A Porta Dourada e as Sete Chaves Divinas

Capítulo 1: A Criação.

Há muito tempo atrás, ano 365, havia uma divindade, um ser supremo, alguém com aparência masculina, um velho com barba e longos cabelos brancos, ele comandava tudo no universo, responsável por controlar a vida e a morte de cada ser mortal, controlar o tempo e espaço e também responsável por toda a criação e destruição do universo, além de ser onisciente. Um dia, enquanto criava novos planetas percebeu que existiam conflitos em outros universos e logo viu que não podia cuidar de todos a mesmo tempo, por mais poderoso que fosse, não era onipresente.

Diante disso resolveu criar seres que pudessem o auxiliar com todos os universos, que ao todo eram cinco, sendo assim o supremo criou duas divindades, Elena, deusa do tempo, uma mulher loira com olhos azuis e belas asas brancas; e Alana, deusa do espaço, um mulher com cabelos morenos, olhos verdes e grandes asas douradas, eram conhecidas como as "Deusas Divinas", em contra partida foram criados dois deuses, Vermont, deus da morte, um homem de cabelos e barba pretos, tinha asas vermelhas; e Zherkof, deus da vida, com cabelos e barba brancos com asas prateadas; conhecidos como os "Juízes", enquanto que o ser supremo cuidava do quinto universo.

As deusas divinas foram para manter o equilíbrio temporal e espacial entre os universos e os Juízes para manter o equilíbrio entre a vida e a morte. No inicio as deusas e os juízes agiam perfeitamente como deveriam, o equilíbrio de todos os cinco universos era absoluto. Mas havia um porém, como criações, as Deusas e os Juízes sempre tentavam ao máximo agradar o ser supremo, sempre tentando fazer tudo com perfeição, contudo, Vermont e Zherkof começaram a perceber que as Deusas recebiam mais atenção e logo se questionaram sobre essa desigualdade, Zherkof então teve a ideia de fazer algo que pudesse ajudar o supremo, criou um ser que pudesse servir como uma espécie de empregado a ele e resolveram o entregar numa data chamada de "aniversário" por alguns seres, mas começou a trata-lo como escravo, maltratando ele para que obedecesse as ordens absolutamente, Vermont percebendo o comportamento estranho de ser irmão, preferiu não interferir, não queria comprar uma briga com ele.

O dia enfim chegou, o famigerado aniversário do ser supremo, e os dois irmãos foram para entregar seu servo.

-Aqui está, supremo. – Disse Zherkof, fazendo reverência. – Achamos que gostaria de alguém que o pudesse servir e auxiliar em algumas tarefas.

Vermont percebeu uma cara de desapontamento do supremo e optou por ficar em silêncio.

-Zherkof, Vermont, aprecio muito o "presente", mas já estou ciente de como tem tratado este servo. – Respondeu o supremo. – Para vocês pode ser apenas um servo, contudo é também uma vida, você Zherkof, deveria saber disso mais que todos.

-Mas... – Antes que pudesse continuar, Zherkof é interrompido.

-Não quero ouvir, o que você fez é completamente contra o que você representa, deus da vida. – Disparou o supremo. – Você será punido com parte de seu poder confiscada, Vermont, a mesma punição o aguarda.

-Mas por quê para mim?! – Pergunta Vermont indignado.

-Você tinha noção do que estava acontecendo e não interferiu, o deus da morte tem a tarefa de levar aqueles que já tenham seu tempo esgotado, e não deixar os que ainda tem vida pela frente morrerem a sua frente. – Finalizou o ser supremo. – Dispensados agora.

Aquele dia seguiu normalmente, as Deusas entregaram também presentes ao supremo e comemoraram seus 366 anos de vida, porém Vermont e Zherkof foram embora furiosos, indignados se questionando sobre o por quê de tal acontecimento, aquilo para eles tinha sido a gota que fez o copo trasbordar. Cegos pelo ódio os dois irmão resolveram que iriam matar o ser supremo, por mais absurda que parecesse ser a ideia, já estavam consumidos pela fúria, os dois então esperaram a punição acabar para recuperar todo o seu poder. E então o dia finalmente chegou, os dois foram ao encontro do seu supremo para acabar com aquilo de uma vez por todas, contudo, quando chegaram lá viram que ele já os esperava, de braços abertos e sorrindo, disse:

-Meus filhos, sei o quão confusos estão agora, e creio que não vieram aqui para conversar, pois bem, façam o que tanto almejam fazer, e lembrem-se, eu os perdoo.

Os dois não estavam entendendo como ele poderia se entregar assim tão facilmente, cogitaram a possibilidade de ser algum truque ou armadilha, mas assim mesmo foram para cima e com um golpe certeiro de Vermont para tirar a vida e um feitiço poderoso de Zherkof para impedir que o ser supremo ressuscitasse, os dois alcançaram seu objetivo e o mataram, porém antes que pudessem comemorar, eis que surgem as deusas, e Alana boquiaberta questiona:

-Mas por quê? ...

Vermont logo em seguida responde:

-Cansamos de vocês receberem todo o agrado por quaisquer coisas que façam, fazemos nossos deveres com exatidão e nunca ouvimos nada de bom, até quando tentamos fazer algo para ajudar o supremo somos punidos, essa foi a última gota, agora saiam da frente, temos que matar um certo alguém.

-Não se eu puder impedir! – Grita Elena.

E concentrando seu poder ela volta no tempo antes que Vermont e Zherkof possam matá-lo, Alana então reúne-se com Elena e o supremo e os teletransporta para outro universo, num planeta conhecido como "Terra".

-Obrigado deusas. – Diz o supremo.

-Não foi nada ser sup... – Antes que pudesse terminar, Alana é interrompida.

-Não necessita tanta formalidade, acho que nunca lhes disse meu verdadeiro nome.

-Isto é verdade, e qual é? – Pergunta Elena, curiosa.

-Meu nome é Dorm... – Também interrompido, o supremo percebe a chegada de algo.

E num piscar de olhos, Vermont e Zherkof chegam até a Terra.

-Como conseguiram nos seguir tão rápido? – Pergunta Elena.

-Ora, vocês deusas nos subestimam demais, também somos deuses afinal de contas. – Responde Zherkof.

-Estão mais para demônios. – Retruca Alana.

-Que ultraje, não nos compare com uma espécie tão ultrapassada quanto aqueles reles demônios, somos divindades. – Diz Vermont.

-Deuses ou demônios, vão morrer aqui mesmo, irão pagar por terem tentado matar o ser supremo! – Elena então conjura vários feixes de luz capazes de desintegrar um mortal em instantes. Porém seu ataque não causa mais do que cócegas aos Juízes.

-Não acha que deveria levar essa luta mais a sério? – Pergunta Zherkof. – Não somos meros mortais.

Alana e Elena então combinam seus poderes e conjuram uma esfera de energia, um feitiço proibido capaz de dizimar um planeta inteiro, Vermont e Zherkof percebendo que as duas estavam levando a sério também unem seus poderes, e respondem a altura com um feitiço de selamento para aprisionar as duas para sempre.

E num surto de poder os quatro gritam:

-Vocês vão morrer aqui!

A guerra entre as Deusas Divinas e os Juízes começa.