Capítulo 8 - Protect me from what I want

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Sexta-feira – 02:43

Ele ainda me olhava sério, com aqueles olhos azuis que acabaram sendo minha perdição. Eu sabia que eu devia evitá-los a qualquer custo, eu sabia que no fundo isso poderia ocorrer novamente. Mas o que eu não esperava era minha reação, era esse arrebatamento, era esse beijo, eram minhas pernas que ainda tremiam e aquela proximidade do corpo dele ao meu.

- Théo... – eu disse respirando profundamente.

- Me desculpa Thor – ele dizia ainda me encarando – eu não tinha o direito de fazer isso, mas eu precisava saber. Eu precisava tirar a dúvida da minha cabeça. Eu tinha que saber se tudo que eu me lembrei daquele porre era verdade ou não.

- Como...como assim? – eu franzia a testa surpreso.

- Thor, eu...quando eu te beijei, foi diferente de tudo. Eu sei que eu não tenho o direito de te colocar nessa situação, mas eu precisava ter certeza que não era uma coisa da minha cabeça.

- Théo, você tem noção do que você fez? Você me beijou na frente de um monte de gente. E você já me socou por menos... – eu disse me retraindo contra a parede.

- Você realmente tem medo de mim – ele balançava a cabeça desconsolado – eu acho melhor...melhor eu ir.

- Eu não tenho medo de você Théo – o olhava sério – mas minha situação não é fácil Você é meu primo porra, eu moro na casa dos teus pais. Você acha que eles aceitariam isso?

- Eu não me importo com o que eles pensam ou não – ele me encarava sério – eu precisava saber, eu não bebi nada hoje e mesmo assim...mesmo assim eu senti... – ele olhava para baixo envergonhado.

- Sentiu o que?

- Eu não sei explicar, esse é o problema porra – e ele socou a parede ao meu lado, ele parecia perdido.

- Olha, eu acho melhor eu ir pra casa...Amanhã a gente conversa – e eu ia saindo da parede quando ele me segurou.

- Eu te levo – ele disse sério – por favor...

- O...okay – gaguejei – mas preciso avisar a Isa...

Olhei em volta para ver se a encontrava e para minha surpresa ela estava a alguns passos ao lado só observando toda a cena com o canudinho do drink na boca e olhos arregalados. Eu não sei há quanto tempo ela estava nessa pose, mas ela parecia uma estátua. Fui até ela e ela sorriu, não entendi bem, mas achei melhor do que se ela começasse a gritar comigo.

- Então... – ela disse quando eu cheguei perto -...o que foi isso exatamente?

- Não faço idéia – eu disse sério – mas eu prefiro ir embora e o Théo quer me levar.

- Aaaah, já estão assim então? – ela ria.

- Isa, para... – eu balancei a cabeça – isso é loucura! Mas eu preciso conversar com ele faz tempo.

- Isso é verdade, mas, por favor, me prometa que se ele te bater você vai revidar? – e ela piscou.

- Pode ter certeza – a abracei apertado e saí.

Théo me esperava no mesmo lugar, assim que cheguei ele começou a andar e me guiar para onde ele havia estacionado o carro dele. Fomos atravessando a festa devagar e eu notei como os lugares que ele havia me tocado pareciam queimar. Minha boca estava toda pulsando e eu conseguia sentir ainda o gosto dele em mim. Aquilo era muito errado. Porra, eu não posso me apaixonar, não por ele.

Ao chegar no carro dele Théo entrou e eu entrei em seguida. Aquele perfume forte entrou por entre minhas narinas e eu me lembrei de como eu poderia segui-lo pelo cheiro. Eu to fodido. Ele ligou uma música em tom mais baixo e ficou me olhando enquanto eu colocava o sinto.

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