three

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P.O.V Day

Alguns dias haviam se passado, nada demais tinha acontecido. Apesar das provocações de algumas mulheres, eu não tinha me metido em mais nenhuma briga.

Talvez estava com saudade da sala toda branca da doutora Biazin. Só talvez mesmo. Bom, lá eu me sentia um pouco segura.

Quando eu ia sair daquele lugar? Quando eu ia conseguir provar minha inocência? Quando alguém sentiria minha falta? Eu me fazia essas perguntas todos os dias.

-Hora do café Lima.- Solange me informou e eu saí em direção ao pátio da prisão.

Chegando lá eu vejo uma menina sozinha sentada distante de todas as demais, ela era como eu. Distante.

-Olá.-Digo me sentando do lado da menina que aparentava ter em média de vinte anos.

O silêncio brotou no local, talvez a menina estivesse com medo.

-Eu não vou fazer nada com você pode ficar tranquila.-eu disse na tentativa de acalmar a garota.-Me chamo Dayane.

-Aline.- Ela apertou minha mão e eu pude ver a tristeza em seus olhos.

-É meio clichê mas porque foi presa?- perguntei com receio,talvez ela não se sentia confortável com a pergunta.

-Fui acusada de matar minha mãe.

Lágrimas percorriam nos olhos de Aline e eu nada fiz, confesso que fiquei surpresa.

-Ugh, nossa. Desculpas,não sei o que falar.

-Eu sei que também vai parecer clichê,mas eu não matei minha mãe.-ela chorava e eu a abracei,eu sabia o que ela sentia no momento.

Injustiça.

-Eu também tô aqui por uma injustiça. Fui acusada de matar uma mulher.- Aline parecia concentrada em ouvir minha história.- Que eu sequer conhecia.

-Eu caí numa armadilha,dois homens armaram pra mim.-Quando a morena citou dois homens, automaticamente me veio a maldita lembrança. Eu não esquecia o rosto daqueles malditos homens, e se fossem os mesmos?

-Dois homens?

-Sim,dois homens.

-Eu posso estar parecendo uma louca, mas dois homens armaram para mim também.

-Você está insinuando que...-ela fazia um semblante de confusa.-São os mesmos homens?

-Sim. É muita coincidência.

-Não tem como sabermos Dayane.

Ela estava certa,talvez eu estava imaginando coisas.

-É, melhor deixarmos quieto.

[...]

Porque tudo sempre complicava quando se tratava de mim?

Porque eu tinha a necessidade de ver a ruiva?

Eu precisava vê-lá.

Mas como seria possível, eu não tinha nenhum ferimento. Eu estava louca à ponto de pensar em como causaria o "desejado" ferimento.

Era hora do trabalho diário, era minha chance de ver a doutora.

Com alguns dias na prisão, eu já sabia como provocar as mulheres mais velhas.

[...]

-Porque estou com um pressentimento que você vai aprontar Day?- Aline agora andava comigo,vamos dizer que ela era minha única amiga daquele lugar.

Someone Like You (dayrol)Onde histórias criam vida. Descubra agora