris se virou, e eu lhe mostrei a foto.

— O que deveria ser?

Soltei uma risada. Eram estrelas e diversos asteriscos, que também representavam estrelas, e alguns riscos azuis e amarelos, com pequenos prédios.

— São luzes, e estrelas. Se você tirar a lente, sabe o que vai ver? — sussurrei.

— Minhas fãs quando estou no palco — respondeu, dando um sorriso.

Sorri, confirmando.

— Ok, agora estou menos desconfiado.

Soltei uma risada e devolvi seu celular.

— Minha vez — falou, pegando o pincel da minha mão.

Chris foi até uma das prateleiras, deixando o pincel ali e pegando um piloto amarelo. Ele voltou até mim, se ajoelhando na minha frente. Segurou a barra da minha calça, deixando o tecido esticado e começou a escrever na vertical.

Quando terminou, eu não aguentei e comecei a rir. Rir muito.

— Eu não acredito que você escreveu seu nome — falei, ainda rindo.

"Christopher" estava escrito da minha cintura até a barra da calça, letra por letras, uma embaixo da outra.

— Meu Deus!

— Eu sou um artista — falou, orgulhoso.

Ele pegou o celular novamente, gravando o que tinha feito em minha calça. Eu estiquei a mão para o lado, colocando a palma dentro da tinta rosa e a coloquei na jaqueta de Chris, deixando uma marca.

Ele me olhou indignado.

Dei um sorriso falso.

Chris gravou a mancha que eu tinha feito em sua camisa, e continuou gravando enquanto molhava a mão em tinta roxa e a passava por minha saia.

Foi a minha vez de ficar chocada.

Quando ele terminou de gravar, foi que eu falei.

— Que cretino!

— Bem vindos a festa! — gritou Joey, se juntando a nós. — Que tal os dois pombinhos pararem de namorar e irem aproveitar o que esta acontecendo lá fora, hm?

— Ok mamãe — falei.

Passei minha mão por toda a roupa de Chris até ela ficar limpa. Soltei uma risada vendo o resultado. Ele infelizmente fez a mesma coisa.

Péssima ideia ter vindo de branco. 

Ainda tinha muito espaço para pintar as roupas...

MistakesOnde histórias criam vida. Descubra agora