Capítulo 3

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Ao ouvir a palavra tsunami em meio aquela gritaria e desespero todo , meu corpo gelou e eu permaneci imóvel por alguns segundos até o momento em que Simon me arrastou para as escadarias daquela grande biblioteca, rumo ao último andar.

Enquanto subíamos as escadas apressadamente pude ouvir os gritos horripilantes das pessoas e ver outras sendo pisoteadas no desespero de todos que ali estavam para sobreviver.

-Simon ! –gritei,enquanto segurava com força suas mãos - Cuidado !

Antes mesmo que pudéssemos nos proteger, a tsunami atinge com força total a biblioteca em que estávamos. Mesmo que estivéssemos no último andar, ainda foi possível a onda invadir o local, ainda que de maneira superficial.

Desse modo, as janelas foram quebradas permitindo que a água adentrasse o local e atingisse todos ali presentes.

Após ser atingida pela onda e ser arremessada para longe do Simon,  me levanto com muita dificuldade e começo a procurar desesperadamente por ele.

Como eu havia dito, não fomos totalmente atingidos pela tsunami já que estávamos no último andar,mas ainda assim, foi o suficiente para molhar o local -obviamente- e de trazer alguns estragos.

-Simon! Simon ! Cadê você ? –grito cada vez mais alto para que ele me escute, enquanto caminho pelo andar e vejo várias pessoas mortas devido ao impacto da onda ou por terem sido arremessadas para longe com o impacto, especialmente aquelas que estavam próximas às janelas no momento que a tsunami atingiu a biblioteca.

Meu coração começa a bater cada vez mais rápido, o desespero começa a me invadir quando eu ouço a voz de Simon:

-Clary ! –ele me abraça com força e eu retribuo– Meu Deus, eu não acredito que isso está acontecendo! Foi tudo tão repentino!

Simon e eu não estávamos sozinhos no andar, ao mesmo tempo que várias pessoas morreram , muitas conseguiram sobreviver, assim como nós, apesar dos graves ferimentos.

-Simon,vamos dar uma olhada e verificar se nos outros andares tem mais pessoas que sobreviveram. Precisamos nos acalmar para poder raciocinar como ficaremos seguros.

                                     (...)

Eu e Simon conseguimos descer as escadarias um andar abaixo ao que estávamos, de modo que isso significava que estávamos agora no terceiro andar. Era de se esperar que o impacto no terceiro andar havia sido maior, o que implicou em muito mais mortes se comparado ao nosso andar.

-Gente ! –gritei bem alto para que todos pudessem me ouvir – O quarto andar está em comparação com esse mais seco! Por favor, subam, não fiquem aqui, acredito que lá em cima esteja mais seguro!

Eu e Simon tentamos ver se o segundo andar estaria também acessível -ainda que tivéssemos com baixa esperança de que ele não estaria inundado- mas ainda sim, decidimos arriscar. Porém, antes que pudéssemos sequer ir até lá e abrir a porta, um homem grita em alto e em bom som:

-Não adianta olharem o segundo andar, a menos que queiram morrer afogados e também nos matar! O segundo andar está completamente inundado e não precisa ser um gênio para saber disso. Acabamos de ser atingidos por uma tsunami, crianças tolas.

Na mesma hora eu lanço um olhar assustada para Simon e digo :

-Estamos presos aqui dentro, creio que se vier outra tsunami não vamos ter para onde fugir , até porque será uma questão de tempo até que a água que está no segundo andar chegue no nosso, Simon. Se isso acontecer, nós vamos todos morrer...

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