O Sol brilhava lá fora, mas dentro de Park estava tudo vazio. Ele estava sozinho em casa, pois Jungkook trabalhava como sempre.
Olhou para o lado e se deparou com uma linda bandeja de iogurte com morangos (sua combinação favorita) e ao lado, um bilhete de seu amado.
Bom dia amor! Tudo bem? Espero que sim. Bom, eu tive que sair mais cedo hoje, pois tive uma reunião aqui na empresa, mas acho que você não viu, pois estava dormindo.
Hoje tenho uma surpresa pra você ok? Ás 22:00 esteja pronto! Irei te levar para um lugar que eu descobri recentemente e acho que você irá gostar.
Agora mudando de assunto, coma seu café da manhã todo ok? Eu fiz com muito carinho e ainda coloquei pouco para não forçar muito seu estômago. Sei que me comporto como uma mãe ás vezes, mas é apenas preocupação com quem amo, e eu te amo muito.
Ah, eu pedi para Taehyung ir te ver ok? Sei que ele é seu melhor amigo, então ele pode te animar já que fazem meses que voces não se encontram.
Espero que tenha um dia ótimo! Até mais tarde amor!*PS: obrigado por existir e por fazer da minha vida um lugar mais bonito para viver.
Park se encontrava com um bobo sorriso na cara. Jungkook tinha do dom de fazê-lo sorrir até nos piores momentos com suas bobas declarações.
Desde o começo do namoro, Jungkook se mostrava um rapaz extremamente carinhoso e nunca deixou de fazer seu café ou deixar um bilhete ao lado do criado mudo. Ás declarações podiam se repetir, mas Park ás guardava com muito carinho.
Depois de sorrir tantas vezes com aquele bilhete, ele comeu seu café da manhã e em seguida foi ao banheiro se banhar.
Tirou sua roupa, se olhou no grande espelho a sua frente e pela primeira vez em anos se sentiu feio. Seu corpo estava magro como o de um doente e não tinha mais aquele brilho que ele tanto amava. Ele rezou pra que um momento fosse apenas desnutrição, mas ele sabia que o que ele tinha não teria cura nunca.
-Você nunca foi de verdade. Você sempre ferra comigo e com a minha vida. - ele dizia na frente do espelho. -Primeiro minha mãe, meu pai e agora eu também? Por que você esperou pra aparecer? Por que apareceu logo agora que eu tenho um amor ao meu lado? - a raiva tomava conta de Jimin e sem pensar, desferiu um soco contra o espelho, o que acabou cortando sua mão, mas ele não se importou.
Entrou na banheira e ligou o chuveiro, se debruçando em posição fetal no chão. A água estava fria, então, ás vezes causava pequenos espasmos no pequeno Park.
Mas ele não se importava com mais nada.
E provavelmente nem consigo mesmo.
[...]
Park estava no sofá da sala literalmente cansado de tudo. Ele vestia uma blusa longa cinza e uma cueca preta.
A campainha tocou e ele foi atender já sabendo quem era.
-Minie! - Taehyung adentrou o apartamento e abraçou o pequeno. -Que saudades meu amor!
-Está me sufocando. - Jimin dosse ríspido e Taehyung o soltou.
Taehyung era amigo de Jimin há anos. Na infância, moravam na mesma rua e tinha famílias amigas, o que facilitou na amizade. Taehyung tinha cabelos vermelhos (recém-pintados) e era dono de um sorriso retangular encantador.
-E aí? Como você está meu bolinho de arroz? - o ruivo perguntou se sentando no sofá e Jimin indo logo atrás.
-Normal Taehyung. - Jimin respondeu seco mais uma vez, o que magoou seu amigo, mas ele não deixou transparecer.
-Quer fazer alguma coisa? Fiquei sabendo que abriu uma nova cafeteria no centro de Seoul. Vamos? - Tae já se prepara para levantar, mas o loiro não move sequer um dedo.
-Tanto faz Taehyung. Só me deixe em paz. - e ali foi a gota d'água para Taehyung. Por que ele estava lhe tratando assim?
-O que eu fiz? - ele começou e Jimin o olhou cansado. -Por que está me tratando assim? Poxa Jimin, eu vim aqui te ver! - ele cruzou os braços quase chorando devido a sua sensibilidade.
-Você veio porque quis, pois eu não lembro de ter te chamado em nenhum momento. - Jimin disparou e se fosse possível ouvir, o coração de Taehyung estaria se quebrando em milhões de pedacinhos agora.
-E-eu v-vou a-até a cozinha. - Tae disse segurando ás lágrimas e foi pegar um copo com água.
Ele não conseguia entender o porque de toda aquela ignorância, daquela mal educação. Jimin nunca havia lhe tratado assim em anos de amizade.
Lavou seu rosto na pia da cozinha para de acalmar e decidiu retornar lá. Alguma coisa muito séria deveria ter acontecido para ele agir assim e ele iria descobrir o que era, custe o que custar.
Quando retornou a sala, Jimin o esperava sentado com os olhos cheios de lágrimas, mas não as soltava. Mantinha seu olhar fixo no vaso em cima da mesa de centro.
-Você tem 10 segundos para me falar o que aconteceu. Ao contrário disso, eu saio por aquela porta e... - ele hesitou tomando coragem. -não volto nunca mais.
Um medo imenso percorreu Taehyung, pois o menor continuava calado. Será que ele queria mesmo que ele fosse embora?
-5, 4, 3, - o medo dominou. -2... - Taehyung se levantou entendendo a resposta de Jimin, mas antes que chegasse a porta foi segurado pelo braço do loiro, que o fez retornar a sentar no grande sofá.
-O meu câncer voltou... - Jimin disse de uma vez, deixando Tae paralisado. Ele pensou em tudo; em uma briga com Jungkook; com algum outro amigo; com problemas financeiros... Mas isso?
Taehyung não aguentou e se pôs a chorar.
-E... - Jimin hesitou, mas continuou. Ele não ia contar ás coisas pela metade.
-E o que? - Tae o encorajou a continuar com medo do que viria.
-Eu tenho apenas uma semana de vida Taehyung. Nada mais e nada menos. - Jimin disse e por fim, a tentativa de segurar ás lágrimas parou e elas rolaram descontroladamentes, o que fez ele se jogar no colo de Taehyung.
O silêncio antes presente foi tomado por altos soluços de dor. Dor essa que Taehyung não queria que o amigo estivesse sentindo.
Jimin estava pensando desde ontem em várias formas de se despedir, de fazer ás pessoas aceitarem sua doença, mas ele esqueceu de si mesmo. Como ele iria morrer se não aceitasse isso? Como ele ia morrer sem ficar em paz? Como ele iria deixar todos que ele amava sem se sentir culpado?
Tudo girava na cabeça de Jimin e uma dor imensa se fez presente, o que resultou em um Taehyung gritando enquanto carregava Jimin para dentro do carro em direção ao hospital.
Seu corpo estava morrendo e ele sabia disso. Seu corpo estava podre e não iria aguentar mais.
Jimin já se sentia morto antes mesmo de ir para o caixão.
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Só mais uma semana
FanfictionDescobrir que seu câncer voltou não é fácil. É sempre seguido de muito choro e dor, e com Park Jimin não foi diferente. O que você faria se descobrisse que tem apenas uma semana de vida? Jimin tem que lidar com suas recaídas e planejar sua despedid...